
Partido Anti-PT com Carlos De Assis Cesar e outras 3 pessoas
A DESVALORIZAÇÃO do REAL no governo do PT
Dólar comercial sobe 1,6% e chega a atingir R$ 4,05, MAIOR COTAÇÃO DA HISTÓRIA
DÓLAR TURISMO JÁ ULTRAPASSA R$ 4,50.
O dólar fechou ontem em baixa de 3,49%, a R$ 3,974 na venda. A “calma” na moeda norte-americana tem maior influência da ação conjunta do Banco Central (BC) e do Tesouro para dar liquidez aos mercados de câmbio e de juros.
Na semana, a moeda acumulou alta de 1,46% - sexta semana seguida de avanço. Apesar do arrefecimento, analistas afirmam que a tendência de alta continua, sob pressão das incertezas políticas e da crise fiscal e econômica no País.
O BC realizou ontem dois leilões de novos contratos de swaps cambiais (venda futura de dólares), que movimentaram juntos cerca de US$ 1,971 bilhão. Também deu sequência à sua atuação diária para estender o prazo de papéis já existentes, que girou US$ 443,1 milhões.
A intervenção teve reforço de empréstimos de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 4 de janeiro de 2016. A autoridade monetária tem atuado em conjunto com o Tesouro, que anunciou na quinta-feira, 24/9, o lançamento de um programa de leilões diários de títulos públicos.
“O Brasil tem cerca de US$ 370 bilhões de reserva e vai utilizar para conter essa especulação sempre que estiver na casa dos R$ 4. Alexandre Tombini (presidente do BC) quis mostrar para o mercado que o País tem um volume grande de reserva. Antes, ele não fazia tal declaração e dizia que o mercado iria se autorregular”, ressaltou o economista Ricardo Coimbra.
Para ele, o patamar do câmbio como está pode dar uma reviravolta em favor das exportações e proporcionar até um superávit da balança comercial, antes prevista para déficit. Mas claro que beneficia mais empresas que não tenham dívidas em dólar ou que não dependam tanto das exportações.
Com a valorização de cerca de 50% do dólar em 2015, especialistas apontam o bom momento para investidores venderem dólares. A dica é do diretor-geral da Valorize Consultoria Empresarial, José Maria Porto.
Mas o consultor ressalta que a venda se dará sempre com deságio, desvalorização. Além disso, destaca que a decisão vai depender também do planejamento de investimento decidido. (Andreh Jonathas, com agências)

À primeira vista, a cotação do dólar bateu nesta semana o recorde desde a criação do real, em 1994. Mas quando se atualiza os valores, levando em conta a correção pela inflação, o dólar está longe de superar o patamar de 2002, quando o mercado financeiro reagiu com nervosismo à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.
Para atualizar os valores, é preciso levar em conta a inflação brasileira e a dos EUA. Por essa conta, o dólar teria de valer cerca de R$ 6,88 hoje para ser comparável com o valor de outubro de 2002. Na prática, isso indica que a pressão no câmbio lá atrás era muito maior.
Em 10 de outubro de 2002, o dólar atingiu a cotação nominal (sem o desconto da inflação) de R$ 3,99. Foi o auge das preocupações com a chegada de Lula ao Planalto. Muitos investidores tiravam recursos do País com medo de uma guinada na política econômica. Esse valor, se fosse atualizado com base no IPCA (inflação oficial do Brasil) e do CPI (índice de preços americano), seria hoje de R$ 6,88. Se for considerado o IGP-M (índice de inflação calculado pela FGV) e o CPI, o valor nominal hoje teria de ser o equivalente a R$ 7,46. Na quinta-feira, o dólar nominal chegou aos R$ 4,2480 durante o dia.
O cálculo foi feito pelo economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos, para quem a pressão atualmente no câmbio é menor. "Hoje, o País tem reservas internacionais, naquela época não tinha. Além disso, o Lula era uma incógnita, enquanto hoje você sabe quais são os problemas", comparou. "Há uma dor de cabeça? Sem dúvida. Mas todos sabem os motivos."
As reservas internacionais em 2002 giravam em torno de US$ 37 bilhões, enquanto hoje estão na casa dos US$ 370 bilhões - dez vezes o valor do período pré-Lula.
Cabral lembra que, no fim de 2002, o mercado de juros chegou a ficar um dia praticamente parado, ao travar as operações logo no início da sessão, com a disparada das taxas futuras. Na quinta-feira, houve travamento em diferentes momentos, mas por períodos mais curtos.
O superintendente regional de câmbio da SLW Corretora, João Paulo de Gracia Correa, lembra do pânico que nas mesas de operação em 2002. Segundo ele, o estresse foi causado pelo medo do desconhecido. E apesar de o dólar ter atingido patamares mais elevados naquele momento, ele defende que a crise atual é "até mais assustadora".
"Isso porque o pessoal que tinha mais esclarecimento em 2002 sabia que havia um exagero, que não fazia tanto sentido ter tanto medo do PT. Tanto é que, antes da posse e depois dela, o mercado foi se acomodando", disse. "Hoje é diferente. Há pânico porque você não sabe se a Dilma terminará o mandato ou não, se terá apoio no Congresso ou não."
O diretor de câmbio da Fourtrade, Luiz Carlos Baldan, afirma que as cotações reais mostram que 2002 teve maior estresse. Só que o mundo era outro. A economia estava mais aquecida e havia giro, negócios entre exportadores e importadores. Em alguns dias o giro de operações somava US$ 4 bilhões, US$ 5 bilhões.". "Hoje está muito parado. Os EUA estão se recuperando, a China desacelera. E os negócios no Brasil, sem considerar o interbancário, somam cerca de US$ 1 bilhão. É uma situação pior." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.OPOVO.COM.BR