O
cessar-fogo começará às 8h no horário local (2h em Brasília) de
sexta-feira, disseram em uma declaração conjunta o secretário de Estado
norte-americano, John Kerry, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Trégua, que foi aceita por ambas as partes do conflito entre o exército de...
Anúncio foi feito pela
ONU e os EUA. Desde o início da operação israelense, mais de 1.400
palestinos e 56 soldados de Israel morreram no conflito
Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo humanitário
incondicional de 72 horas em Gaza, que deverá ter início às 8 horas da
manhã desta sexta-feira, pelo horário local (2h de Brasília). O anúncio
foi feito em comunicado conjunto do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon
e do secretário de Estado americano, John Kerry. Durante o período do
cessar-fogo, “as forças no terreno vão permanecer no local”, diz o
comunicado, indicando que as tropas israelenses que entraram em Gaza na
ofensiva terrestre vão continuar na região.
O texto afirma que foram recebidas garantias das duas partes de que
esforços serão feitos para tentar estender a trégua e informa que uma
delegação palestina e outra de Israel vão negociar no Cairo, com a
intermediação de representantes do Egito. “Nós pedimos que todas as
partes atuem de forma contida até que o cessar-fogo comece, e que
cumpram seus compromissos quando ele efetivamente começar”, diz o
documento, que ressalta a importância da trégua para que civis possam se
proteger e para que os habitantes de Gaza recebam ajuda humanitária.
“Este cessar-fogo é crítico para dar a civis inocentes um necessário
alívio em meio a violência. Durante este período, civis em Gaza vão
receber ajuda humanitária urgentemente necessária, e terão a
oportunidade de realizar tarefas vitais, incluindo enterrar os mortos,
cuidar dos feridos e reabastecer os estoques de alimentos. Consertos em
infraestrutura essencial de água e energia que estavam atrasados também
poderão ser retomados neste período”, enumera o texto.
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O Hamas confirmou que vai respeitar a trégua de três dias, “contanto
que o outro lado também respeite”. E acrescentou que todas as facções
palestinas adotam a mesma posição. Vários períodos de
pausa humanitária
foram anunciados nos últimos dias, mas poucos foram os períodos em que a
população de Gaza de fato teve alguma tranquilidade. A maior parte foi
iniciativa israelense, enquanto o
Hamas continuava a impor condições para aceitar fazer parte.
Na última sexta, uma proposta americana para um cessar-fogo de uma
semana foi rejeitada por Israel, que concordou apenas com uma
pausa de 12 horas,
que também foi seguida pelo Hamas. Ao final do período, o governo
israelense decidiu estender a trégua, mas o grupo terrorista rejeitou,
reiniciando os ataques. Alvo de foguetes,
Israel decidiu retomar a ofensiva e o Hamas então afirmou que aceitaria um cessar-fogo mediado pela ONU. O impasse impediu que qualquer trégua avançasse.
Nesta quinta, Israel não dava nenhum sinal de que um cessar-fogo
estava sendo negociado. Ao contrário, mais 16.000 reservistas foram
mobilizados, elevando o número total de soldados para 86.000. E, na TV, o
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garantiu que negaria qualquer
proposta que impedisse os militares de continuarem a destruir túneis
clandestinos. “Neutralizamos vários túneis do terror e estamos
comprometidos a completar esta missão, com ou sem um cessar-fogo”,
disse, destacando a importância de “completar esta importante missão
para a segurança do povo de Israel”.
Desde o início da ofensiva israelense no território controlado pelo
grupo fundamentalista, mais de 1.400 palestinos já morreram e 56
soldados israelenses também foram mortos. A operação israelense foi
lançada no dia 8 deste mês, com o objetivo de minar a capacidade do
Hamas de disparar foguetes contra seu território. No dia 17 teve início a
operação por terra, destinada à destruição de túneis clandestinos
usados por radicais