
CNM As 1.439 mortes registradas nas últimas 24 horas fizeram esta quinta-feira se tornar o terceiro dia com mais óbitos confirmados por Covid-19. O país totaliza 221.676 vidas perdidas para o novo coronavírus. A média móvel foi de 1.064 mortes, 10% maior do que o cálculo de duas semanas atrás. Três dos dez dias com mais óbitos ocorreram em 2021.
O alto número de mortes está relacionado, em parte, à liberação de informações represadas sobre óbitos ocorridos no Paraná. Em nota, a Secretaria estadual de Saúde explica que, "dos 237 óbitos divulgados na data de hoje, 146 óbitos são do cruzamento entre os sistemas SIM, SIVEP e NOTIFICA desde Julho de 2020. 91 óbitos estão sendo notificados na data de hoje".
Os dez dias com mais mortes causadas pela Covid-19 foram:
29/07/2020 com 1.554 óbitos
04/06/2020 com 1.470 óbitos
28/01/2021 com 1.433 óbitos
04/08/2020 com 1.394 óbitos
20/01/2021 com 1.382 óbitos
08/01/2021 com 1.379 óbitos
18/08/2020 com 1.365 óbitos
23/06/2020 com 1.364 óbitos
21/07/2020 com 1.346 óbitos
14/07/2020 com 1.341 óbitos
Foram registrados também 60.301 novos diagnósticos positivos, elevando para 9.060.786 o total de infectados pelo Sars-CoV-2. A média móvel foi de 51.567 casos, 5% menor que o cálculo de 14 dias atrás.
A "média móvel de 7 dias" faz uma média entre o número do dia e dos seis anteriores. Ela é comparada com média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda dos casos ou das mortes. O cálculo é um recurso estatístico para conseguir enxergar a tendência dos dados abafando o ruído" causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.
No Brasil, 1.509.826 doses da vacina contra a Covid-19 já foram aplicadas, segundo dados de 20 estados. Isto significa que 17,98% das doses disponiveis já foram usadas, imunizando 0,94% da população brasileira acima de 18 anos. Estes números representam 0,71% do total de brasileiros.
Os dados são do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até as 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.
Impasse sobre compra de novas doses da vacina
Depois que o Instituto Butantan cobrou o governo federal de uma resposta até o fim desta semana para a compra de 54 milhões de novas doses de CoronaVac, o Ministério da Saúde disse que, por contrato, pode dar a resposta até maio. Cientistas ouvidos pelo GLOBO, no entanto, argumentam que
é um erro esperar até o último minuto para confirmar a aquisição do imunizante, já que a pandemia do novo coronavírus está avançando e o objetivo, neste momento, é vacinar o maior número de pessoas.
O presidente Jair Bolsonaro prometeu nesta quinta-feira que a toda a
população brasileira será vacinada contra a Covid-19 "em um curto espaço de tempo". Bolsonaro não estabeleceu um prazo nem deu previsão de chegada de novos lotes de imunizantes ao Brasil.
A declaração ocorreu durante cerimônia em Propriá (SE) para a inauguração de uma ponte ligando o Sergipe a Alagoas. Bolsonaro afirmou que a procura pelo imunizante é "muito grande" em todo o mundo e disse que o Brasil fez compromissos com "vários laboratórios". O governo federal, entretanto, só tem contrato no momento para o fornecimento de duas vacinas.
'Megaepidemia'
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta alertou para o risco da variante brasileira do novo coronavírus,
identificada em Manaus, provocar um agravamento do quadro epidemiologico no Brasil que, na sua avaliação, está "em progressão". A declaração foi feita em entrevista ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura.
— O mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil, e o país não só está aberto normalmente, como está retirando pacientes de Manaus e mandando para Goiás, Bahia, outros lugares, sem fazer os bloqueios de biossegurança. Provavelmente vamos plantar essa cepa em todos os territórios da federação, e daqui a 60 dias
podemos ter uma megaepidemia — afirmou Mandetta.
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