Pesquisar este blog

domingo, 1 de março de 2020

Policiais militares votam por encerrar motim no Ceará depois de 13 dias

Os policiais militares que seguiam amotinados no 18º Batalhão da PM, em Fortaleza, votaram por terminar o motim na noite deste domingo (1º). Os policiais aceitaram a proposta definida no mesmo dia pela comissão especial formada por membros dos três poderes no Ceará, assim como por representantes dos PMs.

Um dos pontos do acordo é que os policiais retornem aos postos de trabalho nesta segunda-feira (2).
A proposta formulada pela comissão apresenta os seguintes tópicos:

Os policiais terão apoio de instituições que não pertencem ao Governo do Estado, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública e Exército;
Os policiais terão direito a um processo legal sem perseguição, com amplo direito a defesa e contraditório, e acompanhamento das instituições mencionadas anteriormente;
O Governo do Ceará não vai realizar transferências de policiais para trabalhar no interior do estado em um prazo de 60 dias contados a partir do fim do motim;
Revisão de todos os processos adotados contra policiais militares durante a paralisação (entenda os processos abaixo);
Garantia de investimento de R$ 495 milhões com o salário de policiais até 2022;
Desocupação de todos os batalhões onde havia policiais amotinados até 23h59 deste domingo;
Retorno aos postos de trabalho às 8h de segunda-feira.

As propostas foram apresentadas pelo ex-deputado federal Cabo Sabino, líder dos policiais amotinados e que tem mandado de prisão em aberto por motim. "Vocês acabaram de assinar minha demissão", afirmou Sabino, após a votação.

A principal reivindicação dos policiais para encerrar o motim, a anistia aos militares envolvidos na manifestação, não foi atendida pelo Governo do Estado.
"Hoje nós temos apoio do Exército, da OAB, da Defensoria Pública. Se esse movimento continuar, não saberemos como vai ser o dia de amanhã. Então votem com consciência e considerem que a gente pode ter algo muito bom para todos nós ou algo muito ruim para alguns de nós", orientou o deputado Soldado Noélio, que foi nomeado interlocutor dos policiais para dialogar com o governo sobre os interesses da categoria.


Desde o início do motim dos policiais, o número de homicídios no Ceará teve um forte aumento. O crescimento nas mortes violentas foi 138% quando comparados os primeiros 25 dias do mês de fevereiro de 2019 e 2020.
Votações na Assembleia

Deputados iniciam sessão que vota proibição de anistia para policiais amotinados no Ceará 

A Assembleia Legislativa do Ceará deve votar na terça-feira (3) a Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) que proíbe anistiar policiais militares que atuem em motim ou paralisação da categoria. A greve de policiais militares é inconstitucional, entendimento que foi reforçado pelo Supremo Tribunal Federal em 2017.
A PEC foi uma das ações do governador Camilo Santana em reposta ao motim.
Os deputados estaduais vão decidir também sobre o projeto que reestrutura o plano de carreira dos policiais. O projeto que tramita atualmente aumenta o salário de um soldado da PM dos atuais R$ 3,4 mil para R$ 4,5 mil, em aumento progressivo até 2022.

O Governo do Estado afirmou que tem um teto de gasto de R$ 495 milhões com os servidores da Polícia Militar até 2022. Como proposta do poder executivo, a própria categoria poderá debater como seria o aumento de cada patente, desde que se obedeça ao limite.

Revisão de processos contra amotinados

Durante o motim, quase 300 policiais foram punidos:

230 policiais foram afastados do cargo por motim, insubordinação e abandono de posto;
Quatro policiais foram presos em flagrante, sendo três por motim e um por incêndio a um carro particular;
43 policiais foram presos por deserção, ao deixarem de comparecer a uma convocação para trabalhar no carnaval.

Sem citar detalhes, o Governo do Estado afirmou que iria rever todos esses processos, após o fim do motim. Foi afirmado também que não haveria "perseguição" aos agentes de segurança que participaram da mobilização da categoria.

Resumo:

5 de dezembro: policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
6 de fevereiro: data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
13 de fevereiro: o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
14 de fevereiro: o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.
17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
18 de fevereiro: três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
19 de fevereiro: batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados. O senador Cid Gomes foi baleado em um protesto de policiais amotinados.
20 de fevereiro: policiais recusaram encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo Governo do Ceará para chegar a um acordo.
21 de fevereiro: tropas do Exército começam a atuar nas ruas do Ceará.
22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde o início do motim. Antes do movimento dos policiais, a média era de seis assassinatos por dia. Governo do Ceará anuncia afastamento de 168 PMS por participação no movimento.
24 de fevereiro: ministro Sergio Moro visita Fortaleza para acompanhar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
26 de fevereiro: Comissão formada pelos três poderes é criada para buscar soluções para paralisação dos PMs. Ceará pede ao governo federal prorrogação da presença de militares do Exército no estado.
27 de fevereiro: Comissão realiza uma nova rodada de negociações, mas sem resultado, e a paralisação dos policiais continua.
28 de fevereiro: Comissão descarta a possibilidade de anistiar os policiais militares amotinados. Camilo Santana envia à Assembleia Legislativa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe anistia de policiais amotinados no Ceará.
29 de fevereiro: Assembleia Legislativa inicia série de sessões extraordinárias para votar PEC que proíbe anistiar policiais amotinados.
1º de março: policiais votam pelo fim do motim da categoria.

orientação para que os estudantes com sintomas de gripe fiquem em casa deve ser reforçada por entidades educacionais nos próximos dias.


Os cinco casos suspeitos do novo coronavírus (COVID-19) no Ceará e um confirmado no Brasil despertou o setor no Estado, tendo em vista que o local é de fácil circulação de vírus respiratórios.

Ministério da Saúde (MS) confirmade mais um caso confirmado de coronavírus. O paciente, um homem de 32 anos, esteve na Itália e chegou ao Brasil na quinta-feira (27). Ele chegou acompanhado da mulher de Milão, na região da Lombardia. Ainda no voo usou máscara e a acompanhante não apresenta sintomas da doença.



Paciente teve febre, dor de cabeça e usou máscara de proteção em voo. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo notificou.

Proposta de Emenda à Constituição, a Assembleia Legislativa do Ceará quer endurecer ainda mais o texto da mensagem do Governo do Estado que proíbe o perdão administrativo a servidores militares que cometerem crimes - como os de motim que são previstos na Constituição Federal. Amotinada, há mais de dez dias, parte dos policiais militares quer do Palácio da Abolição a desistência da abertura e da continuidade de processos internos que já estão em curso e que podem levar à expulsão de servidores que participam do movimento de paralisação. A primeira emenda à PEC é de autoria do deputado Queiroz Filho (PDT) que amplia as condições de proibição de anistia aos militares. De acordo com a proposição, "fica vedada a concessão administrativa ou legal de todo e qualquer tipo de anistia ou perdão por infrações disciplinares cometidas por servidores militares envolvidos em movimentos ilegítimos ou antijurídicos de paralisação, motim, revolta ou outros crimes de natureza militar que atentem contra a autoridade ou disciplina militar". Já a proposta do deputado Guilherme Landim (PDT) veda a "tramitação legislativa de qualquer mensagem ou proposição que visem a conceder aumento remuneratório ou até mesmo vantagens funcionais para a categoria", no caso de qualquer movimento de paralisação ou motim em curso.

Sugestões de emendas à PEC, encaminhada pelo Governo do Estado, ampliam a proibição de anistia a militares e impedem a aprovação no Legislativo Estadual de vantagens e benefícios à categoria durante as paralisações.
Por meio de duas mudanças da 
As emendas foram apresentadas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), neste sábado, mas não houve discussão nem votação em razão do pedido de vista do deputado André Fernandes (PSL) ao projeto original enviado pelo Governo Estadual à Assembleia.

A discussão e apreciação das proposituras devem ser feitas amanhã com a devolução da matéria por parte de Fernandes. O regimento interno do Legislativo estadual prevê que os pedidos de vista às matérias em regime de urgência devem ser devolvidos em 48 horas com dias corridos.

Tramitação

A proposta que prevê uma emenda à Constituição do Ceará começou a tramitar na manhã de sábado. Em sessão extraordinária, o presidente da Casa, deputado José Sarto (PDT), abriu os trabalhos para a apreciação atípica de uma PEC em um dia de sábado. Trinta e oito deputados estiveram presentes. Durante a manhã e tarde, diversos parlamentares foram à tribuna.

O líder do Governo, deputado estadual Júlio César (Cidadania), declarou que "um pequeno grupo de policiais se amotinaram, aterrorizando a população cearense, mandando fechar comércio, intimidando aqueles agentes de segurança que estavam tentando trabalhar, honrando seu juramento". Segundo o parlamentar, é necessário respaldar e garantir pela Constituição Estadual que aqueles que cometeram crimes, colocaram a população de refém, precisam arcar com as consequências.

"Não estamos pulando nenhum trâmite. Apenas agilizando, devido a urgência do caso", disse o deputado.

Do outro lado, o deputado Vitor Valim (Pros) argumentou que votar a PEC é "tentar apagar fogo com gasolina" tendo em vista que ainda não há um acordo entre as partes.

"Uma PEC dessa poderia ser aprovada após o movimento de paralisação, mas, no momento, aprovar isso é tentar apagar fogo com gasolina", afirmou Valim.

Comissão
Embora não tenha sido organizada uma reunião formal da comissão dos três poderes, constituída para mediar essa discussão, neste sábado, diversos integrantes entidades representativas que estão ajudando nesse processo estiveram na Assembleia Legislativa.

Presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas, defendeu que seja apresentada pelo movimento uma proposta alternativa para a manutenção do diálogo. "O que a OAB tem sido contra por parte dos manifestantes é que eles continuam insistindo em anistia, porque também está claro que o Governo não vai dar anistia. O que eu estou pedindo é que eles me mandem contrapropostas alternativas que possam suprir o que eles estão querendo e que não seja propriamente anistia".

Uma das saídas, segundo Erinaldo, é negociar com o Governo a possibilidade de uma flexibilização das punições de acordo com o grau da infração. "O que a gente pode fazer (sugerir) é que o Governo não abra o processo administrativo a quem faltou ao serviço, que é uma penalidade menos ofensiva. Agora, por exemplo, quem furtou um veículo durante a operação; tem episódio dos que tocaram fogo em veículo no Crato. Essas pessoas vão responder a processo criminal", declarou.

Lideranças do Governo na Casa afirmaram que os casos serão analisados individualmente e que não haverá julgamento desproporcional.

O procurador-geral da Justiça, Manuel Pinheiro, afirmou que "não há interesse de que haja punições desproporcionais, sumárias", já que "é o Estado de Direito que tem que se afirmar". Segundo ele, "o que tem de se fazer nesse momento é garantir o direito de defesa para que as punições sejam justas".

Um dos líderes do movimento, o deputado estadual Soldado Noélio (Pros), afirmou que "ninguém está pedindo perdão para quem cometeu crimes". "Se alguém, individualmente, tomou uma ação cometeu uma ilegalidade, que seja punido no rigor da lei", disse. Ainda segundo o parlamentar, "a anistia administrativa é para a transgressão disciplinar, para aquele policial que cometeu uma falta ao serviço, aquele policial que, eventualmente possa ter gritado algum grito que tenha ofendido algum comando, autoridade".

"Essas coisas mais leves, mais brandas, é que precisam ser anistiadas, e o Governo está tratando isso como se a anistia administrativa fossem fazer com que esses policiais que cometeram, individualmente, ilegalidades deixasse de ser punidos", completou.

(DN)

Confira as maiores chuvas por posto no dia:


PorEm análise realizada ainda hoje, imagens de satélite mostram poucas nuvens em todo o Ceará, assim como em parte do setor norte do Nordeste brasileiro (NEB) (Foto: Reprodução/Funceme)


> Paramoti (Posto: Paramoti) : 119.8 mm
> Icapuí (Posto: Peixe Gordo) : 75 mm
> Lavras Da Mangabeira (Iborepi) : 65 mm
> Ipaumirim (Posto: Santo Antonio) : 56.2 mm
> Milagres (Posto: Milagres) : 56 mm
> Campos Sales (Posto: Acude Poco De Pedras) : 51 mm
> Ocara (Posto: Serragem) : 46 mm
> Meruoca (Posto: Meruoca) : 44 mm
> Pires Ferreira (Posto: Pires Ferreira) : 42.3 mm
> Aurora (Posto: Aurora) : 41 mm
> Croatá (Posto: Santa Tereza) : 41 mm
> Granja (Posto: Pessoa Anta) : 40 mm


O município de Icapuí, localizado a 205,5 quilômetros de Fortaleza, registrou chuva de 75 milímetros entre as 7 horas do sábado, 29, e as 7 horas de hoje, domingo, 1° de março. Paramoti, região de Canindé, teve a maior chuva: 119,8 mm. No mesmo período, pelo menos 44 municípios do Ceará acumularam precipitações. Lavras da Mangabeira, Ipaumirim, Milagres e Campos Sales tiveram mais de 50 mm de chuva.

Dessa forma, a previsão do tempo fica assim:

Domingo - 01/03/2020
Nebulosidade variável com eventos de chuva em todas as regiões.
*Ceará: Fevereiro termina com o maior número de açudes sangrando desde 2011*

*...-