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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PUBLICADAS AS REGRAS DE PORTABILIDADE DE RECURSOS DA APOSENTADORIA

Entre as regras e instrução indica que a portabilidade total será efetivada com base no valor da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão técnica de excedentes financeiros, calculados, na forma da regulamentação em vigor, até o prazo máximo referente ao segundo dia útil do mês subsequente a data de entrega do Termo de Portabilidade.
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DINHEIRO LHE CAUSA DOR



Bilionário Jack Ma, dono do grupo Alibaba não está em paz com sua fortuna
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O PERIGO DO ESTADO ISLAMICO PARA O MUNDO

(via Folha Mundo)
Israel apoia os Estados Unidos na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), mas alerta contra a ingenuidade da comunidade internacional frente a Teerã e seu...
WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR

PRÉVIA DO PIB APONTA CRESCIMENTO DO BRASIL

ISTOE.COM.BR

A economia deve apresentar crescimento no terceiro trimestre, segundo o Banco Central. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,59% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. Na divulgação do mês passado, houve queda de 0,72% no trimestre junho-agosto ante os três meses anteriores. Já no terceiro trimestre deste ano na comparação com idêntico período de 2013, o IBC-Br registrou queda de 0,22%.

O resultado oficial do PIB do terceiro trimestre, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será anunciado em 28 de novembro. Se confirmada a alta do PIB, a economia brasileira terá saído da recessão técnica registrada no primeiro semestre (nos dois primeiros trimestres do ano, o PIB recuou).

Em setembro, o indicador subiu 0,40%, passando de 146,66 pontos em agosto, na série dessazonalizada, para 147,25 pontos. O resultado do IBC-Br ficou acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelaAgência Estado (+0,2%), mas dentro do intervalo das estimativas (-0,2% a +0,5%).

Em 12 meses, houve crescimento de 0,60%. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o indicador ficou positivo em 0,01%. Até agosto, por esse critério, era verificada uma leve baixa de 0,11%. Na comparação entre os meses de setembro de 2014 e de 2013, houve expansão de 0,92%.

O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os componentes do indicador estão a Pesquisa Industrial Mensal e a Pesquisa Mensal de Comércio. A projeção do Banco Central para a expansão do PIB deste ano é de 0,7%, segundo o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em setembro. Já pelos cálculos do Ministério da Fazenda, a economia brasileira terá expansão de 0,9% em 2014.

Os analistas de mercado estão mais pessimistas e projetam crescimento de apenas 0,21% em 2014, segundo o relatório Focus.
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Revisões
O Banco Central revisou alguns dados do índice de atividade. Em agosto, a alta de 0,27% foi substituída pela elevação de 0,20%. A nova taxa de julho é de +1,47, e não mais de +1,52%. Em junho o dado passou de -1,46% para -1,49%. Em maio, o indicador foi alterado de -0,61% para -0,40%. Para abril, a revisão foi de +0,18% para +0,11%. No caso de março, a mudança foi de -0,07% para -0,16%.

Com a revisão dos dados, apenas o segundo trimestre foi negativo este ano. A queda da economia brasileira de abril a junho foi menor do que o apontado na ocasião. Da mesma forma, porém, a alta dos primeiros três meses do ano na comparação com o último trimestre de 2013 também foi menor do que o divulgado na época.

Com os ajustes feitos hoje pelo BC, o IBC-Br subiu 0,59% no terceiro trimestre do ano na comparação com o segundo, recuou 0,79% no segundo trimestre do ano ante o primeiro e avançou 0,09% nos primeiros três meses de 2014 ante os últimos três de 2013.

BALANÇO DOS CONDENADOS DO MENSALÃO

Ao todo, 24 foram condenados, sendo 11 políticos:
Um ano depois das primeiras prisões do processo do mensalão, que ocorreram em 15 de novembro de 2013, a maior parte dos políticos condenad
OPOVO.COM.BR

RAIO X DA VIOLÊNCIA NO ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA

Raio-X da violência
De acordo com 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, das 53.646 vítimas de homicídio, 36.479 são negras; dos 574.207 presos, 307.715 são negros.
http://www.brasildefato.com.br/node/30497


De acordo com 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, das 53.646 vítimas de homicídio, 36.479 são negras; dos 574.207 presos, 307.715 são negros
WWW.BRASILDEFATO.COM.BR

CURSO DE MEDICINA A DINHEIRO

A mensalidade na Uninorte, única faculdade privada que oferece curso de medicina além da Universidade Federal do Acre, custa R$ 7.790,00.

EX-GERENTE PETISTA ACEITA DEVOLVER MAIS DE 250 MILHÕES

O vazador seletivo!
Juiz Sergio Moro, responsável pelo inquérito da Operação Lava Jato, que prendeu o doleiro Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, tornou públicos todos os documentos da ação empreendida pela...
BRASIL247.COM|POR BRASIL 24/7



  • A presidenta Dilma acredita que esse será o grande legado dos desdobramentos das investigações sobre a Petrobras, apoiadas e incentivadas por seu governo.




    FOLHA DE S.PAULO · 8.149 COMPARTILHAMENTOS ·16 DE NOVEMBRO DE 2014
  • DELAÇÃO PREMIADA DERRUBA DIRETOR DOS CORREIOS

    10:23 \ Brasil

    Não bastassem as denúncias contra a Petrobras, outra estatal tem um dirigente derrubado após delações premiadas. Caiu na sexta-feira o número um dos Correios no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira.

    Moreira foi citado em uma investigação da Polícia Federal sobre desvios milionários envolvendo planos de saúde da estatal.
    Por Lauro Jardim

    TRIBUNA DA 71ª. SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA 17 DE NOVEMBRO DE 2014

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    PAUTAS DAS SESSÕES

    Clique aqui para ler a pauta de 17/11/2014 - PAUTA DA 71ª SESSÃO ORDINÁRIA - 2ª PRÉVIA

    ORADORES
    Gilmar da Cruz Bastos
    Gerardo Jovani Romão (GG)
    Franscisca Ribeiro Azevedo Aguiar (Fransquinha do Torto)

    Toyota e Honda anunciam carros movidos a hidrogênio

    17/11/2014 13h19 - Atualizado em 17/11/2014 13h25

    A Toyota anunciou nesta segunda-feira (17/11) um carro movido a hidrogênio que levará o nome de Mirai. Essa palavra significa "futuro" em japonês e reflete a visão da empresa para os próximos anos. Ontem a Honda também revelou um veículo semelhante chamado FCV Concept. A previsão de lançamento de ambos os veículos é para 2016, tanto no Japão quanto nos Estados Unidos. 
    Com o uso desse combustível, que se converte em eletricidade, o que sai pelo escapamento do carro é água. O método de funcionamento é similar ao que acontece com os veículos elétricos. A diferença é que, em vez de energia, o carro é abastecido em tanques de hidrogênio de alta pressão. A recarga do Mirai leva menos de cinco minutos, sendo assim mais veloz que a de carros elétricos. O automóvel tem autonomia de 483 km.
    O Mirai será vendido inicialmente no Japão e nos Estados Unidos com preço estimado em 70 mil dólares (180 mil reais, em conversão direta).
    Para dar suporte às vendas do veículo, que têm início previsto para 2016, a Toyota tem uma parceria com a companhia Air Liquide para criar 12 estações de abastecimento de hidrogênio nos Estados Unidos.
    2
    "A visão da Toyota de uma sociedade movida a hidrogênio não é apenas construir um ótimo carro, mas garantir reabastecimento acessível, confiável e conveniente para os nossos clientes". disse, em nota, Jim Lentz, CEO da Toyota.
    A Honda apresentou ontem um veículo concorrente movido a hidrogênio, o FCV Concept. Este modelo possui um carregador portátil que pode ser levado no porta-malas ou deixado em casa para ser usado em casos de blecautes. Apesar de ser ainda um conceito, o carro chegará às ruas do Japão, país sede da montadora, em março de 2016.123576
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    Assim como o Mirai, da Toyota, o veículo pode viajar por até 483 km com uma única carga (cuja renovação leva de três a cinco minuto
    s).

    SEDE DA DEEFENSORIA PÚBLICA E O RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UVA EM SOBRAL

    O Governador Cid Gomes assinou ordem de serviço para a execução imediata da obra do Restaurante Universitário da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), com prazo de conclusão de 180 dias. 
    A solenidade foi realizada na noite da última quinta-feira (13) durante a inauguração da Praça da Juventude, no bairro Vila União, em Sobral. 
    Na ocasião, também foi autorizada a construção da sede da Defensoria Pública.
    O Governador destacou, em seu pronunciamento, o atendimento a uma demanda antiga da Universidade, em Sobral, com a construção do Restaurante Universitário, ressaltando a sua importância para os estudantes e toda a comunidade acadêmica. 
    O Reitor Fabianno Cavalcante de Carvalho agradeceu ao Governador e falou sobre o momento histórico para a UVA, que festejou 46 anos de fundação no dia 23 de outubro.

    MÉDIA DE ASSASSINATOS NO BRASIL

    Uma pessoa é assassinada a cada dez minutos no Brasil

    O Brasil registrou 50.806 assassinatos em 2013 – o equivalente a uma morte a cada dez minutos, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014, divulgado nesta terça-feira(11). Já o total de mortes violentas, que inclui, além dos homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, chegou a 53.646 no ano passado, um crescimento de 1,1% em relação a 2012. 
    Elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o relatório informa, ainda, que foram registrados 50.320 ocorrências de estupro em 2013. Como estudos internacionais indicam que apenas 35% das vítimas desse crime reportam a agressão à polícia, o documento estima que 143.000 pessoas tenham sido estupradas no país no ano passado.
    Ainda segundo o levantamento, o número de presos no Brasil atingiu 574.207 em 2013.  É o equivalente a uma cidade como Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo. O déficit é de 220.057 vagas. Do total de presos, 215.639, ou 41% ainda aguardam julgamento. Os números não incluem detentos sob custódia das polícias. Um em cada quatro presos do país está detido por crimes relacionados a tráfico de drogas, enquanto 49% deles cumprem pena por crimes contra o patrimônio. Já os autores de homicídio são 12% da população carcerária.
    Mortes em confrontos – Dados do relatório antecipados na segunda-feira mostram que  2.212 pessoas foram mortas no ano passado em confrontos com a polícia – uma média de seis mortes por dia. O número inclui mortes ocorridas em confrontos entre policiais e suspeitos, disparos acidentais e mortes resultantes de operações para desmantelar ações criminosas. O número é menor do que o verificado no ano anterior, quando 2.332 pessoas foram mortas em enfrentamentos com a polícia no Brasil.
    Em relação à quantidade de policiais mortos, houve um aumento em 2013 na comparação com o ano anterior. Foram 490 mortes, 43 a mais do que 2012. A média no país é de um policial assassinado por dia. Desde 2009, 1.170 agentes foram mortos. A maioria das mortes (75,3%) ocorreu quando os policiais não estavam em serviço. O Rio de Janeiro é o Estado com maior número de casos, com 104, seguido por São Paulo (90) e Pará (51).
    Custo da violência – Dados do anuário mostram ainda que a violência custa ao Brasil o equivalente a 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o montante despendido em decorrência da escalada da criminalidade chegou a 258 bilhões de reais – a maior parte, 114 bilhões de reais, resultou da perda de capital humano. O documento traz na conta os gastos com serviços de segurança particular (39 bilhões de reais), seguros contra furtos e roubos (36 bilhões de reais) e com o sistema público de saúde (3 bilhões de reais) – o chamado custo social da violência.
    Completam o quadro a verba destinada à manutenção de prisões e unidades de cumprimento de medidas socioeducativas (4,9 bilhões de reais), e os investimentos governamentais em segurança pública totalizando 61,1 bilhões de reais. No ano passado, o investimento público em segurança cresceu 8,65% no país – os gastos da União, Estados e municípios nesse quesito somam 1,26% do PIB. São Paulo foi o Estado que mais investiu em segurança: 9,27 bilhões de reais, 12,11% superior ao montante investido pelo governo federal, 8,27 bilhões de reais.
    Fonte; Veja

    Oportunidade: Seleção Pública para Secretaria da Cidadania e Segurança de Sobral

    SEGUNDA-FEIRA 17 DE  NOVEMBRO DE 2014


    Estão abertas, até o dia 17 de novembro, as inscrições para seleção pública para composição do Bancode Reserva de Recursos Humanos de nível médio, destinado à prestação de serviços, mediantecontratação por tempo determinado, para a Secretaria da Cidadania e Segurança de Sobral.

    A vaga é para a função de Auxiliar Administrativo e os interessados devem fazer inscrição, na Secretaria da Cidadania e Segurança de Sobral (Rua Cel. José Júlio, nº 200, Centro) apresentando original e cópia dos seguintes documentos: RG; CPF; comprovante de residência; comprovante de quitação das obrigações eleitorais; certificado de reservista (para homens); Diploma de nível médio; ficha de inscrição; e currículo e documentos comprobatórios.

    A seleção será realizada em duas etapas: análise curricular (18/11) e entrevista (24/11). O resultado final será divulgado dia 2 de dezembro. Saiba mais: (88) 3611-5695.


    Leia o Edital da Seleção Pública Nº 002/2014 AQUI

    Fonte: blog.sobral.ce.gov.br

    Escola clama por equilíbrio entre conflitos e reinvenções

    VIOLÊNCIA 17.11.2014 - Sistema educacional deve acompanhar as mudanças da sociedade. O que vem a seguir é a voz da escola
    Há grades por todo lado: no portão da frente, nas fachadas das salas para evitar furtos, no balcão da cantina. Eu, escola, que sempre sonhei libertar pelo conhecimento, pareço prendê-los simbolicamente na minha arquitetura
    FOTO: FERNANDA SIEBRA

    Estampo noticiários policiais com certa frequência. A maioria das manchetes conta casos extremos de violência que, à minha revelia, acontecem nas minhas dependências: "Aluno é espancado por colegas em sala de aula", "Estudante é preso dentro de escola pública", "Professor é ameaçado de morte". Esses casos reforçam a gravidade do meu problema por meio dos relatos repetidos por professores, pais e até mesmo por policiais. Embora seja observadora onipresente, pouco me dão voz. Eu, escola pública imersa em comunidade de alto risco, peço licença para contar também a minha história.

    Sinto como se pairasse no tempo. Pareço cada vez mais distante da época destes alunos que hoje povoam meus corredores, com seus pés ligeiros e mãos quase sempre grudadas em algum aparelho eletrônico. Vivo um lapso de anos e, talvez por isso, seja tão difícil para mim compreender o que eles buscam nos meus pátios com seus olhos cada vez mais agitados.

    Quando exatamente as vozes ficaram tão afiadas, despejadas contra quem lhes ferir o pensamento? Não sei. Vez por outra, enquanto tento entender o que mudou nos meus meninos, ouço um burburinho caótico dentro de mim. Olho pra dentro e assisto a cenas que se repetem com frequência nos meus corredores: ameaças, ofensas e até o extremo de tapas que, no fim das contas, parecem doer na minha própria estrutura. Quase tudo aparentemente a troco de nada.

    Penso que estou, de alguma forma, quebrada - a maioria dos pedaços fora de lugar. Minhas salas, antes consideradas quase sagradas, agora são palco para violências físicas e simbólicas que, silenciosas, tomam aqueles que me habitam. Professor, aluno, funcionário: todos mergulhados em um problema que já não sei mais como dar conta. Um problema que às vezes, eu mesma constato, escapa de mim.

    Assustados

    Observo o entorno dos muros que me delimitam, e as casas parecem se amontoar, umas coladas nas outras. Depois de tanto tempo sem olhar com atenção para o lado de fora, percebo que muita coisa mudou. Vejo os alunos deixarem meus portões de ferro assustados, girando a cabeça com insistência para conferir se há algum perigo em volta.

    Só consegui entender o que acontece ao meu redor quando ouvi uma menina loura dizer baixinho à colega, enquanto deixava a sala do 9º ano: "Eu me sinto segura aqui na escola porque não devo nada a ninguém nem tenho envolvimento com droga. Mas hoje é difícil se sentir segura nesse mundo. É a lei da selva aqui nesse bairro: um matando o outro pra sobreviver".

    Drogas

    Quando ouvi suas palavras, compreendi o que motivou a morte de Humberto (nome fictício) tão perto de mim. O menino tinha olhar doce, mas de vez em quando cruzava meu pátio com olhos alterados pela droga. Perdi as contas de quantas vezes o vi mentir para a professora: "Deixei de usar", ele dizia, dando de ombros. Para além de meus muros, ainda pude vê-lo algumas vezes assaltando para manter o vício.

    Humberto me deixou em uma de minhas esquinas. A verdade é que mal vi o que aconteceu do lado de fora. Soube de sua morte quando meu porteiro, atraído pela confusão que se formava na esquina, viu o menino de 17 anos que estudava aqui desde pequeno esticado no chão. Um grupo tentava tirar-lhe a cabeça, uma forma de ganhar status no bairro. A aglomeração de pessoas impediu.

    Quando a história ganhou meus corredores, muitos arquearam os ombros como quem se acostumou a perder amigos para a morte prematura. Eu me encaixei no espanto: pela frieza banal e pela perda de um dos meus. Derrota minha?

    Essas violências externas, que alcançam o extremo, têm invadido minhas estruturas sem que eu tenha tempo para organizar qualquer bloqueio. Se dentro de mim tudo parece conturbado, o que dizer do espaço que me rodeia? Estou edificada entre territórios dominados por grupos distintos. Pequenos espaços renomeados em um bairro sitiado pelo tráfico. Diariamente, vejo gente matar ou morrer por poder, por droga, por nada.

    Meu aluno mudou, o bairro onde estou mudou. Eu mudei? As alterações agora me parecem pontuais. Quando a violência externa me invadiu as salas, levando minhas cadeiras e computadores em roubos, ganhei grades nas portas. A mudança, porém, parece ter dado aos meus alunos um novo sentido: estão eles sendo cada vez mais vitimizados?

    Rabiscos

    Eu, que sempre sonhei libertar pelo conhecimento, pareço prendê-los simbolicamente na minha arquitetura. Eu, que lhes devo atenção e amparo, sequer percebi quando os rabiscos deixaram as portas do meu banheiro para povoar, em cortes profundos, a pele dos estudantes. Estamos ambos mutilados.

    Não posso me eximir da minha responsabilidade: há também violências sendo produzidas dentro de mim. Há meninos agredindo e apelidando colegas, desafiando as hierarquias. Há autoridades exaustas, algumas mais preocupadas em manter-se autoridades do que em transmitir, de fato, valores morais. E assim vão se multiplicando as microviolências que tornam meu cotidiano um fardo.

    Outro dia, ouvi um professor comentar o alerta da pesquisadora Luciene Tognetta durante uma palestra na cidade: "Violências brutas apenas têm se repetido. O que tem aumentado são as microviolências, aquelas que ninguém sabe porquê o aluno bate, não copia, atrapalha".

    Apesar das pernas cada vez mais agitadas palmilhando meu piso, sinto meus alunos cada vez mais tristes. Noto algo no olhar deles que mistura raiva com impotência. São meninos que, afogados na cultura do ouvir e do pensar nos erros que cometeram, pararam de falar. Vivem suas contradições apenas por dentro. Sem dizer o que pensam e sentem, deixam a consciência e a reparação escapar quando se deparam com o conflito. Como posso me adequar aos tempos de hoje, organizando minhas estruturas físicas e educacionais para formar meus alunos para a vida?

    OPINIÃO DO ESPECIALISTA

    Aprendizagem tem que fazer sentido ao aluno

    Quem nunca ouviu alguém falando: "Estas crianças de hoje só faltam nascer falando"? É verdade que as crianças mudaram. Mas será que a forma como somos educados está ajudando esses meninos a superarem as ondas de violência atuais? Talvez (o ensino) não esteja adequado a esses meninos e meninas que são de fato diferentes. (...) Enquanto nós estivermos enclausurados nos conteúdos escolares de química, matemática, ciências e português, sem viver os cotidianos e fazê-los relacionar seus conflitos com os problemas sociais maiores, não vamos conseguir avançar.

    Claro que esses meninos são reflexos da sociedade, que também tem uma maneira abrupta de resolver conflitos. Esses alunos vivem violências cotidianas em família cujos pais também não sabem resolver conflitos. Os pais também muitas vezes passaram por uma educação autoritária que é tão perigosa quanto a permissividade excessiva que se tem hoje. Os dois lados dão ao sujeito uma falta de sentido para a vida, e aí o sentido que eles vêm buscando está na violência e nas drogas.

    Se a sociedade passa por isso, se os alunos e os pais não conseguem resolver conflitos, alguém precisa se responsabilizar por isso. Não é assumir a responsabilidade porque sobrou para a escola, mas a instituição escolar é formadora por direito e por dever. As escolas que têm parceria com a comunidade são as que mais vêm dando certo. O diálogo com os pais é fundamental. O problema é que a família muitas vezes está perdida também.

    As incivilidades cotidianas que se manifestam como indisciplina são sinais de que esses meninos muitas vezes estão entediados por livros distantes da sua realidade, por uma aprendizagem sem significado. E aí nós culpamos esses adolescentes como se a violência deles viesse de casa, mas às vezes essas indisciplinas são características de espaços em que o professor apenas dá aula.

    Ninguém suporta ficar horas sentado escutando uma coisa que às vezes ele até já sabe ou que na verdade ele não vê sentido. Até porque a escola hoje não é mais o lugar (absoluto) do conhecimento. O conhecimento está dado também na internet. Estou dizendo que o lugar do conhecimento não é mais na escola? Claro que não. Mas aí é que está: a escola é o lugar das relações entre os conhecimentos. Os meninos trazem conhecimentos para relacionarem e produzirem conhecimento novo.

    Luciene Tognetta
    Educadora e especialista em psicologia escolar

    Bastidores

    O arquétipo da estrutura escolar narra a história
    Esta série de reportagem foi pensada para dar voz a diversos atores da comunidade escolar que, não raramente, silenciam quando o assunto é a violência que os envolve diariamente. Cada página, uma voz: da escola, do aluno, do professor, dos pais, do mediador, do Estado. Para compô-las, foram consultados 10 professores, 6 alunos, 2 especialistas em Educação, 3 mediadoras, 4 pais e 1 promotor de Justiça. Na primeira página, o arquétipo da escola vira personagem para refletir sobre seu entorno

    VATICANO EXCOMUNGA PADRE

    O Vaticano oficializou a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, 49, conhecido como padre Beto, de Bauru ( 329 km de São Paulo). O processo de...
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