22/07/2016

A Polícia Federal acionou, na quinta-feira (21), durante a Operação Hashtag, a tropa de elite Comando Operacional Tático (COT), que atuava no Rio de Janeiro, na segurança dos Jogos Olímpicos 2016, para prender os dois mais perigosos membros do Estado Islâmico do Brasil. Um desses alvos morava no Ceará, o outro, no Mato Grosso do Sul.
O cearense Daniel Freitas Baltazar, preso pela Polícia Federal na Operação Hashtag, planejava, segundo investigação, construir bombas para explodir em atentado terrorista durante os Jogos Olímpicos na Rio de Janeiro.
A Operação investiga 14 suspeitos de planejar atos terroristas no evento esportivo. No total, já foram 11 brasileiros presos na ação, um ainda está foragido. A PF já divulgou o nome dos 13 alvos da iniciativa, porém manteeve a identidade do 14º, por ser menor de 18 anos.
FBI
As informações sobre uma suposta célula terrorista ligado ao Estado Islâmico, que motivou a Operação Hashtag, partiu do FBI, agência americana de investigação.
O órgão chegou a encaminhar um documento ao governo brasileiro avisando que pelo menos seis pessoas faziam apologia ao grupo terrorista e apresentavam características extremistas.
Os seis indicados pela agência americana estão presos.
(Maurício Moreira)
A PF divulgou a relação completa das 13 pessoas que foram alvo na operação, porém não detalhou em qual estado cada um foi preso. Na relação, aparecem o nome de treze pessoas, todas envolvidas na Operação Hashtag. Um 14º alvo teve a identidade preservada por ser menor. A ação prendeu 10 pessoas:
Alisson Luan de Oliveira
Antonio Andrade dos Santos Júnior
Daniel Freitas Baltazar
Hortêncio Yoshitake
Israel Pedra Mesquita
Leandro França de Oliveira
Leonid El Kadre de Melo
Levi Ribeiro Fernandes de Jesus
Marco Mario Duarte
Mohamad Mounir Zakaria
Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo
Valdir Pereira da Rocha
Vitor Barbosa Magalhães
Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADAO
Apuração. ‘Não fiquei com nenhum centavo’, diz Abdalla
O ex-provedor da Santa Casa de São Paulo Kalil Rocha Abdalla teve os bens bloqueados pela Justiça Federal em uma ação civil pública na qual é acusado de improbidade administrativa. A irregularidade teria acontecido em um contrato firmado por ele em 2010, quando era provedor, para que a Santa Casa administrasse a Feira da Madrugada, no Brás, no centro. Se condenado, Abdalla pode ser obrigado a devolver aos cofres públicos até R$ 56 milhões, além de pagar multa.
Segundo ação movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Ministério Público Federal (MPF), em fevereiro deste ano, Abdalla usou seu cargo na Santa Casa para intermediar a transferência da administração da feira entre a Inventariança da Rede Ferroviária Federal, proprietária do terreno no Brás, e as empresas Socicam e Norman. Todos são réus.
A transação, no entanto, foi considerada irregular, pois, contrariando parecer da AGU, ignorou a necessidade de realização de licitação para definir a entidade administradora do local.
De acordo com a investigação, representantes da inventariança firmaram contrato com Abdalla em 24 de maio de 2010, transferindo a administração da feira para a Santa Casa. No dia seguinte, o ex-provedor repassou a gestão da feira para a Socicam que, por sua vez, terceirizou novamente a administração para a empresa Norman, de propriedade de Aílton Vicente de Oliveira.
Segundo a ação, agentes públicos da inventariança e da Santa Casa se uniram para viabilizar que terceiros se apropriassem de rendas da União. “Colaboraram para a formalização do negócio fraudulento” a Santa Casa e Abdalla, “que simularam o recebimento do terreno por essa entidade em cessão administrativa, cuja licitação foi indevidamente dispensada, para imediatamente transferi-lo ao já citado grupo externo. Em contrapartida, uma comissão mensal foi ajustada e paga à Santa Casa”, diz trecho da ação.
Abdalla recebia, pela Santa Casa, R$ 450 mil mensais, dos quais R$ 150 mil eram transferidos para a inventariança. A investigação mostrou, no entanto, que a administração da feira rendia à empresa Norman aproximadamente R$ 5,7 milhões por mês, valor que, em sete meses de situação irregular da feira, fizeram com que a União deixasse de arrecadar, por meio da inventariança, R$ 56 milhões, em valores atualizados.
Devolução. Na ação, AGU e MPF pedem que os réus devolvam esse valor aos cofres públicos. A Justiça determinou em abril o bloqueio dos bens dos acusados nesse valor e agora está na fase de recebimento das defesas. “Não há provas de que o Kalil recebeu recursos diretos da administração da feira, mas como ele tinha ciência do que estava fazendo ao transferir a administração para terceiros, ele também pode ser enquadrado na lei de improbidade”, diz Marina Camargo Aranha Lima, advogada da União.
Procurado pelo Estado, Abdalla disse que não viu irregularidades ao firmar o contrato e buscou apenas levantar uma verba extra para a Santa Casa, que passava por dificuldades financeiras. “Não fiquei com nenhum centavo.” Abdalla disse ainda que repassou a administração à Socicam por ela ser uma empresa de gestão de terminais de ônibus e que essa experiência poderia ser útil na gestão da feira, que recebe coletivos de comerciantes. Socicam e Santa Casa não se pronunciaram. O Estado não localizou os representantes da Norman.
Estadao.com.br -
Kalil Rocha Abdalla é acusado de improbidade administrativa e poderá ser obrigado a devolver R$ 56 milhões; ele nega ilegalidades