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quarta-feira, 10 de março de 2021

Rússia e China irão abrir uma estação espacial na Lua.

 

Representação artística da ILRS na Lua (Imagem: Reprodução/CNSA/CLEP)

Originalmente publicado em BRASIL DE FATO

Por Michele de Mello

A agência espacial russa Roscosmos e a Administração Nacional de Espaço da China (CNSA) assinaram um acordo para a criação de uma base espacial na lua.

Os governos do russo Vladimir Putin e do chinês Xi Jinping assinaram um memorando de entendimento que busca “fortalecer a cooperação, investigação e promover a exploração e o uso do espaço ultraterrestre com fins pacíficos de interesse de toda a humanidade”. Os dois presidentes asseguraram que a base lunar estará aberta a todos os seus sócios internacionais.

Segundo a Roscosmos e a CNSA, a medida abre a possibilidade de presença humana na lua a longo prazo e as primeiras expedições estão programadas para 2028.

O anúncio acontece no momento em que a Rússia se prepara para celebrar 60 anos do seu primeiro voo espacial tripulado, com Iuri Gagárin, primeiro astronauta enviado ao espaço pela missão Vostok 1, da União Soviética, em 11 de abril de 1961.

Acusação sobre "leitos fantasmas" em Sobral arma conflito entre Ivo Gomes e Capitão Wagner,Deputado denuncia que recursos enviados pelo Governo Federal não foram usados para abertura de leitos no município. Prefeito rebate acusação e diz que montante está sendo aplicado na Saúde

Malware Tekya volta a infectar a Play Store e atinge 56 apps Malware sofisticado que espiona dispositivos Android é descoberto na Play Store 24 aplicativos da Play Store são encontrados com perigoso malware "Joker"

 Pesquisadores da Check Point emitiram um novo alerta a respeito de mais um malware que conseguiu entrar na Play Store, loja de aplicativos oficial do sistema Android, e disseminar-se disfarçado como softwares legítimos. O código invasor em questão foi batizado como Clast82 e, por si só, não é perigoso — ele foi projetado justamente para agir como um “vetor” e entregar pacotes que são, de fato, maliciosos.

  • No caso, os especialistas descobriram que ele estava sendo usado para espalhar o AlienBot Banker. Como seu nome sugere, trata-se de um malware bancário, capaz de invadir contas em apps de internet banking (transpondo, inclusive, eventuais medidas de proteção como autenticação dupla). Essa instalação só ocorria depois que o Clast82 identificava o modelo do dispositivo e se comunicava com os criminosos via central de comando e controle.

“O cibercriminoso por trás do Clast82 conseguiu contornar as proteções da Google Play usando uma metodologia criativa. Com uma simples manipulação de recursos de terceiros facilmente acessíveis, como uma conta GitHub ou uma conta FireBase, ele aproveitou os recursos para desviar-se das proteções da Google Play Store”, explica Aviran Hazum, diretor de pesquisa de ameaças móveis da Check Point.

Imagem: Reprodução/Check Point

No total, o malware estava escondido em dez aplicações disponíveis na loja: Cake VPN, Pacific VPN, eVPN, BeatPlayer (em duas versões), QR/Barcode Scanner MAX, eVPN, Music Player, tooltipnatorlibrary e QRecorder. Após ser notificado a respeito do assunto no dia 28 de janeiro, o Google removeu todos os softwares infratores em 9 de fevereiro, permitindo que a Check Point revelasse a campanha.

“A capacidade do dropper de passar despercebido demonstra a importância de se ter uma solução de segurança móvel. Não é suficiente apenas escanear o aplicativo durante o período de avaliação, já que um cibercriminoso pode, e irá, mudar o comportamento do aplicativo usando ferramentas de terceiros disponíveis”, completa Aviran. Quem possui algum dos apps instalado em seu dispositivo deve removê-lo imediatamente.

Fonte: Check Point

Bolsonaro Usando máscara, sanciona lei que facilita compra de vacinas contra Covid-19

Presidente costuma criticar o uso da máscara como proteção contra a contaminação pela Covid. Demais autoridades do governo presentes à cerimônia também usavam máscaras.
Em uma cerimônia na qual ele e as demais autoridades usavam máscara, o presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira (10) a lei que facilita a compra de vacinas contra a Covid-19. Geralmente, Bolsonaro não usa máscara — nem os ministros e assessores, nas aparições públicas ao lado do presidente.

De acordo com levantamento do G1 no site de fotos da Presidência, a última vez em que Bolsonaro usou máscara em um evento oficial foi em 3 de fevereiro, na sessão solene de abertura do ano legislativo do Congresso. Desde então, houve 36 eventos oficiais em Brasília e outras cidades — entre os quais solenidades, audiências, encontros com embaixadores e formaturas — com a participação do presidente. Em todos, ele estava sem máscara, à exceção da cerimônia desta quarta.

Bolsonaro costuma questionar o uso de máscaras. Ao contrário do que afirmam médicos, cientistas e pesquisadores, diz que não há comprovação da eficiência da máscara como proteção contra a Covid. "Eficácia dessa máscara é quase nenhuma", disse em agosto.

No último dia 25, usou uma enquete alemã distorcida para criticar o uso de máscaras. Em julho, ele vetou parte de uma lei que determina o uso de máscaras em locais públicos — vetou a obrigação de uso no comércio e em escolas, igrejas e templos.

Ao ser anunciada na noite desta terça, a agenda oficial do presidente não previa o evento para sanção das leis relacionadas à vacinação. A cerimônia foi convocada na manhã desta quarta.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, durante cerimônia para sancionar projetos de lei que ampliam a capacidade de aquisição de vacinas pelo governo federal, em solenidade nesta quarta no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Bolsonaro sancionou uma medida provisória e dois projetos de lei aprovados pelo Congresso Nacional:

PL 534/2021: facilita a compra de vacinas pela União, pelos governos estaduais e municipais e pela iniciativa privada.
MP 1.026/2021: permite compra de vacinas antes de aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dá sete dias úteis para a agência decidir sobre a aprovação temporária de vacinas.
PL 2.809/2020: prorroga até 31 de dezembro de 2020 a suspensão da obrigatoriedade de manutenção de metas pelos prestadores de serviço de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, houve vetos em alguns trechos do projeto que permite a compra de vacinas por União, estados, municípios e iniciativa privada.

Durante a cerimônia, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, defendeu a adoção de medidas que tentam conter a contaminação pelo novo coronavírus.

“Use mascara, faça o distanciamento social e tenha uma boa higiene”, disse Barra Torres.

Ao discursar, Bolsonaro tirou a máscara. Ele minimizou a importância do isolamento social, recomendado por médicos e cientistas como medida profilática contra a Covid.

"A politica do lockdown adotada no passado, o isolamento ou confinamento, visava tão somente dar tempo para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI [unidades de terapia intensiva] e respiradores. O governo federal não poupou esforços, não economizou recursos para atender todos estados e municípios", afirmou.

No discurso, Bolsonaro listou atos assinados para viabilizar a vacinação e disse que o país adquiriu mais de 270 milhões de doses de vacinas, a maioria para o primeiro semestre deste ano.

O presidente reforçou a necessidade de procurar atendimento médico nos primeiros sintomas e voltou a defender o que chamou de “tratamento imediato", como o uso de medicamentos sem eficiência comprovada pela ciência contra o novo coronavírus.

Na cerimônia, Bolsonaro também sancionou uma lei que prorroga a suspensão do cumprimento de metas pelos prestadores de serviço de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto autoriza ainda a utilização da declaração do gestor local do SUS como instrumento comprobatório da prestação de serviços ao SUS para fins de concessão e renovação da certificação de entidades beneficentes na área da saúde.
O ministro Eduardo Pazuello afirmou durante a cerimônia que sem as vacinas desenvolvidas no Brasil pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan, os números da vacinação no país estariam bem menores que os atuais.

"Sem a produção da Fiocruz e do Butantan, nós hoje praticamente não teríamos vacinado ninguém. Essa é a realidade", disse Pazuello.

Na segunda-feira (8), após recusar ofertas da Pfizer, o governo anunciou que fechou acordo com a empresa para a compra de 14 milhões de doses da vacina até junho.

Em agosto de 2020, a Pfizer ofereceu ao governo brasileiro a possibilidade de comprar 70 milhões de doses da vacina que o laboratório desenvolveu, mas a União recusou. O governo vinha resistindo à compra de vacinas da Pfizer sob o argumento de que o laboratório impunha condições "draconianas".

A pasta enviou ofício à embaixada da China no Brasil para pedir auxílio para a compra de 30 milhões de doses da vacina da farmacêutica chinesa Sinopharm.

Desde janeiro, o país utiliza os imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca. No momento, o governo tenta ampliar a oferta de doses e negocia a compra de outros imunizantes, como o produzido pela Pfizer, único com registro definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O balanço da vacinação registrou nesta terça-feira (9) que 8.736.891 pessoas receberam a primeira dose de vacina (4,13% da população brasileira). A segunda dose foi aplicada em 2.975.266 pessoas (1,41% da população).

Auxílio Emergencial partir desta sexta-feira (12), todos os correntistas do banco digital Caixa Tem, da Caixa Econômica Federal, terão que atualizar seus cadastros.

  A intenção do banco é evitar ao máximo as fraudes durante o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial. O novo auxílio, que vai variar de R$ 150 a R$ 375, começará a ser pago em 18 de março.

Deverão ser incluídas informações como foto do documento pessoal (RG ou Carteira Nacional de Habilitação), comprovante de residência e uma selfie segurando o próprio documento.

Na sexta, um banner dando o passo a passo de como atualizar o cadastro vai aparecer na tela inicial do aplicativo Caixa Tem. O correntista terá que seguir as orientações escritas.

Nuvem gigante de Marte tem 1.800 km de comprimento; estudo desvenda mistério


A Arsia Mons Elongated Cloud (AMEC), nuvem gigante fotografada inicialmente por uma sonda russa nos anos 1970, está sendo estudada graças a imagens da nave europeia Mars Express, que localizou o fenômeno em 2018. A nuvem tem 1.800 km de comprimento, é formada com ventos a uma velocidade de 600 km/h e tem se repetido todos os anos em torno do solstício do sul de Marte.

O fenômeno dura até duas horas e meia antes de se dispersar e acontece diariamente por 80 ou mais dias no planeta vermelho. É muito difícil observar a Arsia Mons Elongated Cloud devido a mudança da atmosfera marciana e as dificuldades de observação em órbita, mas a espaçonave da Agência Espacial Europeia conseguiu o feito graças a ferramenta Visual Monitoring Camera (VMC), mais conhecida pelo apelido de Mars Webcam.

Câmara dos Deputados, Aprovou hoje pela a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 186/19 formaliza a nova fase do auxílio emergencial para minimizar impactos econômicos da pandemia de Covid-19, mas não contempla a maior parte das 3,8 milhões de famílias de pequenos produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos consumidos no Brasil.

 Voto contra o auxílio emergencial: deputados federais do Ceará explicam decisão de rejeitar PEC

Parte da bancada cearense se preocupa em deixar claro que negativa não é pelo auxílio emergencial. Os parlamentares argumentam que discordam do valor proposto pelo Governo Federal

Para amparar o setor durante a pandemia, o Congresso Nacional aprovou, em julho, a lei 14.048/20, Lei Emergencial da Agricultura Familiar, que teve vetados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda em agosto, os dispositivos que previam os recursos de amparo ao setor. Além de cinco parcelas de R$ 600 reais, para auxílio às famílias, a lei também previa recursos de fomento emergencial, com aporte de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil, conforme a composição familiar, para compra de insumos a serem usados para produção de alimentos.

Gravemente afetados pelos impactos das medidas de restrição impostas pelas autoridades durante o estado de calamidade pública, produtores viram o fechamento de feiras, mercados, quitandas e outros pontos de venda reduzir drasticamente a renda familiar. Em algumas regiões, a estiagem e a falta de insumos agravou a situação das famílias camponesas.

Segundo movimentos do campo, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a derrubada dos vetos do presidente à Lei 14.048/20 ou a criação de outras formas ágeis de amparar o setor é necessária porque os produtores deixaram de recorrer ao auxílio emergencial com medo de perder a previdência rural. A lei específica para o setor garantiu a não descaracterização da condição de segurado especial àqueles que receberão o benefício.

Com pouco espaço na grande imprensa, os movimentos do campo vêm se manifestando e buscando dar visibilidade à situação de risco em que se encontra a produção rural de alimentos em todo o país.

CÂMARA FEDERAL ELEGE SUAS DEZ COMISSÕES PERMANENTES


Dez comissões permanentes da Câmara dos Deputados elegeram seus presidentes na manhã desta quarta-feira (10). Elas voltarão a funcionar na semana que vem, em regime semipresencial, depois de um ano paradas em razão da pandemia de Covid-19. As outras 15 comissões elegerão seus presidentes nesta quinta-feira (11).
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) comemorou no Plenário a eleição de deputadas à presidência de comissões, com destaque para a deputada Flávia Arruda (PL-DF), primeira mulher eleita na Comissão Mista de Orçamento, e a deputada Bia Kicis (PSL-DF), primeira mulher eleita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. "Isso não é pouca coisa. Cada deputada que assume espaço de comando e decisão reflete o que se espera de um Brasil com mais justiça social e equilíbrio. Não somos a minoria", disse ela.

Confira os resultados da eleição em cada colegiado.
Bia Kicis é eleita presidente da Comissão de Constituição e Justiça

Aureo Ribeiro é eleito presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle

Júlio Cesar é eleito presidente da Comissão de Finanças e Tributação

Professora Dorinha é eleita presidente da Comissão de Educação

Otto Alencar Filho é eleito presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico

Aline Sleutjes é eleita presidente da Comissão de Agricultura

Cristiano Vale é eleito para presidir Comissão de Integração Nacional

Desenvolvimento Urbano elege deputado José Priante

Afonso Motta é o novo presidente da Comissão de Trabalho

Aliel Machado é o novo presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia

BRASIL CHEGA A 2.286 MORTOS E PASSA DOS EUA FICANDO EM PRIMEIRO LUGAR EM NÚMERO DE MORTOS

+ Bate novo recorde de mortes por Covid-19 com 2.286 registros em 24 horas

Pandemia no Brasil
O Brasil vive o pior momento desde o começo da pandemia. Nesta quarta-feira (10/03/2021), o país registrou 2.286 óbitos em razão da Covid-19 nas últimas 24 horas e ultrapassou os Estados Unidos em número de mortes em um dia. No total, 268,5 mil óbitos já foram contabilizados no país em razão da doença desde o início da pandemia.

Também já são 48 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, 12 dias acima de 1,1 mil, e pelo décimo dia a marca aparece acima de 1,2 mil. Foram 11 recordes seguidos desde o dia 27 de fevereiro.

Em casos confirmados, média móvel dos últimos 7 dias foi de 68.167 novos diagnósticos - a maior média de casos desde o começo da pandemia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 11.125.017 novos casos.

+ Ceará, quatro pessoas morreram no mesmo período, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Estado tem 12.014 óbitos confirmados.


Fake News: checar dados é estratégia para não se deixar enganar


+ Uma a cada três mortes por Covid na área da saúde no Ceará é de profissionais da enfermagem

+ Técnicos, auxiliares e enfermeiros já somam 17 dos 50 óbitos de trabalhadores da saúde no Estado, e também são os mais infectados pelo coronavírus durante a pandemia.

30 pessoas morrem com covid-19 à espera de vaga na UTI em São Paulo O estado de São Paulo registra maior número de mortes por covid-19 desde o início da pandemia

IRPF: Projeto prorroga prazo de entrega da declaração para julho Para deputado, não existe justificativa plausível para fazer contribuintes saírem de casa para buscar os documentos necessários para a declaração do imposto de renda.

 IRPF: Projeto prorroga prazo de entrega da declaração para julho

Para deputado, não existe justificativa plausível para fazer contribuintes saírem de casa para buscar os documentos necessários para a declaração do imposto de renda.

COVID-19 - Negociação de vacinas com a Pfizer teve duelo no governo e pressão de empresários

A foto retrata o lance final de oito meses de idas e vindas nas conversas entre o governo federal e a farmacêutica Pfizer em torno da encomenda de vacinas contra a Covid-19. Depois de muito impasse e negociação, Jair Bolsonaro não só aceitou se reunir com os representantes da multinacional, como também se comprometeu a comprar as vacinas.

Foi uma virada significativa para quem, até outro dia, desdenhava do negócio, dizendo que, se alguém tomasse a vacina e virasse "jacaré", ficaria sem indenização. Apresentada internamente como uma vitória do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a reunião foi comemorada por parlamentares, ministros e pelo próprio presidente da República, que divulgou a foto em suas redes.

Para quem acompanhou todo o processo de perto, porém, eram as ausências que mais chamavam a atenção. Fora da reunião (e da foto) estavam dois dos personagens que mais se digladiaram nos bastidores por causa da Pfizer: o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que era contra a encomenda de vacinas, e o secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, que defendeu a empresa dentro do governo durante meses.

No auge da disputa, Wajngarten acusou o ministro de incompetente e displicente, e Pazuello acusou o secretário de estar recebendo dinheiro para fazer lobby pela vacina da multinacional.

Na hora da reunião com a Pfizer, Pazuello estava no Rio de Janeiro, visitando a fábrica de vacinas da Fiocruz. Wajngarten, numa comitiva oficial enviada a Israel para conhecer um spray nasal que supostamente ajuda a combater a Covid. De acordo com auxiliares de Bolsonaro e parlamentares envolvidos nas conversas sobre vacinas, os dois saem tão chamuscados da briga interna que foi até conveniente que estivessem longe de Brasília.

Tudo começou em setembro, quando Wajngarten contou a interlocutores ter sido procurado por um empresário amigo que tinha uma queixa: o presidente mundial da Pfizer, Albert Bourla, esperava desde julho por uma resposta a um email enviado ao ministro da Saúde, oferecendo-se para fornecer vacinas ao governo federal.

Com a justificativa de resolver o impasse, o secretário de comunicação fez contato direto com a farmacêutica sem consultar Pazuello. Depois disso, passou a dizer, tanto no governo quanto fora dele, que o ministro era displicente e estava se amarrando a burocracias sem sentido no meio de uma pandemia.

Em agosto, a Pfizer enviou uma proposta formal ao governo. Mas Pazuello dizia que a quantidade de doses que a farmacêutica previa entregar – cerca de 500 mil por mês a partir de dezembro, chegando a 70 milhões no final de 2021 – era insuficiente para as necessidades do Brasil. O ministro também sustentava que a minuta de contrato apresentada pela multinacional continha exigências impossíveis de serem cumpridas pelo poder público.

Uma dessas cláusulas previa que o foro para ações judiciais relativas a possíveis efeitos colaterais da vacina deveria ser no exterior, não no Brasil. Além disso, a empresa queria que fossem feitos depósitos ou reserva financeira para o pagamento de indenizações de valor equivalente ao gasto na compra de doses – o que obrigaria o governo a reservar pelo menos 700 milhões de dólares. A Pfizer queria, ainda, que o governo a isentasse de responsabilidade sobre eventuais efeitos adversos provocados pela imunização.

Eram cláusulas que nem o Butantan, responsável pela Coronavac, nem a Fiocruz, responsável pela vacina da AstraZeneca/Oxford, faziam. Olhando em retrospectiva, alguns colegas de Pazuello no governo dizem acreditar que ele apostava que a Fiocruz seria capaz, sozinha, de atender todo o país.

Por um momento, até pareceu que as negociações destravariam. Foi em 7 de dezembro, quando João Doria, governador de São Paulo e desafeto de Bolsonaro, convocou uma entrevista coletiva para informar que a vacinação em seu estado começaria em 25 de janeiro. A notícia acendeu um alerta no Planalto.

Enquanto Bolsonaro ainda duelava com o vírus, Doria tinha um plano. Mesmo os aliados do presidente que diziam que o governador havia passado dos limites nas críticas a Bolsonaro reconheciam que ele tinha marcado pontos com a iniciativa.

No fim daquele dia, Pazuello interrompeu uma reunião que ocorria no ministério entre os técnicos e representantes da Pfizer, dizendo que vinha do Palácio do Planalto uma ordem para negociar. “Nós sabemos o que tem no contrato de vocês, não somos tolos, mas a ordem veio do presidente”, disse o ministro, visivelmente contrariado, segundo um dos presentes.

As cláusulas contratuais, porém, continuavam incomodando não só Pazuello, mas também Paulo Guedes e o próprio presidente. Perto do Natal, Bolsonaro declarou, num evento: "Lá no contrato da Pfizer está bem claro: nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito secundário. Se você virar um chi… um jacaré, o problema é de você, pô".

Sputnik V promete milhões de doses de vacina, mas esconde o jogo na fábrica

Mas Wajngarten não desistiu. Continuou arregimentando aliados entre empresários bolsonaristas para pressionar pela compra da vacina. Irritados com a intromissão, os ministros militares compraram a briga de Pazuello e passaram a dizer, no Palácio, que o secretário trabalhava contra o ministro da Saúde a soldo da Pfizer. Wajngarten soube da história. Depois disso, ele e Pazuello nunca mais se falaram. Por um tempo, o secretário se recolheu, mas, em fevereiro, voltou a campo.

No dia 22 de fevereiro, quando finalizavam o projeto de lei que resolveria o impasse com a Pfizer, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) receberam mensagens de Wajngarten.

O secretário de comunicação criticava a decisão “equivocada” de Pazuello de deixar a Pfizer de fora das negociações e se ofereceu para apresentar os executivos da companhia aos senadores. Na época, Wajngarten chegou a visitar ministros do Supremo, falando em favor da compra das vacinas da Pfizer e da Janssen.

Àquela altura o Brasil registrava mais de 10 milhões de casos de Covid-19 e 247.276 mortes. E Wajngarten já fora ultrapassado pelo próprio Pacheco, que levou o filho 01 do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, a uma reunião com Pazuello no ministério da Saúde.

No encontro, o presidente do Senado argumentou que o empresariado estava fazendo muita pressão pelas vacinas e disse que o tema havia deixado de ser ideológico. Segundo Pacheco e Flávio, até mesmo a base mais fiel a Bolsonaro no Congresso já queria destravar a compra.

Só aí Pazuello cedeu. No início de março, o Congresso aprovou a lei de Randolfe e Pacheco autorizando o governo federal, estados e municípios a assumirem os riscos de efeitos adversos da vacina, como requisitou a Pfizer. Pelas novas condições, serão entregues 100 milhões de doses neste ano, por 10 dólares cada. Um seguro no exterior também está para ser contratado para pagar eventuais indenizações, como parte das exigências da farmacêutica.

Mas, dado o histórico do caso, nem os ministros envolvidos, nem os parlamentares e muito menos os executivos da Pfizer conseguiram relaxar. Apesar da foto e do vídeo garantindo a encomenda, todos sabem que a fatura só estará liquidada quando Bolsonaro de fato sancionar a lei que receberá do Congresso e o ministro da Saúde finalmente colocar sua assinatura no contrato – isso se nem Pazuello e nem Bolsonaro mudarem, de novo, de opinião.

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