Passado o Carnaval, o
jogo político no Ceará recomeça com mais intensidade. O combustível do
mês de março na corrida sucessória deve ser a divulgação da primeira
pesquisa eleitoral sobre a sucessão estadual em 2014. São simulados
cenários para o governo e o senado, nos quais figuram os principais
nomes da base do governador Cid Gomes (Pros), além de adversários como o
senador Eunício Oliveira (PMDB) e a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne
Lins (PT), para o Executivo.
A pesquisa realizada pelo
instituto Vox Populi a pedido da Confederação Nacional dos Transportes
(CNT) foi feita em 70 municípios, inclusive Fortaleza, entre 22 e 25 de
fevereiro. A divulgação do resultado podia ocorrer a partir de ontem.
Na
lista de prováveis candidatos ao governo incluídos na sondagem estão o
vice-governador Domingos Filho (Pros), Eunício Oliveira, a secretária
estadual da Educação, Isolda Cela (Pros), o ex-ministro Leônidas
Cristino (Pros), Luizianne Lins, o deputado estadual Mauro Filho (Pros) e
o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque
(Pros). A pesquisa simula cenários, inclusive, com candidatos tanto de
PT quanto de PMDB e Pros, panorama defendido por Luizianne.
Em
relação à disputa pelo Senado, possível pretensão de Cid Gomes, a
pesquisa inclui o presidente do honra do PDT no Ceará, Flávio Torres, o
senador Inácio Arruda (PCdoB), o deputado federal José Guimarães (PT), a
pré-candidata ao governo, Nicole Barbosa (PSB), o ex-prefeito de
Maracanaú Roberto Pessoa (PR) e o ex-senador Tasso Jereissati. Caso
tenha interesse de disputar o Senado, Cid terá de se afastar do
Executivo até abril, prazo final para a desincompatibilização.
A
pesquisa também medirá o poder de influência que Cid Gomes, Eunício
Oliveira, Tasso Jereissati e o secretário estadual da Saúde, Ciro Gomes,
podem ter caso apoiem algum candidato.
Articulações
“Esse
período é de fortes articulações internas”, afirmou José Guimarães, que
tem reuniões agendadas com prefeitos e deputados petistas até o fim
desta semana. O presidente do PSB Ceará, Sérgio Novais, também destacou
agenda intensa do partido para discutir pré-candidaturas e aliados.
Sobre a inclusão do nome de Nicole na disputa pelo senado ao invés do
governo, Novais disse lamentar. Giovanna Cartaxo, pré-candidata do PSB
ao Senado, não faz parte da pesquisa a ser divulgada.
Jéssica Welma
Os números das estatísticas não mentem jamais. Será?
Como são feitas as pesquisas e as estatísticas.por Thereza Venturoli
Fulano está com 34% de intenções de voto.
Fome atinge 32 milhões de brasileiros.
São realizados 4 milhões de abortos por ano no Brasil.
O
homem nem sequer sonhava com eleições de massa, contabilização da
miséria ou de abortos quando Santo Agostinho, no século VI, alertou os
bons cidadãos contra os matemáticos e todos aqueles que fazem profecias
vazias. Segundo Agostinho, o perigo é que eles tenham feito um pacto
com o Diabo para obscurecer o espírito e manter o homem no cativeiro do
Inferno.
Pactos demoníacos à parte, ainda hoje é com uma boa
dose de ceticismo que o brasileiro encara as chamadas estatísticas. Não
importa o que pretendam retratar como vai a saúde ou a economia do
país, o que pensa ou como se comporta a população , os grandes números
calculados por órgãos oficiais ou institutos particulares são, senão
diabólicos, pelo menos muito misteriosos.
A desconfiança tem seus
motivos. O brasileiro está se acostumando a assistir a infindáveis
bate-bocas sobre a validade dos números que lê. Até parece que atrás de
uma pesquisa corre sempre uma polêmica. Quando dois especialistas falam,
os que não são do ramo abaixam a orelha. Assim, quem não conhece a
metodologia, não sabe o que é variável e nunca viu de perto a tal margem
de erro, fica nadando num mar de dúvidas.