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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A DU TO RA



LATERAIS E ADUTORAS
Uma tubulação em irrigação pode, conforme a finalidade, ser designada como
adutora, ramal ou lateral. A adutora é aque
la tubulação que vai da bomba até a área a ser
irrigada. Normalmente é a tubulação de maior diâmetro. Os ramais são aquelas tubulações
que conduzem água para os diferentes setore
s a serem irrigados. E a lateral é aquela
tubulação onde estão conectados os emissores, sejam eles aspersores, gotejadores ou
microaspersores. Como pode ser deduzido, uma lateral possui vazão variável. No primeiro
trecho é conduzida a vazão que atende a todos os emissores. No segundo trecho, após o
primeiro emissor, é conduzida a vazão total menos a vazão do primeiro emissor. No último
trecho é conduzida a vazão do último emissor apenas.
MATERIAIS EMPREGADOS EM TUBULAÇÕES
1.
PVC (cloreto de polivinila)
Os tubos de PVC são bastante práticos po
is são leves e seu custo é relativamente
baixo. Existem tubos com diferentes espessuras com finalidade de tolerarem maior
pressão. As classes de pressão são designadas em geral como PN40, PN60, PN80,
PN100, PN125... o que significa que toleram até 40mca, 60mca, 80mca.....
O diâmetro externo dos tubos PN40, PN60... é o mesmo. A espessura é,
obviamente, diferente. O diâmetro interno é portanto variável. Dessa maneira, as
conexões (joelho, luva, tê...) servem a todos os tubos de um mesmo diâmetro
nominal, porém de classes de pressão diferentes.
Alguns tubos PVC são fabricados com dimensões especiais, para substituírem
tubulações de ferro fundido ou
para utilizar as conexões
de ferro fundido existentes
no mercado e com alta resistência. Esses tubos recebem a designação defofo
(diâmetro equivalente ao ferro fundido). O quadro a seguir apresenta as dimensões
comerciais mais comuns no mercado brasileiro.
DN (mm) DE (mm) DI (mm) PN60 DI (mm) PN80 DI (mm) PN125
100 118 112,6 118,8 108,4
150 170 162,2 161,2 156,4
200 222 212,0 210,4 204,2
250 274 261,6 259,8 252,0
300 326 311,2 309,0 299,8
DN: diâmetro nominal, DE: diâmetro externo, DI: diâmetro interno
Além dos tubos defofo, existem tubos irrigação muito usados na irrigação localizada
com classe de pressão PN40 (40 mca) com os seguintes diâmetros em milímetros (DN/DI):
(35/35,7), (50/48,1), (75/72,5), (100/97,6). Embora a tabela acima apresente diâmetros de
até 300mm, já existe no mercado brasileiro a partir de 2003, tubos com diâmetro de 400 e
500mm.2.
polietileno - Os tubos de polietileno são muito utilizados na irrigação por gotejamento,principalmente nas laterais. As seguint
es dimensões em milímetros são comuns
(DN/DI): (12/10,5), (16/13,8), (17/14,8),
(20/18,2). Os tubos de polietileno também
têm classe de pressão como PN25, PN40, etc.
Também são utilizados como microtubos
para abastecer microaspersores com diâmetro externo de 6mm e diâmetro interno de
4mm. Também são utilizados como tubos de comando para conduzir água dos
solenóides até as válvulas hidráulicas.
Em geral têm diâmet
ro externo de 8mm e
interno de 5mm.
3.
Aço zincado (AZ)
São tubos de aço revestidos com uma ca
mada de zinco para proteção contra
ferrugem. São muito utilizados em adutoras que trabalham sob classe de pressão
elevada, quando o PVC não é recomendável. Os tubos AZ também são utilizados
em conjuntos pivô central. Os diâmetros mais comuns são de 6, 8, 10, 12 e 14
polegadas (150, 200, 250, 300 e 350mm). A foto apresentada na seção Tipos de
Juntas/flange ilustra um tubo de aço zincado.
4.
Ferro galvanizado
São tubos de ferro revestidos com uma camada de zinco. Na
irrigação são empregados apenas em conexões como ilustra a
figura ao lado:
5.
Ferro fundido (fofo)
São tubos de ferro fabricados em fundição. O ferro derretido
é colocado em fôrmas para produção dos tubos. São muito pesados e seu uso em
irrigação é bastante raro. Apenas as conexões são bastante empregadas para
conectar os tubos PVC linha defofo.
TIPOS DE JUNTAS
1.
Engate rápido

2.Junta soldável
Esta junta consiste basicamente em lixar a ponta e a bolsa a serem coladas. A cola é
na verdade uma pasta que funde (derrete) o PVC, unindo as partes. Para que a cola
possa aderir bem, recomenda-se lixar as partes a serem soldadas. Existe ainda umasolução limpadora que permite melhorar ainda mais as condições para solda pois remove as impurezas 3..Junta elásticaEsta junta é bastante interessante pois permite que um tubo possa se deslocar dentro do tubo subseqüente. Este fato permite a expansão e contração de redes adutorasconferindo maior flexibilidade.Este tipo de junta também é interessante quando trata-se de tubos de grande diâmetro que quando unidos por cola costumam se soltar.Flange A junta tipo flangeada é a união dos tubos com parafuso e porca. Entre os flanges
coloca-se um anel de encosto (borracha). É preciso cuidado ao escolher os flanges das conexões pois existem duas normas comuns no mercado (ANSI e DIN). Anorma DIN é mais empregada no Brasil e na Europa enquanto a norma ANSI é bastante utilizada nos Estados Unidos 5.Rosca Esta junta consiste em rosquear os tubos no interior da luva (conexão que une ostubos). Os tubos e conexões unidos por junta tipo rosca são raros pois requer muito tempo para sua execução. Para evitar vazamentos, recomenda-se enrolar a rosca com uma fita de material teflon, mais comumente conhecida como fita veda rosca.Cerca de 10 voltas são suficientes para uma boa vedação.DIMENSIONAMENTO DE ADUTORASO critério básico para dimensionar uma adutora é o da velocidade máxima, que não deve ultrapassar 2 m/s, equivalente a 7200 m/h.Este limite é estabelecido para evitar:Sobrepressão elevada quando há interrupção do fluxo (golpe de Aríete)Vibrações na tubulação que reduzem a vida útilPerda de pressão excessiva já que a mesma é diretamente proporcional à velocidade da água Costuma-se também estabelecer um limite mínimo de velocidade para evitar a deposição de partículas que possam estar presentes na água. Em geral, 0,5 m/s é suficiente.Como a seção transversal dos tubos é circular, o diâmetro interno mínimo pode ser obtido através da expressão:I (mm)  0,42 * Q0,5 Onde Q é a vazão em litros por hora. Por exemplo, podemos calcular o diâmetro interno de uma tubulação para transportar 20 m3/h, ou seja 20000 l/h: DI (mm) > 0,42 * 20000 0,5 DI > 59,4 mm Seria preciso verificar, obviamente, qual o tubo omercial que pode fornecer o
diâmetro calculado acima. Além de calcular o diâmetro interno de uma tubulação, também temos que avaliar asperdas de pressão que ocorrem ao longo dessa tubulação, com objetivo determinar qual deve ser a pressão na entrada para que seja possível entregar noal da adutora a vazão correta, na pressão certa.com base na equação de Hazen
Williams (válida para diâmetros superiores
a 75mm e fluxo turbulento = Número de
Reynolds > 50000). Essas condições são facilmente obtidas quando se estabelece a
velocidade limite de 2 m/s.
Hf = 3163 * L * (Q/C)
1,852
/ D
4,87
Onde hf é a perda de carga em metros de coluna de água (mca), L é o comprimento
da tubulação em metros (m), Q é a vazão em litros por hora (l/h) e D é o diâmetro
interno da tubulação em milímetros (mm)
. C representa o coeficiente de Hazen
Williams, que descreve matematicament
e a rugosidade do tubo. Para tubos
plásticos seu valor é de 140 a 145 enquanto para tubos de aço zincado seu valor é de
135 a 137.
Exemplo: Calcular a perda de carga de uma adutora de PVC com 300 mm de
diâmetro interno, que transporta 480 mil litros por hora num comprimento de 1000
metros.
Hf = 3163 * 1000 * (480000/145)
1,852
/ 300
4,87
Hf = 9,02 mca.
É importante ressaltar que a pressão na entrada de uma adutora deve ser tal que possa
superar a pressão requerida no final, a perda de
carga ao longo da mesma, e o desnível entre
a entrada e a saída. Por exemplo, se a adutora acima fosse acionar um aspersor canhão que
requer 50 mca para seu funcionamento, localizado numa posição 15 metros acima,
Pentrada = pressão de operação + perda de carga + desnível
Pentrada = 50 + 9,02 + 15 Pentrada = 74,02 mca.
DIMENSIONAMENTO DE LATERAIS
O critério de dimensionamento de uma lateral é tal que a perda de carga ao longo da
lateral não deve ultrapassar 55% da perda ad
missível no setor sendo irrigado. A perda
admissível no setor deve ser de no máximo 20% da pressão de operação dos emissores
instalados na lateral. Este critério implica, para laterais na horizontal, que a perda de carga
deva ser inferior a 11% da pressão de operação do emissor. Este critério é bastante
empregado em países como Estados Unidos, Espanha e Israel. No Brasil, alguns técnicos
ainda insistem em utilizar como critério que a
perda de carga ao longo
da lateral não deva
superar 20% da pressão de operação, o que nos parece uma perda excessiva.
O limite de 20% da pressão de operação
no setor é bastante interessante porque
garante, para emissores cuja vazão é diretamente proporcional à raiz quadrada da pressão,
um limite de 10% aproximadamente de variação na vazão. Isto nos leva a refletir que o
critério é na verdade não permitir que a vazão, dentro de um mesmo setor sendo irrigado,
não varie mais que 10% da vazão média. Assim, a quantidade de água aplicada a todas as
plantas será bastante similar, assim como
a quantidade de adubos aplicados caso haja
fertirrigação.
Por isso, para dimensionar uma lateral esta
beleça antes a perda de carga tolerável.
Para calcular a perda de carga, aplica-se muito a equação Universal (Darcy Weisbach)
Hf = f (L/D) (V
2
/2g)
Para fluxo em laterais, do tipo laminar, Blasiu
s sugere que o fator de perda de carga (f) seja
calculado como:
f = 0,32 / Nr
0,25
onde Nr = V D /
ν
onde n é a viscosidade da água (0,000001 m2/s para 20 graus de temperatura).
Combinando as equações acima obtém-se numa forma mais simples:
hf (mca) = 0,47 * L * Q
1,75
/ D
4,75
onde L é o comprimento (m), Q é a vazão em li
tros por hora (l/h) e D é o diâmetro interno
em milímetros (mm). Esta equação é válida para temperatura da água de 20 graus. Para
temperatura de 25 graus a perda de carga seria 2,8% menor.
Cabe ressaltar que a vazão ao longo de laterais é variável já que em intervalos regulares
existem emissores liberando água. Assim, a vazão máxima ocorre no início da lateral e a
vazão do último trecho é apenas a vazão do último emissor. Como a vazão é variável, a
equação de perda de carga acima poderia superestimar a perda de carga. Para isto aplica-se
um fator de correção (F) designado como fator de múltiplas saídas. Este fator pode ser
calculado como:
F = 1 / (m + 1) + 1 / (2 * N) + (m – 1)
0,5
/ (6 * N
2
)
Onde N é o número de saídas (número de emissores) e m é o expoente da vazão na equação
de perda de carga. Caso seja empregada a equação de Hazen Williams, m = 1,852. Caso
seja empregada a equação acima m = 1,75.
Por exemplo, dimensionar uma lateral para abastecer 10 aspersores de 700 l/h cada,
espaçados entre si de 12 metros e operando com pressão média de 20 mca. A lateral teria
então 120 metros de comprimento e vazão total de 7000 l/h.
Neste caso, adotando 11% da pressão de operação como perda tolerável, temos:
Hf < 0,11 * 20 ou seja menor que 2,2 mca.
O fator de múltiplas saídas seria:
F = 1 / (1,75 + 1) + 1 / (2 * 10) + (1,75 – 1)
0,5
/ (6 * 10
2
)
F = 0,415
Experimentando tubulação DN35 PN40 (DI = 35,7)
Hf = 0,47 * 120 * 7000
1,75
/ 35,7
4,75
Hf = 12,73 mca
Aplicando-se o valor de F, Hf = 12,73 * 0,415, ou seja: Hf = 5,28 mca (muito acima de 2,2
mca que é o permitido)
Experimentando tubulação DN50 PN40 (DI = 48,1)
Hf = 0,47 * 120 * 7000
1,75
/ 48,1
4,75
Hf = 3,09 mca
Aplicando-se o valor de F, Hf = 3,09 * 0,415, ou seja: Hf = 1,28 mca (abaixo de 2,2)
Portanto, escolheríamos tubulação DN50 para esta lateral. 
V.1. Definição É o conjunto de encanamentos, peças especiais e obras de arte destinados a promover o transporte da água em um sistema de abastecimento entre
  • captação e reservatório de distribuição;
  • captação e ETA;
  • captação a rede de distribuição;
  • ETA e reservatório;
  • ETA e rede;
  • reservatório à rede;
  • reservatório a reservatório.
V.2. Classificação
  • de acordo com a energia de movimentação do líquido: gravidade, recalque e mista;
  • de acordo com o modo de escoamento do líquido: livre, forçada e mista;
  • de acordo com a natureza da água: bruta e tratada (Figura V.1).
Figura V.1 - Esquema da terceira adutora de Campina Grande
V.3. Vazão de dimensionamento
  • adução contínua sem reservatório  Q = K1. K2. q . P / 86 400 (l/s);
  • adução contínua com reservatório  Q = K1 . q . P / 86 400 (l/s).
  • adução descontínua com reservatório  Q = K1 . q . P / n . 3 600 (l/s) para "n" horas de funcionamento diariamente.
V.4. Dimensionamento hidráulico para escoamento livre (líquido escoando com superfície livre a pressão atmosférica local - canais a céu aberto, galerias, etc) Chezy: ,
Manning: C = R 1/6. n-1
Velocidade: V = R 2/3 . J 1/2 . n-1,
com limites em função da qualidade do líquido e do material de revestimento das paredes do conduto, por exemplo mínimas de 0,45 m/s para água bruta e de 0,15 m/s para água limpa (tratada). Para outros limites consultar Tabelas 14.4 e 14.5 do Manual de Hidráulica de Azevedo Netto, 7a edição.
V.5.  Dimensionamento hidráulico para escoamento forçado 
Com o líquido escoando a pressão diferente da atmosférica externa ao conduto, por exemplo nos recalques, sucções, sifões, trechos com ponto final mais alto etc, recomenda-se trabalhar com velocidades entre 0,60m/s e 0,90m/s. Quando a pressão interna for maior, velocidades superiores a 1m/s em geral requerem justificativas técnicas, especialmente com rigoroso cálculo do golpe de aríete e seus dispositivos de amortecimento.
- Linha piezométrica
a) Fórmula de Darcy (apresentação americana)
J = f. [V2/(2g.D)] = [8f /(g.p2)] . (Q2/D5 )
onde "f" é determindo pela expressão semi-empírica de C. F. Colebrook, divulgada em 1938,

onde K é a rugosidade equivalente (TABELA III.1), ou seja, tamanho das asperezas, e K/D é a rugosidade relativa, grandeza esta de grande significado para se analisar a confiabilidade de uma expressão para cálculo das perdas. Esta equação também é conheccida como Equação Universal de Perdas de Carga.
b) Opicionalmente, em predimensionamentos,  Hazen-Williams (aplicada tradicionalmente para diâmetros de 50mm a  3500mm)
J = 10,643.C-1,85. D-4,87. Q 1,85
com os valores de "C" devidamente estimados (TABELA III.3).
- Predimensionamento para recalque
  • para adução contínua: D = 1,2 . Q1/2 (fórmula de Bresse )
  • para adução descontínua: D = 1,3 . (X/24)1/4. Q 1/2, X menor que 24 horas (fórmula de Forchheimer ).
Notas
- Jaques Antoine Charles Bresse (1822-1883), nascido em Vienne, Isère, professor de Matemática em Paris.
- Philipp Forchheimer (1852-1933), natural de Vienna, Áustria, professor de Hidráulica em Aachen e Graz. - Potência
P =  g . Q . H para Q em m3/s ou P =  Q . H / 75 para Q em L/s e P em CV.

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Linhas adutoras e órgãos acessórios
8 LINHAS ADUTORAS E ÓRGÃOS ACESSÓRIOS
8.1 Generalidades
Adutoras – destinam-se a conduzir água entre unidades que precedem a rede distribuidora.
Não possuem derivações para distribuição, porém pode haver ramificações (subadutoras).
Traçado das adutoras – deve-se levar em consideração a topografia, as características do solo e as facilidades de acesso.
Evitar regiões acidentadas – encarece a construção e gera pressões elevadas nos pontos baixos.
8.2 Classificação das adutoras
8.2.1 Quanto à natureza da água transportada a) adutoras de água bruta b) adutoras de água tratada
8.2.2 Quanto à energia para a movimentação da água 8.2.2.1 Adutoras por gravidade a) em conduto forçado
Figura 8.1 b) em conduto livre ou aqueduto
Figura 8.2 c) combinação de conduto forçado e livre
Figura 8.3
8.2.2.2 Adutoras por recalque a) único recalque
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Figura 8.4 b) recalque múltiplo
Figura 8.5 8.2.2 Adutoras mistas
Figura 8.6
8.3 Dimensionamento hidráulico das adutoras por gravidade 8.3.1 Valores intervenientes
Há necessidade do conhecimento prévio dos seguintes elementos:
a) Vazão de adução(Q) ® calculada em função da população e quota per-capta b) Comprimento (L) e desnível - dados físicos c) Material do conduto (coeficiente C de Hazen-Williams ou k da fórmula universal)
Geralmente, essas duas fórmula são utilizadas para o dimensionamento das adutoras.
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Exercício-exemplo 8.1: Uma adutora interligando 2 reservatórios distanciados entre si de 4820 m, deverá veicular uma vazão média de 150 l/s. Os níveis médios de água nesses reservatórios correspondem às cotas altimétricas de 237,45 m e 215,73 m, respectivamente.
Determinar: a) o diâmetro dessa adutora admitindo ser a mesma de cimento-amianto (C=140); b) a vazão efetiva que pode aduzir e a velocidade correspondente. Solução:
DH = 237,45 – 215,73 = 21,72 m m/m L
Q D0,367 m
Adota-se diâmetro comercial imediatamente superior, ou seja, D = 0,40 m. Vazão efetiva:
Q V \ V = 1,50 m/s
8.3.2 Aspectos a serem considerados
- As perdas localizadas são desprezadas (muito pequenas quando comparadas com as perdas distribuídas);
- A linha piezométrica (L.P.) deve ficar acima da tubulação (para evitar pressão negativa);
- Quando houver possibilidade de ocorrer pressões dinâmicas ou estáticas excessivas, dividir a adutora em trechos à intercalar reservatórios à quebra de pressão.
Figura 8.7 – Adutora de gravidade com caixas de quebra de pressão.
Linhas adutoras e órgãos acessórios
a) b)
Figura 8.8 – a) Pressão dinâmica de serviço; b) Pressão estática com registro na extremidade de jusante.
8.4 Dimensionamento hidráulico das adutoras por recalque 8.4.1 Valores intervenientes
Os seguintes elementos devem ser conhecidos: a) Vazão (Q); b) Comprimento (L); c) Desnível a ser vencido (Hg); d) Material do conduto.
Determinar o diâmetro D do concreto e a potência P da bomba.
Figura 8.9 – Adutora por recalque. Há infinidade de pares de valores de D e P.
8.4.2 Solução de casos práticos
Condição de mínimo custo à Fórmula de Bresser: QKD= (K @ 1,2).
Perda de carga distribuída (DH) à Fórmula de Hazen-Williams. Hm = Hg + DH
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Exercício-exemplo 8.2: Determinar o diâmetro de uma adutora de recalque com uma extensão de 2.200 m destinada a conduzir a vazão de 45 l/s, vencendo um desnível geométrico de 51 m.
Tubulação de ferro fundido: C = 100; hB = 0,62 Solução:
m/m DC
DH = J x L = 0,0059 x 2.200 = 12,98 m Hm = 51,0 + 12,98 = 63,98 m mHQ P h g61,92 CV
8.5 Peças especiais e órgãos acessórios


Numa adutora por gravidade, em conduto forçado, aparecem as seguintes peças especiais: - válvulas ou registros de parada;

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álvulas ou registros de descarga;
- válvulas redutoras de pressão;
- ventosas.
Nas adutoras por recalque, há de considerar ainda:
- válvulas de retenção; - válvulas aliviadoras de pressão.
Figura 8.10 – Válvulas em linhas adutoras.
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Válvulas ou registros de parada à destinam-se a interromper o fluxo de água. Uma delas é geralmente colocada à montante, no início da adutora. Outras são colocadas ao longo da linha, distribuídas em pontos convenientes para permitir o isolamento e esgotamento de trechos por ocasião de reparos.
Figura 8.1 – Registro de gaveta oval com flanges e cabeçote.
Figura 8.12 – Válvulas de gaveta (vista interna). Figura 8.13 – Válvula borboleta.
Figura 8.14 – Válvula borboleta (vista interna).
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Figura 8.15 – Válvula de globo.
Válvulas de descarga à são colocadas nos pontos baixos das adutoras, em derivação à linha, para permitir a saída da água sempre que for necessário.
Válvulas redutoras de pressão à são dispositivos intercalados na rede para permitir uma diminuição permanente na linha, a partir do ponto de colocação. Desempenham função semelhante às caixas de quebra de pressão.
Figura 8.16 – Influência da válvula redutora de pressão na posição da Linha Piezométrica.
Ventosas à são dispositivos colocados nos pontos elevados de tubulações e destinam-se a permitir a expulsão do ar durante o enchimento da linha ou do ar que normalmente se acumula nesse ponto.
Por outro lado, as ventosas deixam penetrar o ar na tubulação quando ela está sendo descarregada. Sem isso, a adutora passaria a apresentar pressões internas negativas.
Válvulas de retenção à são instalados no início das adutoras por recalque, quase sempre no trecho da saída de cada bomba. Destinam-se a impedir o retorno brusco da água contra as bombas na sua paralisação ou falta de energia elétrica.
Figura 8.17 – Válvula de retenção tipo portinhola.
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Válvulas aliviadoras de pressão ou válvulas anti-golpe à são dispositivos que permitem reduzir a pressão interna das tubulações quando estas sofrem a ação do golpe de aríete.
São instaladas geralmente no início das adutoras por recalque, de grande diâmetro, nas quais as válvulas de retenção sofrem solicitações maiores e poderão não suportar os esforços resultantes da sobrelevação de pressão.
Figura 8.19 – Válvula aliviadora de pressão.
8.6 Obras complementares
Principais obras que complementam as linhas adutoras:
a) ancoragens à são dispositivos constituídos por blocos de concreto e tirantes colocados junto a curvas, tês, extremidades ou outras peças, para suportar o componente de esforços não equilibrados oriundos da pressão interna;
Figura 8.20 – Ancoragem.
b) caixas intermediárias à são estruturas, semelhante a pequenos reservatórios, intercaladas em linhas de gravidade para permitir quea água entre em contato com a atmosfera. Utilizam-se para quebrar a pressão em adutoras de grande desnível ou para evitar que a linha piezométrica intercepte o perfila da tubulação;
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Figura 8.21 – Adutora com caixa intermediária para ajuste da Linha Piezométrica em relação à tubulação.
c) “stand-pipes” à também denominados chaminés de equilíbrio, são estruturas intercaladas geralmente no trecho de transição entre uma adutora de recalque e uma adutora de gravidade. Tanto a entrada como saída ficam na parte inferior, podendo o nível de água oscilar no interior da estrutura com as flutuações nas vazões de bombeamento ou de escoamento no trecho de gravidade;
Figura 8.2 – “Stand-pipe” entre linhas de recalque e linhas de gravidade.
d) pontes, pontilhões, pilares e berços à são estruturas destinadas a suportar trechos de tubulações que, por razões de segurança ou outros motivos, não devem ser apoiadas diretamente no terreno.
Pontes e pontilhões são empregados na travessia de rios, fundos de vale ou terrenos alagadiços e os túneis. Os pilares e berços destinam-se a receber diretamente a carga da tubulação, tendo cada tubo uma ou duas peças de suporte.
e) túneis à os próprios túneis funcionam como condutos de água. As paredes são revestidas com espessa camada de concreto, suficientemente lisa, para melhorar as condições de escoamento.
8.7 Materiais utilizados em adutoras
Os materiais utilizados na fabricação de adutoras são: ferro fundido, aço, concreto e cimento amianto. A aplicabilidade de cada tipo deverá ser estudada criteriosamente em cada caso, levando-se em conta as condições de funcionamento hidráulico da adutora, a
Linhas adutoras e órgãos acessórios pressão interna e a durabilidade do material, face às características do solo, às cargas externas e à natureza da água transportada.
Nas adutoras em conduto forçado por gravidade utilizam-se os tubos de ferro fundido, de aço, de cimento-amianto e de concreto simples ou armado. Já nas adutoras de recalque, devido à maior ocorrência de golpe de aríete, têm sido preferidos os tubos de ferro fundido ou de aço.
a) Tubos de ferro fundido à apresenta alta resistência às pressões positivas e negativas, às cargas externas e aos choques verificados durante o transporte e assentamento. Apresenta longa durabilidade, apesar do fenômeno de envelhecimento que se traduz na formação de incrustações na parede interna, quando a água transportada apresenta baixo pH. Isto aumenta a rugosidade, que resulta em diminuição gradativa da vazão de escoamento. Diâmetros comerciais: 50 a 1200 m.
b) Tubos de aço à utilizados em adutoras sujeitas a elevadas pressões internas ou que se destinam a veicular grandes vazões. As principais desvantagens atribuídas aos tubos de aço são a menor resistência tanto a corrosão como as cargas externas e às pressões internas negativas. Diâmetros comerciais: 100 a 2.0 m.
c) Tubos de concreto à há dois tipos de tubos de concreto: simples e armado. Os tubos de concreto simples são destinam-se a adutoras em conduto livre, ou quando em conduto forçado, para baixas pressões de serviço. Os tubos de concreto armado podem ser construídos para resistir a pressões bem elevadas. A estrutura da parede conta com armadura de aço simples ou protendido e, às vezes, ainda com uma camisa de aço. Diâmetros comerciais: 300 a 3.0 m.
As condições de escoamento são boas graças à pequena rugosidade das paredes. Uma das desvantagens é o peso exagerado que dificulta o manuseio em todas as fases. Outra desvantagem é a dificuldade de reparação e substituição de peças.
d) Tubos de cimento-amianto à podem ser utilizados em adutoras por gravidade. Oferece alta resistência à pressão interna, podendo atingir uma pressão norma de serviço de até 150 metros de coluna de água. Tem paredes lisas para assegurar excelentes condições de escoamento. A principal objeção que se faz no seu uso referese ao ataque que pode sofrer de águas e solos agressivos.
e) Outros: PVC e Poliéster com fibra de vidro.
8.8 Exemplo de cálculo em adutoras 8.8.1 Ancoragem
O objetivo do bloco de ancoragem é transferir a reação do escoamento para o solo. O bloco deverá ter uma área tal que a resultante do esforço dividida por essa área seja menor que a tensão admissível do solo, ou matematicamente:
(8.1)
onde: R – resultante do esforço devido ao escoamento; A – área do bloco;
-------------------------------------------------
Linhas adutoras e órgãos acessórios t – tensão admissível do solo. Esforços nas curvas:
ApR(8.2)
Exemplo: Q = 340 l/sCurva 90°
D = 600 mp = 60 m.c.a. = 6 x 104 kgf/m2
90 sen
R\ R = 23.92 kgf ou R = 23,9 tf
Para calcular a ancoragem, aplica-se o coeficiente de segurança de 1,5 \ R = 23,9 x 1,5 = 36,0 tf
Dimensionamento do bloco de ancoragem:
R deve ser absorvida pela área L x H. Deve-se conhecer a taxa de compressão do solo e adotar a metade deste valor
Adota-se t = 25 tf/m2
Por exemplo: t = 50 tf/m2
R = 36 tf ; t = 25 tf/m2 Adotando H = 1,0 m
×HL R Þ R = t.L.H
36 = 25 x L x 1,0 Þ L = 1,45 m
8.8.2 Pressão em ponto qualquer da adutora a) Adução por gravidade
Linhas adutoras e órgãos acessórios
Pressão em A: pA = HA – zA HA = H1 – J x LA onde
Exemplo: H1 = 32 m ; H2 = 20 m ; L = 1.0 m ; LA = 250 m ; zA = 23 m
HA = H1 – J x LA = 32,0 – 0,012 x 250 \ HA = 29,0 m pA = HA - zA = 29,0 – 23,0 \ pA = 6,0 m b) Adução por recalque
Pressão em B: pB = HB – zB HB = (Hm + z1) – J x LB
onde
L HzHL
Exemplo: Hm = 20,0 m ; z1 = 5,0 m ; H2 = 20,9 m ; L = 1.0 m ; LB = 500 m ; zB = 10,0 m


HB = (Hm + z1) – J x LB = (20,0 + 5,0) – 0,0041 x 500 \ HB = 2,95 m PB = HB – zB = 29,0 – 10,0 \ pB = 12,95 m

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