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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

METEORITO ENCANTA CIENTISTAS

Rússia

Asteroide que explodiu sobre cidade no ano passado tinha 30 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima

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AFP



Chuva de meteoritos atingiu a cidade de Cheliabinsk em fevereiro de 2013 (Foto: Oleg Kargopolov/AFP)
Há um ano, os moradores da cidade russa de Cheliabinsk olharam assombrados para cima e muitos pensavam que tinha começado uma guerra nuclear. Mas o que aconteceu foi que um asteroide rasgou os céus, provocando uma chuva de meteoritos que hoje encanta os cientistas.
Capturada por muitas câmeras de vídeo, a explosão do asteroide deixou em pedaços as vidraças de muitas janelas e a luz ultravioleta gerada foi tão intensa que mais de vinte pessoas sofreram queimaduras na pele.

Não passou de um grande susto que ficou na memória popular dos russos, mas para os cientistas, o meteorito de Cheliabinsk foi um presente dos céus. Os astrônomos dizem que o fenômeno trouxe conhecimentos sem precedentes sobre a formação e as órbitas dos asteroides ou dos riscos de que uma rocha possa cair na Terra.

Apenas uns poucos asteroides cruzam a trajetória da Terra. Muitos menos sobrevivem ao choque e à fricção com a atmosfera. Os que o fazem, provavelmente caem no mar, que cobre mais de dois terços do planeta ou em uma zona remota, como um deserto, a tundra ou a Antártica.
Mas o fato de um meteorito explodir sobre uma cidade - onde telefones celulares e câmeras de vigilância registaram o evento - e em um país dotado de uma rica tradição científica foi uma oportunidade para os pesquisadores.

O acontecimento "nos deixou uma quantidade colossal de informação", disse Viktor Grokhovsky, da Academia Russa de Ciências.

Câmeras de vigilância ajudam a ciência
"Graças, em particular, às gravações de vídeo, Cheliabinsk é um dos 18 meteoritos com os quais foi possível fazer um cálculo retroativo de sua trajetória, para detectar de qual parte do cinturão de asteroides proveio", indicou Grokhovsky ao jornal Rossiiskaya Gazeta.

Sua idade foi estimada em 4,5 bilhões de anos, a mesma do Sistema Solar.

Após escutar estes preciosos testemunhos, os cientistas estimam que o asteroide pode ter medido até 20 metros e pesado 13 mil toneladas.

Ao entrar na atmosfera, o asteroide se tornou um objeto dotado de energia equivalente a um milhão de toneladas de TNT, isto é, 30 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima.

"O asteroide se desintegrou em pedaços pequenos a 45 ou 30 quilômetros de altitude, evitando causar maiores danos na superfície terrestre", informou, em novembro passado, um grupo de cientistas tchecos.

A trajetória, acrescentam, sugere que o meteorito foi alguma vez parte de um asteroide de dois quilômetros de diâmetro chamado 86039, inicialmente avistado em 1999 e que voltava a passar regularmente perto da Terra.

Os caçadores de meteoritos se lançaram na busca de fragmentos, inclusive um precioso e volumoso pedaço de meia tonelada, recuperada no fundo de um lago congelado perto de Cheliabinsk.

Capaz de varrer civilizações inteiras

A última vez que um grande meteorito colidiu com a Terra foi em 30 de junho de 1908, quando um objeto com mais de 70 metros caiu em Tunguska, na Sibéria, arrasando 80 milhões de árvores ao redor em uma superfície de 2 mil metros quadrados.

Os asteroides de Tunguska e Cheliabinski pertencem à categoria mediana de asteroides com risco de impacto, segundo os astrofísicos. Eles podem infligir danos localmente e os de categoria superior, um dano em escala regional.

Mas estão longe de pertencer à classe de asteroides monstruosos de mais de um quilômetro capazes de varrer civilizações inteiras e causar extinções maciças.

Isto aconteceu há 65 milhões de anos, quando o longo reinado dos dinossauros terminou devido à mudança climática provocada pelo impacto de um meteoro na península de Yucatán, no território mexicano atual.

O inquietante é que os danos potenciais de objetos do tamanho do meteorito de Tunguska devem ser revistos à luz do que aconteceu em Cheliabinsk.

"Ao invés de impactar a Terra em intervalos de 4.500 anos, como se pensava até agora, alguns objetos do tamanho de Tunguska podem, na verdade, cair em intervalos de centenas de anos", advertiu Bailey. "Ou seja, com frequência muito maior".

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