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sábado, 1 de março de 2014

RECURSOS HÍDRICOS - 22 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DA ÁGUA PARA A VIDA

             O Estado Verde
Água: um encanto. Foto Margi Moss
A água é uma poesia em muitas formas e ela está presente em cada segundo das nossas vidas. Sem ela, somos nada. Até a vida de quem habita regiões que são verdadeiros desertos ou mesmo certas áreas do Nordeste brasileiro é completamente focada em onde encontrar a água de cada dia. Em aulas de arte, é fácil retratá-la através de imagens de rios, lagos, mares, poços e até copos e piscinas. Água caindo como chuva, neve ou numa cachoeira – ou mesmo da mangueira do quintal. Água subindo, em vapor ou em chafarizes. Água sólida, na forma de gelo dentro de um copo ou em imensas geleiras. Água intocável como nuvens e bruma.
Pode ser que tem água por todas as partes, que os oceanos são mares sem fim, mas é bom lembrar: a quantidade de água na Terra é finita.

Não se cria água, apenas se transforma do estado líquido em vapor ou em gelo e de volta em líquido. É cada vez mais importante e mais difícil conservar as águas existentes em condições de pureza. No decorrer desse século, vamos ter que fazer grandes esforços para preservar as fontes que temos dessa riqueza. 


Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014
        Assim como o corpo humano, cerca de 70% da Terra é constituída por água e apresenta um volume total de 1,4 bilhões de km3 do recurso natural. Já a quantidade de água doce é apenas de 35 milhões de km3 (2% do volume total). Desse total, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), restam apenas 200 000 km3 (1% de todo a água doce do planeta) utilizáveis para os ecossistemas e para os seres humanos.
      A Organização das Nações Unidas (ONU) informa que cada pessoa precisa de 20 a 50 litros de água por dia para garantir necessidades básicas como beber, cozinhar e limpar. Mas uma grande parte da água doce disponível encontra-se em avançado estado de degradação o que torna o bem comum da humanidade, um recurso inadequado e escasso para as utilizações pretendidas.
     Enquanto cidadãos de alguns países ricos e de alguns outros em desenvolvimento têm água com aparente abundância, em todo o mundo, cerca de 900 milhões de pessoas não tem acesso à água de qualidade e cerca de 2,6 milhões de pessoas não têm sequer saneamento básico. E mais, 27% da população urbana no mundo em desenvolvimento não têm água encanada em sua casa.
     A ONU estima que, até 2025, cerca de dois terços da população mundial estarão carentes de recursos hídricos, sendo que cerca de 1,8 bilhão enfrentarão severa escassez de água. Na metade do século, quando já seremos 9 bilhões de habitantes do mundo, 7 bilhões enfrentarão a falta do recurso em 60 países.
    A água, portanto, já é motivo de conflitos em várias regiões do mundo.
O complexo quadro que revela a atual falta de segurança hídrica
vivida por significativa parcela da população do planeta fez a Assembleia Geral declarar 2013 como o Ano Internacional da Cooperação da Água. Foi proclamado em 11 de fevereiro de 2011 com o objetivo de aumentar a conscientização sobre os desafios do manejo do precioso recurso, o ano vai destacar iniciativas de sucesso sobre cooperação pela água.

    “A água precisa receber o destaque que merece na agenda global; o futuro deve ser visto através de uma ‘lente d’água’ e encontrar soluções sustentáveis para o problema da água é um dever comum da ciência e da política; no entanto, a ciência não pode
resolver a crise da água sem o compromisso da sociedade e vontade política”.

   Estas são duas  das nove recomendações para políticas públicas produzidas pela comunidade científica para informar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).  Foram elaboradas pela conferência internacional Planeta sob Pressão: Novos conhecimentos em busca de soluções.
A PALAVRA É COOPERAÇÃO
     A diretora do escritório da ONU para o tema água, Josefina Maestu, considera que para alcançar a segurança e a sustentabilidade hídrica são necessários esforços concertados encaminhados a promover a cooperação no âmbito das bacias e em nível local, bem como entre as bacias transfronteiriças, os distritos de irrigação e as cidades.

    “A cooperação torna-se necessária para gerir algumas das questões-chave como a outorga da água, os impactos da contaminação e a extração da água a jusante e a montante, a construção e gestão de novas infraestruturas, as extrações ilegais e a superexploração das águas superficiais e subterrâneas, decisões sobre o financiamento da gestão dos recursos hídricos e dos serviços de água, entre outros”, disse.
UNESCO
   Dado o carácter universal e transversal da água, que interliga aspectos naturais, ambientais, científicos, educacionais e culturais, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) foi a agência da ONU escolhida para liderar todas as atividades relacionadas ao Ano Internacional. Celebrações e eventos irão ocorrer ao longo de 2013 na sede da Unesco, em Paris, mas também em várias outras cidades do mundo.

   Durante 12 meses, a Unesco irá promover eventos e debates que ajudem a procurar soluções para combater alguns dos mais graves problemas da Humanidade, nomeadamente    a ausência de água potável para cerca de 11% da população mundial, a falta de saneamento para cerca de um terço da população mundial e a morte de cerca de 5 mil crianças todos os dias devido a doenças provocadas pela falta de acesso a água de qualidade.
  Neste ano, o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, também terá como foco a cooperação. A expectativa do organismo é que através de esforços de cooperação entre Estados e organizações, melhore significativamente as condições de vida de uma grande parte da população mundial que não tem acesso à água potável e/ou ao saneamento básico.
ECO GLOSSÁRIO
  Segurança hídrica: “Significa garantir que ecossistemas de água doce, costeira e outros relacionados sejam protegidos e melhorados; que cada pessoa tenha acesso à água potável suficiente a um custo acessível para levar uma vida saudável e produtiva, e que a população vulnerável seja protegida contra os riscos relacionados à água.”

Outorga da água: Instrumento legal que assegura ao usuário o direito de utilizar os recursos hídricos, no entanto, essa autorização não garante ao usuário a propriedade da água, mas, sim, o direito de seu uso. É um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecido no inciso III, do art. 5º da Lei Federal 9.433, de 08 de janeiro de 1997. O objetivo é garantir o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
ESTATÍSTICAS
• As Nações Unidas estimam que aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas, em sua maioria menores de 5 anos, morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas com a água e o esgotamento sanitário.

• Em 2006, unicamente 62% da população mundial utilizava sistemas de saneamento que asseguravam uma higiênica separação dos excrementos e das águas residuais do contato humano.
• A defecação ao ar livre está diminuindo em todas as regiões e caiu de 25% em 1990 a 17% em 2008.
• Estima-se que 80% das doenças humanas estejam relacionadas com a utilização da água não tratada, com o saneamento precário e com a falta de cuidados básicos de higiene.

• Cerca de 30 por cento da água doce do mundo está armazenado no subsolo na forma de águas subterrâneas (bacias subterrâneas rasas e profundas até 2 000 metros, umidade do solo, água e pântano permafrost). Isto constitui cerca de 97 por cento de toda a água a que está potencialmente disponível para uso humano.
• A cada 20 segundos, uma criança morre como resultado da falta de saneamento. Isso é 1,5 milhões de mortes evitáveis a cada ano.
ÁGUA: DE 2000 A 2013
    O mundo vem acordando para a crise da água e do saneamento. Na cimeira dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), realizada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2000, considerada a maior reunião de líderes mundiais sobre a adoção de objetivos para o desenvolvimento do milênio, 189 Estados adotaram a “Declaração do Milênio”.

    O objetivo do compromisso solene e global é a promoção da paz e do desenvolvimento, comprometendo-se primeiramente com a redução do número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia, até 2015. Os países membros da ONU fixaram oito objetivos de desenvolvimento específicos, a serem atingidos até 2015.
    Dentre as metas do conjunto de objetivos, integrados para estender os benefícios da globalização aqueles cidadãos mais pobres do mundo está a meta de número que propõe reduzir pela metade a proporção de pessoas sem acesso sustentável à água potável.
   Dois anos depois, na Cúpula Mundial da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, África do Sul, em 2002, a meta foi ampliada para incluir saneamento básico e água, reconhecidos como fatores chaves para o cumprimento de todos os objetivos. O saneamento é agora uma parte integrante dos Objetivos do Milênio.
Em dezembro de 2003, resolução da Assembleia Geral da ONU proclamou o período de 2005 a 2015 como a Década Internacional para a “Água para a Vida”. A década começou, oficialmente, no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2005.
    Entre os dias 8 e 10 de janeiro deste ano, especialistas do mundo todo reuniram-se em Zaragoza, Espanha, para um encontro de caráter preparatório sobre o Ano Internacional da Cooperação da Água 2013. Foi a “Conferência Anual da ONU sobre Água 2012/2013”.
O evento concentrou as discussões na questão da cooperação sobre a água, o que incluiu temas como a negociação e a mediação de conflitos relacionados aos recursos hídricos em nível nacional e internacional. A cooperação é necessária para lidar com decisões sobre alocação da água, impactos da poluição desse recurso, captação, construção e gestão de infraestruturas novas, entre outros.
      Especialistas reúnem-se para preparar o Dia Mundial da Água 2014. A Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) – Água, reuniu entre 13 a 16 de janeiro em Zaragoza, Espanha, representantes das agências da ONU, governos, empresas, organizações não governamentais e especialistas da indústria de todo o mundo que discutiram a importância da água e de energia.  O Dia Mundial da Água e comemorado no dia, 22 de março e trará como tema este ano “Água e Energia”.
     O encontro conclui que o mundo enfrenta dois grandes desafios: garantir um fornecimento sustentável de água para 768 milhões de pessoas que atualmente não tem acesso ao recurso; e proporcionar o acesso à energia para cerca de 1,4 bilhão de pessoas, o equivalente a 20% da população mundial atual, que é de sete bilhões. A previsão é que o planeta tenha nove bilhões de habitantes em 2050.
     A demanda por água pode exceder em 44% os recursos anuais disponíveis até 2050, enquanto a demanda de energia pode experimentar um aumento de 50% até o mesmo ano. Isso por que a necessidade de água para gerar energia primária está crescendo de acordo com o crescimento econômico, as mudanças demográficas e as mudanças de estilos de vida.
    Os especialistas pediram aos governos que repensem as políticas de água que não consideram o quanto de energia é necessária para bombear, purificar, transportar, pressurizar e tornar a água potável. Para o pesquisador da iniciativa da ONU “Energia Sustentável para Todos”, Paul T. Yillia, apesar de a água e a energia serem indissociáveis e interdependentes, sua verdadeira conexão está na busca de soluções para as suas limitações e na otimização do uso de seus recursos por meio da eliminação das ineficiências do sistema atual.
      O representante especial do secretário-geral sobre Energia Sustentável para Todos, Kandeh K. Yumkella, observou que a energia e a água são dois lados da mesma moeda. “Reconhecemos que as tecnologias energéticas necessitam de muita água e os investimentos que precisamos fazer para que a água e a energia estejam à disposição de todos, na escala e velocidade da mudança que queremos ver acontecer, só virá a partir de parcerias genuínas”.
    Para a Fundação Avina, “o desenvolvimento e a implementação de parcerias são necessárias e em relação à água e energia , são cruciais para melhorar a coordenação das políticas públicas nos dois campos. As assimetrias entre o setor da água e o de energia parecem estar impedindo a construção de parcerias eficazes”. A Avina atua em 21 países da América Latina com o objetivo de contribuir para mudanças concretas e relevantes quanto ao desenvolvimento mais sustentável na região.
DÉCADA DA ÁGUA
     A água é essencial para a vida. Nenhum ser vivo sobre a Terra pode sobreviver sem água. A água é essencial para a saúde humana e o bem-estar e para a preservação do meio ambiente. No entanto em cada dez pessoas no mundo duas não têm acesso a água potável e quatro não têm acesso a uma simples latrina. Todos os anos milhões de pessoas , a maioria crianças , morrem por doenças relacionadas com o abastecimento de água , saneamento inadequado e higiene. De acordo com a Organização Mundial de Saúde , todos os dias cerca de 3.900 crianças morrem por causa de água suja e falta de higiene.
Nada mais justo do que uma década dedicada à “Água para a Vida”. O período de 2005 a 2015 foi proclamado como a “Década Internacional da Água, Fonte de Vida”, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é promover ações integradas em relação após uso e conservação da água, reduzindo o flagelo de milhões de pessoas do planeta que vivem na extrema pobreza, sem acesso à água potável, aos serviços básicos de saneamento e atendimento à saúde, como acontece em algumas regiões do Semiárido brasileiro que, no momento, vivem uma das maiores secas de sua história.
Por Tarcilia Rego
tarciliarego@oestadoce.com.br

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