O petista André Vargas é investigado por seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef (foto) em negócios suspeitos no Ministério da Saúde
CORRUPÇÃO
09.04.2014
Cresce a pressão para que o deputado André Vargas renuncie ao mandato de deputado federal
Brasília/ Londrina. O deputado federal André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Youssef, pivô do pedido de investigação contra o petista na Câmara, são réus no mesmo escândalo de corrupção no Paraná e respondem na Justiça desde 1999.
O chamado caso Ama/Comurb é o maior escândalo de corrupção da história de Londrina, base política de Vargas. No final da década de 1990, pelo menos R$ 14 milhões, em valores da época, teriam sido desviados em licitações fraudulentas.
Segundo o Ministério Público do Paraná, o valor teria sido desviado em diferentes fatias. Numa delas, em 1998, dos R$ 141 mil que saíram dos cofres municipais, R$ 120 mil acabaram com Youssef, e R$ 10 mil, com André Vargas.
Militante do PT à época, Vargas coordenava as campanhas locais do partido, como a de Paulo Bernardo (atual ministro das Comunicações) à Câmara. A Promotoria suspeita que o dinheiro tenha abastecido as campanhas.
Youssef teria "lavado" o dinheiro numa conta fantasma. O doleiro está preso desde o dia 17, apontado pela Polícia Federal como um dos chefes do esquema de lavagem de dinheiro (investigado na Operação Lava Jato) que teria movimentado R$ 10 bilhões.
"Não podemos afirmar que há um elo entre Vargas e Youssef, mas há uma situação comum entre eles. Receberam dinheiro na mesma ocasião, fruto do mesmo desvio, no mesmo dia. Estão ligados ao mesmo núcleo", disse o promotor Cláudio Esteves.
Processado em 1999 por improbidade, Vargas foi absolvido em 2002, mas a Justiça o condenou a devolver os R$ 10 mil. O deputado recorreu para não devolver o dinheiro, e o caso ainda tramita em segunda instância. A Promotoria também recorreu - por entender que ele agiu com dolo ao receber os recursos.
Youssef foi denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsificação de documentos e falsidade ideológica.
Presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PSB-SP), marcou para hoje, às 14h, reunião do colegiado para instauração do processo contra Vargas, por quebra de decoro. O deputado pediu licença do mandato por 60 dias. Depois de instaurado, mesmo que o deputado renuncie ao mandato, o processo continuará tramitando na Câmara. Se optar pela renúncia, no entanto, Vargas cairá na Lei da Ficha Limpa, ou seja, não poderá concorrer em eleições nos próximos oito anos.
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