CEARÁ 17/05/2014
Fenômeno El Niño pode agravar a seca no próximo ano
O presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Martins, diz que o fenômeno dá sinais de que está se formando . Um dos efeitos dele no Ceará seria intensificação da seca
A quadra chuvosa no Ceará está acabando e a preocupação da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) já está no cenário de 2015. O fenômeno El Niño dá sinais de que está se formando e pode agravar o quadro de estiagem no Estado, segundo o presidente da Fundação, Eduardo Martins.
Eduardo esteve presente no último dia da conferência Adaptation Futures 2014, que foi realizado ontem, depois de cinco dias de discussões. O evento é organizado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “A dúvida, agora, seria a intensidade com que esse fenômeno chegaria no Ceará”, comenta o presidente da Funceme. Segundo ele, essa força só poderá ser mensurada em meados de setembro ou outubro.
O El Niño é um fenômeno que se forma no Oceano Pacífico e causa alterações por um período de cerca de um ano na distribuição de temperatura da água, com efeitos no clima em diversos locais no planeta. “Se o cenário se confirmar, teremos mais um período de seca e é nisso que teremos de trabalhar, até para amenizar os efeitos no Estado”, explica.
A quadra chuvosa começou no dia 1º de fevereiro e, teoricamente, terminou ontem, segundo Eduardo. Quando se compara o período de 2014 com 2013 e 2012 - ano em que a estiagem foi mais violenta -, percebe-se que houve uma melhora sutil no estado crítico no cenário do Ceará. “Este foi o terceiro ano consecutivo de seca aqui. Mesmo assim, não foi pior que 2012”. O saldo desse período - que deveria ser chuvoso - foi que os reservatórios do Estado ficaram com apenas 28% de sua capacidade. “Nós ainda temos 101 reservatórios abaixo de 30% da capacidade”.
Monitoramento
Monitoramento
Representante do Ministério da Integração Nacional no Adaptation Futures 2014, José Machado diz que um monitoramento mais amplo e frequente é ainda um grande desafio a ser enfrentado pelos estados do Nordeste, no que diz respeito à seca. O tripé ideal no combate aos efeitos da estiagem seria monitoramento, relatório e plano de preparação. “O que queremos é o tempo real e contínuo desse monitoramento”, diz Machado. Apesar dos efeitos áridos e devastadores da seca, José pondera que o Ceará em termos de ações de enfrentamento à seca está à frente dos demais estados do Nordeste.
Saiba mais
O enfrentamento da seca no Nordeste pode ser um modelo para o estado de São Paulo, segundo José Machado, do Ministério da Integração Nacional. A insistente falta de chuva no estado deixa os reservatórios com o volume cada vez mais baixo, preocupando autoridades e população.
O Adaptation Futures 2014 também é organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, através do programa Provia. Ele foi realizado no hotel Vila Galé de segunda-feira, 12, até, ontem, dia 16. O evento trouxe a Fortaleza pesquisadores de vários locais do Brasil e de outros países.
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