Sobral - Set./ 2017 -
ESTATÍSTICAS E CASOS DE SUICÍDIO EM SOBRAL
Jovem identificada por Tainara praticou suicídio por enforcamento no final da manhã desta quarta-feira, dia 07/09/2017. aconteceu em sua residencia na rua José Maria Cisne, bairro Vila União. Uma equipe do SAMU foi acionada, mas infelizmente a jovem já estava sem vida. Ela foi encontrada por familiares com uma corda no pescoço. Os motivos que levaram essa jovem a cometer esse ato impensado ainda são desconhecidos.

Um adolescente de apenas 15 anos cometeu suicídio na noite de ontem por enforcamento (06//09/2017), por volta das 17h, no distrito de Baracho, em Sobral.
Segundo a família do jovem, ele não apresentava nenhum problema, era um adolescente que apresentava comportamento normal. A família desconfia que o jovem tenha praticado suicídio influenciado pelo jogo "Baleia Azul".

18/07/2017 - Stephanie Maria Lopes de Sousa. O ato foi praticado por enforcamento.jovem de apenas 15 anos cometeu suicídio no bairro Terrenos Novos, na Rua Cesário Melo.
Jovem identificada por Tainara praticou suicídio por enforcamento no final da manhã desta quarta-feira, dia 07/09/2017. aconteceu em sua residencia na rua José Maria Cisne, bairro Vila União. Uma equipe do SAMU foi acionada, mas infelizmente a jovem já estava sem vida. Ela foi encontrada por familiares com uma corda no pescoço. Os motivos que levaram essa jovem a cometer esse ato impensado ainda são desconhecidos.
Um adolescente de apenas 15 anos cometeu suicídio na noite de ontem por enforcamento (06//09/2017), por volta das 17h, no distrito de Baracho, em Sobral.
Segundo a família do jovem, ele não apresentava nenhum problema, era um adolescente que apresentava comportamento normal. A família desconfia que o jovem tenha praticado suicídio influenciado pelo jogo "Baleia Azul".

18/07/2017 - Stephanie Maria Lopes de Sousa. O ato foi praticado por enforcamento.jovem de apenas 15 anos cometeu suicídio no bairro Terrenos Novos, na Rua Cesário Melo.
Na manhã de ontem Terça-Feira 18, por volta de 11h30, Segundo informações repassadas pela a população é que a mãe teria ido ao posto de saúde e deixou a filha sozinha em casa, quando retornou encontrou apenas o corpo amarrado a uma corda em um dos caibros do telhado da residência. Ainda não se sabe o que motivou o sinistro.

Raimundo Nonato Gomes, 60 anos, natural de Sobral, cometeu suicídio por enforcamento. tarde de sábado (23/09/2017), por volta das 16h30, na Rua João XXIII, bairro Alto do Cristo.

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RESUMO O suicídio é um grave problema de saúde pública, determinado biopsicologicamente e influenciado por aspectos socioculturais que cercam cada indivíduo. Vai desde a motivação e ideação suicida até o planejamento do método e a autoagressão. Objetiva-se traçar o perfil epidemiológico dos óbitos por suicídio residente no município de Sobral – CE
Estudo epidemiológico, documental e retrospectivo.
Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), de abril e maio de 2016. Os resultados apresentam que a Taxa de Mortalidade por suicídio no município teve um aumento considerável em vista dos coletados com decréscimos consecutivos de 2010 a 2013, com leve aumento em 2014, e um aumento significativo em 2015.
O total de óbitos foram de 76 casos, dos quais 43 foram por enforcamento, e 27 por uso de medicamentos. 62 (81,6%) dos casos corresponderam ao sexo masculino.
Das 76 mortes, 37 (48,7%) ocorreram em domicílios, e 21 (27,6%) no hospital. Verificou-se que 63 (82,9%) dos casos ocorreram nas faixas etárias entre 15 e 49 anos;
o mesmo percentual expressa o quantitativo que declarou de cor/raça parda. 25 (32,9%) aconteceram com vítimas de tinham escolaridade variando de nenhum até 3 anos.
Os dados que envolvem suicídio podem não ser confiáveis ou/e serem subestimados, em razão do não adequado preenchimento de fichas que alimentam os bancos de dados, e por toda a estigmatização que permeia sua ocorrência.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, em seu primeiro Relatório Global para Prevenção do Suicídio, uma estimativa de que 800 mil pessoas por ano se suicidam no mundo (uma a cada 40 segundos), sendo esta a segunda maior causa de morte em pessoas de 15 e 29 anos. No Brasil, o suicídio entre 2000 e 2012 é praticamente a metade da média mundial (11,4 por 100 mil habitantes) 1. Em 2009, a OMS já alertava o suicídio como um grave problema de saúde pública 2, em razão de afligir a sociedade atual em razão de seus crescentes números de ocorrência. A palavra suicídio (do latim sui, “próprio”, e caedere, “matar”) refere-se a um ato intencional de matar a si mesmo3, sendo, então, um fenômeno determinado biopsicologicamente influenciado por aspectos socioculturais que cercam cada indivíduo. Trata-se de um percurso que vai desde a motivação e ideação suicida até o planejamento do método e a autoagressão4. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês) considera o fenômeno suicida como uma evidência, não só de colapso pessoal, mas também de uma deterioração do contexto social em que um indivíduo vive. O suicídio pode ser o ponto final de um número de diferentes fatores contribuintes. É mais provável de ocorrer durante os períodos de crise associadas a perturbações de relações pessoais, por meio de abuso de álcool e drogas, desemprego, depressão clínica e outras formas de doença mental. Devido a isso, o suicídio é frequentemente utilizado como um indicador indireto do estado de saúde mental da população5. O comportamento suicida pode ser classificado em três SANARE, Sobral - V.15 n.02, p.15-22, Jun./Dez. - 2016 - 17 categorias diferentes: ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado. Em termos de gravidade, num dos extremos situa-se a ideação suicida (que pode ir desde os pensamentos de morte até à intenção suicida estruturada com ou sem planificação suicida) e no outro, o suicídio consumado, permanecendo a tentativa de suicídio entre estes dois 6. Reforça-se ao exposto que diversos são os fatores relacionados com o episódio de suicídio, como as diferenças de gênero, idade, questão sexo, já que esse fenômeno resulta de uma complexa rede de interação biológica genética, psicológica, sociocultural e econômica 7. O suicídio é um ato estigmatizado, cercado de preconceitos e tabus. É marcado pelo “não dito”. Dizer que uma pessoa morreu provoca comoção e solidariedade, porém, quando se diz que a morte foi atentada pelo suicídio, a fala emudece, causando constrangimento. O assunto é evitado ou proibido, ficando uma mácula. De modo geral, a população tende a negar essa atitude tão séria e grave contra o andamento natural da vida, principalmente quando sobrevém em adolescentes e, ainda mais, em crianças 8. Cada suicídio afeta brutalmente as pessoas ligadas a quem se matou, mas há grande impacto em toda a comunidade na qual acontece. O estigma social é ainda uma marca indelével nesse contexto, que contribui para aumentar o sofrimento dos sobreviventes. É um fenômeno extremamente complexo e multideterminado, ou seja, não ocorre por um único fator ou causa. Devemos levar em consideração aspectos individuais, sociais, culturais, ambientais, religiosos, psicológicos e psiquiátricos 9. Existem vários tipos de suicídio – os planejados, os impulsivos, os que não ofereceram nenhuma pista e os que assinalaram que a morte poderia acontecer. Em virtude da idiossincrasia humana, torna-se impossível compreender a causa a partir de apenas uma faceta. Entre os municípios da Região, Sobral se insere com uma população de 201.756 habitantes, no ano de 2015. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) por meio da identificação das causas de suicídio segundo as dimensões de categorias do CID- 10, X60-X84, estratificando-se por lesões (X70-X84) e autointoxicações (X60-X69). Consideraram-se as seguintes variáveis: faixa etária, sexo, as causas, escolaridade e das vítimas de mortalidade por suicídio no período de 2010 a 2015 no município de Sobral-CE. Por se tratarem de dados de domínio público, o estudo não foi encaminhado para apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa, mas ressalta-se que foram tomados os cuidados éticos que preceituam a Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde.
SANARE, Sobral - V.15 n.02, p.15-22, Jun./Dez. - 2016 Gráfico 1 – Taxa de mortalidade por suicídio por 100.000 habitantes no município de Sobral nos anos de 2010 a 2015. Sobral: 2016. Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade, 2016.
As mortes por suicídio no município de Sobral tiveram um aumento de 76 % no ano 2015 em relação a série histórica.
Segundo a OMS a taxa mundial de suicídio é estimada em torno de 16 casos por 100 mil habitantes.
O município de Sobral, numa série histórica de 2010 a 2015, mantém-se dentro dos parâmetros estimados pela OMS, conforme mostra o gráfico acima.
Dados anunciados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que as mortes por suicídio cresceram 60% nos últimos 45 anos. As estimativas da OMS apontam que cerca de 01 milhão de pessoas cometeram suicídio em 2000, o que representaria uma morte a cada 40 segundos, ocupando a terceira posição entre as causas mais comuns de morte na população entre 15 e 44 anos de idade. A taxa mundial de suicídio é estimada em torno de 16 casos por 100 mil habitantes, variando de acordo com sexo e idade 8. Refletindo dados nacionais, de 1980 a 2012, o total de suicídio no período de um ano saltou de 3.896 casos para 10.321, um aumento de 62,5%12.
Entre 2002 e 2012 o crescimento da taxa de suicídio foi de 33,6%, superior ao crescimento das taxas de homicídio (2,1%), de mortalidade nos acidentes de transportes (24,5%) e do crescimento da população brasileira (11,1%) no mesmo período13.
É imperioso conhecer as causas associadas a mortes por suicídio. A Tabela 1 retrata o percentual de suicídios segundo a causa ocorridos no período de 2010 a 2015.
Tabela 1. Quantidade dos casos de suicídio entre os anos de 2010 e 2015 segundo a causa. Sobral-CE: 2016. Causa (CID10 3D) Quantidade de casos por ano Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N % X64 Auto-intoxicação por exposição intencional a medicamentos e substâncias biológicas e outras drogas não especificadas 4 7 3 1 5 7 27 35,5 X70 Lesão autoprovocada intencionalmente por enforcamento, estrangulamento e sufocação 6 6 5 6 4 16 43 56,6 X74 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de outra arma de fogo e de arma de fogo não especificada 1 0 2 1 0 0 4 5,3 X80 Lesão autoprovocada intencionalmente por precipitação de um lugar elevado 2 0 0 0 0 0 2 2,6 Total 13 13 10 8 9 23 76 100,0 Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade, 2016. Os dados da Tabela 1 trazem que ocorreram, no período de 2010 a 2015, um total de 76 mortes por suicídio do tipo Lesão Autoprovocada Voluntariamente (CID-10), em Sobral – Ceará. Considerando a causa, pode-se verificar 43 (56,6%) desses óbitos foram causados por enforcamento, configurando-se como a primeira causa desses óbitos; seguidamente, apresentou-se o uso de medicamentos diversos como significativa causa de morte (em 27 dos casos). Sobre os métodos utilizados para o suicídio, os dados são poucos e inconsistentes. Em países de alta renda, os principais métodos para o suicídio são o enforcamento, utilizado em 50% dos casos, e o uso de armas de fogo, usadas em 18% dos casos, principalmente nos países de alta renda das Américas, respondendo por 46% dos suicídios naqueles países, contra 4,5% em outros países de alta renda. Nas zonas rurais e em países de baixa ou média renda, o uso de pesticida se destaca, responsável por cerca de 30% dos casos de suicídio no mundo1. Quando inter-relacionados com o sexo, há uma representatividade expressiva de suicídios no sexo masculino. Dos 76 casos identificados, 62 (81,6%) corresponderam ao sexo masculino, como se apresenta na Tabela 2. SANARE, Sobral - V.15 n.02, p.15-22, Jun./Dez. - 2016 - 19 Tabela 2. Quantidade dos casos de suicídio entre os anos de 2010 e 2015 segundo o sexo. Sobral-CE: 2016. Sexo Quantidade de casos por ano Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N % Masculino 12 9 8 8 5 20 62 81,6 Feminino 1 4 2 0 4 3 14 18,4 Total 13 13 10 8 9 23 76 100,0 Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade, 2016.
O suicídio é um fato social de elevada frequência e um importante problema de saúde pública, principalmente na população masculina 14. Tanto a OMS quanto a OECD indicam que o suicídio é mais comum entre homens e a tentativa de suicídio entre as mulheres 1,5. Essa é uma tendência histórica, já percebida no século XIX por Peuchet e Marx 13. Há muitas razões potenciais para diferentes taxas de suicídio em homens e mulheres: as questões de igualdade de gênero, diferenças nos métodos socialmente aceitáveis de lidar com o estresse e conflito para homens e mulheres, disponibilidade e preferência de diferentes meios de suicídio, disponibilidade e padrões de consumo de álcool e as diferenças nas taxas de procura de cuidados para transtornos mentais entre homens e mulheres. A enorme variação nas proporções das taxas de morbidade entre sexos para o suicídio sugere que a importância relativa dessas diferentes razões varia enormemente por país e região1. Analisando a Tabela 2 constata-se que o maior número de casos ocorreu no ano de 2015, no qual foram identificados 23 (30,3%) casos, tendo como causas o enforcamento, estrangulamento e sufocação, em 16 (21,1%) dos óbitos, e 7 (9,2%) ao uso de medicamentos e substâncias biológicas e outras drogas não especificadas. Isso pode justificar o porquê de a ocorrência ser maior nos domicílios, como apresenta a Tabela 3. Dentre as 76 mortes por suicídio, 37 (48,7%) delas ocorreram em domicílios, seguido de 21 (27,6%) mortes em ambiente hospitalar. No Brasil, a própria casa é o cenário mais frequente de suicídios (51%), seguida pelos hospitais (26%) 15. Tabela 3. Quantidade dos casos de suicídio entre os anos de 2010 e 2015 segundo local de ocorrência. Sobral-CE: 2016. Local Ocorrência Quantidade de casos por ano Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N % Hospital 4 5 3 2 3 4 21 27,6 Domicílio 6 5 5 4 4 13 37 48,7 Via Pública 0 0 0 0 2 0 2 2,6 Outros 3 3 2 2 0 6 16 21,1 Total 13 13 10 8 9 23 76 100,0
: Sistema de Informação de Mortalidade, 2016.
Os casos de suicídios ocorridos no ano de 2015 (ano de maior ocorrência) tiveram como causa principal enforcamento, estrangulamento e sufocação, sendo cometidos majoritariamente em indivíduos do sexo masculino e com expressiva ocorrência em domicílio, 13 (17,1%) casos.
Homens predominam enforcamento (58%), arma de fogo (17%) e envenenamento por pesticidas (5%) como causas dos suicídios.
Já entre as mulheres, enforcamento (49%), seguido de fumaça/fogo (9%), precipitação de altura (6%), arma de fogo (6%) e envenenamento por pesticidas (5%) 15.
Quando se buscou associar os casos de suicídio com a faixa etária, verificou-se que 63 (82,9%) casos ocorreram nas faixas etárias entre 15 e 49 anos, como observado na Tabela 4. Tabela 4. Quantidade dos casos de suicídio entre os anos de 2010 e 2015 segundo a faixa etária. Sobral-CE: 2016. Faixa Etária Quantidade de casos por ano Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N % 10-14 1 1 0 0 0 0 2 2,6 15-19 3 0 1 0 2 5 11 14,5 20-29 1 5 5 3 0 5 19 25,0 30-39 3 2 1 2 3 2 13 17,1 40-49 3 5 2 2 2 6 20 26,3 20 - SANARE, Sobral - V.15 n.02, p.15-22, Jun./Dez. - 2016 Faixa Etária Quantidade de casos por ano Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N % 50-59 2 0 0 0 1 1 4 5,3 60-69 0 0 1 1 0 0 2 2,6 70-79 0 0 0 0 1 1 2 2,6 80 anos e mais. 0 0 0 0 0 3 3 3,9 Total 13 13 10 8 9 23 76 100,0 Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade, 2016. A OMS aponta que o suicídio é um fato preocupante uma vez que já é a segunda causa de morte de jovens entre 15-291. No Brasil o suicídio é responsável por 3,7% das mortes entre jovens (sujeitos com idade entre 15 a 29 anos) e por 0,7% entre os não jovens (sujeitos abaixo de 15 anos ou acima de 29 anos) 13. A Tabela 5 revela que dos 76 casos de suicídio ocorridos em Sobral-CE, 63 (82,9%) casos declararam cor/raça parda.
Ressalta-se que nos registros do Sistema de Informação de Mortalidade não consta nenhum suicídio relacionado a cor/raça negra.
Tabela 5. Quantidade dos casos de suicídio entre os anos de 2010 e 2015 segundo raça/cor. Sobral-CE: 2016. Raça/Cor Quantidade de casos por ano
Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N %
Branca 4 0 1 1 1 3 10 13,2
Amarela 0 1 0 0 0 0 1 1,3
Parda 8 11 9 7 8 20 63 82,9
Negra 0 0 0 0 0 0 0 0
Não informado 1 1 0 0 0 0 2 2,6 Total 13 13 10 8 9 23 76 100,0
Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade, 2016.
Um estudo associou a raça/cor e a taxa de suicídios. Ele revelou que entre os pardos elevou-se a mortalidade por suicídio, de 3,3 em 2000 para 5,9 em 2012, representando um percentual de mudança de 76,8%7. Ao analisar a quantidade de casos de suicídio por anos de estudo das vítimas na Tabela 6, verifica-se que 25 (32,9%) casos aconteceram com vítimas de tinham anos de estudo variando de nenhum até 3 anos. Outra informação que chama a atenção é a quantidade ignorada (em 31 dos casos) de anos de estudo das vítimas; isso permite inferir a pouca valorização dada a essa informação. Em 2012, permaneceu a mesma tendência de maior incidência de suicídio entre os menos escolarizados (63% com até 7 anos de estudo, 26,6% de 8 a 11 anos e 10,5% com 12 anos ou mais de estudo), havendo, porém, uma redução de quase 17% de não preenchimento da informação sobre nível de escolaridade, apesar de 25,8% das declarações ainda terem esse dado como ignorado7. Um ponto a ser ponderado nesse estudo é que, de acordo com diferentes autores, essas estatísticas podem não ser confiáveis e vir a ser subestimadas, não correspondendo à realidade, já que o número que consta nas estatísticas oficiais provém das causas de morte registradas nos atestados de óbitos, sendo que, em muitos casos, a família e a própria sociedade pressionam para que a causa da morte seja falsificada 16. A Organização Mundial da Saúde estima que as tentativas de suicídio sejam cerca de vinte vezes mais frequentes do que o suicídio consumado e também que, para cada tentativa de suicídio registrada oficialmente, existem pelo menos quatro tentativas não registradas.
O total de óbitos por suicídio foram de 76 casos. Considerando esse total, 43 (56,6%) foram por enforcamento – primeira causa desses óbitos – e 27 (35,5%) por uso de medicamentos – segunda causa. Quanto ao sexo, 62 (81,6%) corresponderam ao sexo masculino.
Das 76 mortes, 37 (48,7%) ocorreram em domicílios, e 21 (27,6%) em ambiente hospitalar. Verificou-se que 63 (82,9%) dos casos ocorreram nas faixas etárias entre 15 e 49 anos, e que esse mesmo percentual expressa o quantitativo que declararam cor/raça parda. 25 (32,9%) dos casos aconteceram com vítimas de tinham anos de estudo variando de nenhum até 3 anos. Outra informação que chama a atenção é a quantidade ignorada (em 31 dos casos) de anos de estudo das vítimas; isso permite inferir a pouca valorização dada a essa informação.
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