
Jair Bolsonaro, eleito neste domingo presidente do Brasil, apresentou um programa que implica um realinhamento das opções econômicas, sociais e diplomáticas da principal potência latino-americana.
O capitão do Exército na reserva, 63 anos, deputado desde 1991, fez campanha como candidato do Partido Social Liberal (PSL), sob o slogan "O Brasil acima de tudo, Deus acima de tudo".
Estas são algumas das principais propostas do seu programa:
- Economia: austeridade e privatizações -
. Redução da dívida pública em 20% mediante privatizações, concessões e venda de propriedades da União.
. Criação de um sistema paralelo de aposentadoria por capitalização.
. Criação de um super-ministério da Economia, reunindo os atuais da Fazenda, Indústria e Planejamento. Contudo, ele afirmou recentemente que o da Indústria poderia ser mantido a parte.
- Segurança -
. Flexibilizar a legislação sobre o porte de armas.
. Reduzir a maioridade penal de 18 para 17 anos.
. "Proteção jurídica" aos policiais que matarem suspeitos com sua arma em serviço.
. "Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas".
- Corrupção -
. "Propomos um governo decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal".
. Diminuir para 15 o número de ministérios, a fim de limitar os arranjos entre partidos.
- Diplomacia -
. "Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália".
- Educação -
. Ele preconiza uma renovação dos programas escolares, com "mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce". Quer abrir escolas administradas pelos militares.
Aborto
. O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
LGBTI
. Não há nenhuma menção no programa de Bolsonaro aos direitos dos LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, e Intersexuais). Várias de suas declarações foram abertamente homofóbicas.
. Na campanha tentou se mostrar mais amigável. Em uma entrevista recente a uma rádio de Pernambuco, disse respeitar as opções de adultos e declarou: "Os homossexuais serão felizes se eu for presidente".
- Meio ambiente
. O candidato do PSL, que conseguiu apoio da bancada do agronegócio no Congresso, propõe em seu programa reunir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ainda que recentemente tenha dito que poderia voltar atrás nessa questão. As palavras desmatamento, Amazônia e aquecimento global estão ausentes do documento.
Armas
Bolsonaro avisou que pretende flexibilizar a posse e o porte de armas de fogo. “Fico me perguntando: Por que um caminhoneiro não pode ter uma arma também?”, disse. Segundo ele, ter uma arma é uma necessidade diante do estado de violência do país. “Devemos abandonar o politicamente correto. Achar que se abandonarmos as armas o Brasil será melhor”, finalizou.
Movimentos sociais
Bolsonaro também deu sinais que pretende combater os movimentos sociais. “Movimento social que invade eu não tenho que conversar com ele”, declarou. Ele citou nominalmente o MST e o MTST e que pretender “armar o fazendeiro””.
Maioridade penal
“Se não for possível para 16, que seja para 17 [anos]. Por mim seria para 14, mas aí dificilmente seria aprovada. Pode ter certeza que reduzindo a maioridade penal, a violência no Brasil tende a diminuir”, disse quando questionado sobre maioridade penal no Jornal da Band.
Ditadura
Por fim, Bolsonaro relativizou a Ditadura e chegou mesmo a negar sua existência. Ele também argumentou que a censura aos meios de comunicação da época eram uma maneira de impedir o envio de mensagens cifradas para grupos que desejavam atacar autoridades. “O período militar não foi ditadura”, esbravejou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
365 DIAS