O Conselho de Ética do Senado aprovou ontem a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) por quebra de decoro parlamentar por ter se envolvido em tentativas de obstruir as investigações da Operação Lava Jato e pela suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras.

Foram 13 votos favoráveis e a abstenção do presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA).
O caso será levado à Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que vai analisar a juridicidade da peça.
Assim que concluir a análise, que pode ocorrer hoje, o processo é devolvido ao Conselho de Ética. Caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pautar a cassação em plenário, o que deve acontecer até o fim de maio, segundo integrantes do conselho.
O senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do processo, apresentou ontem o seu voto pela perda definitiva do mandato do colega. Para ele, Delcídio “abusou de sua prerrogativa constitucional” e “colocou seus interesses em primeiro lugar” ao negociar com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, uma possível fuga de seu pai.
Delcídio foi preso em 25 de novembro, após Bernardo ter gravado uma reunião em que Delcídio ofereceu-lhe ajuda financeira para que Nestor Cerveró não contasse o que sabia aos investigadores da Lava Jato.
Depois, em depoimentos da delação premiada que ele mesmo fez à operação, o senador implicou 74 pessoas, fez acusações ao governo e à oposição e elevou a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff.
Logo após a homologação de sua delação, ele se desfiliou do PT - e permanece, desde então, sem partido. (Folhapress


Rosane Ferreira