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ARTIGO 15/03/2014
Jornalista do O POV
O
ARTIGO 15/03/2014
A pobreza de espírito do vereador
O governo do Partido dos Trabalhadores (PT) nas gestões Lula e Dilma Rousseff se vangloria de ter tirado nos últimos 10 anos 36 milhões de pessoas da extrema pobreza. Somente nos últimos três anos teriam sido cerca de 22 milhões. A mola mestra dessa conquista são os programas Bolsa Família e o plano Brasil Sem Miséria. Segundo o critério adotado pelo Governo federal, os brasileiros precisam ter uma renda mensal de, no mínimo, R$ 70 para a erradicação da pobreza extrema. Já a renda mensal, considerada pelo governo, para a linha da pobreza varia de R$ 70 até R$ 140.
Os resultados dessa evolução social são inegáveis. A economia ganhou impulso por conta do consumo interno e o país vive outros tempos. Infelizmente, porém, o discurso petista parece estar longe de convencer seus próprios partidários do que seja a verdadeira condição de pobre. Isso a julgar pelo gesto do vereador de Fortaleza Ronivaldo Maia, que apresentou esta semana “Declaração de Pobreza”, ao entrar na justiça para embargar a construção do binário entre as avenidas Desembargador Moreira e Dom Luiz. Ele alegava não ter recursos para bancar a ação.
É bom lembrar que o parlamentar tem salário mensal de R$ 14 mil e a verba de Valorização e Desempenho Profissional (VDP) de R$ 40 mil, além de mais dois anos de cumprimento do mandato 2013/2016. Ronivaldo, ainda, pagou a fiança de quatro manifestantes detidos durante a manifestação registrado em junho do ano passado no entorno da Arena Castelão. Cada fiança custou R$ 500, totalizando R$ 2 mil. Já os custos do processo sobre o qual alegava não ter recursos eram de R$ 30.
Diante da avaliação do que venha a ser pobreza para o vereador, seria interessante que tivesse mais parcimônia ao defender a retirada dos 36 milhões de brasileiras dessa condição, dentro dos parâmetros adotados pelos programas Bolsa Família e o Plano Brasil Sem Miséria. Mesmo porque, só com o salário dele na Câmara já daria para tirar, por baixo, mais de 70 miseráveis da linha de pobreza.
O juiz Demetrio Saker, da 10ª Vara da Fazenda Pública indeferiu corretamente o pedido do vereador, mas seria bom que a Justiça o cobrasse agora por falsidade ideológica, pois ele cometeu, sim, um crime.
Luiz Henrique Campos
lhcampos@opovo.com.br Jornalista do O POV
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