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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Chile avalia danos provocados por forte terremoto

Tragédia 03.04.2014

Mais de 2.600 casas foram danificadas pelo tremor que deu origem a alerta de tsunami ao longo do Pacífico

Em Iquique, localidade mais próxima do epicentro do tremor, o mar avançou quase 200 metros. No porto da cidade, quase 80 embarcações ficaram avariadas e outras foram arrastadas FOTO: REUTERS
FOTO: REUTERS
Santiago O Chile tentava ontem voltar à normalidade depois que um violento terremoto em sua costa norte deixou pelo menos seis mortos e provocou a remoção de quase 1 milhão de pessoas da região, por medo de um tsunami que acabou sendo menos destrutivo do que o previsto.
A presidente Michelle Bachelet foi a Iquique, cidade portuária no extremo norte do Chile, para avaliar os danos e supervisionar os esforços para restabelecer serviços básicos como eletricidade e água, interrompidos pelo sismo. A líder socialista decretou zona de catástrofe nas regiões de Arica e Tarapacá, no norte do país, as mais atingidas pelo tremor seguido de um tsunami de baixa intensidade.
Mais de 2.600 residências foram danificadas pelo tremor de magnitude 8,2 que estremeceu a região e deu origem a alertas de tsunami ao longo de todo o Pacífico latino-americano. O fenômeno fez mais de 972 mil pessoas deixarem suas casas em cidades ao longo da costa chilena.
O terremoto não afetou significativamente a mineração, fonte de receita para o país, maior produtor mundial de cobre.
Bachelet, que assumiu o poder há três semanas, presidiu uma reunião de um comitê de emergência em Iquique, uma das cidades mais afetadas. "Foi exemplar, (o modo) de enfrentar um terremoto e um tsunami", disse a presidente socialista a jornalistas. "Deram-nos um grande exemplo a todos, de como se age em conjunto, seguindo o plano tal qual estava estabelecido."
Em Iquique, milhares de pessoas retornaram ontem a suas casas depois de passarem a noite em colinas e praças, por medo de que um tsunami provocasse a mesma devastação causada por um outro ocorrido há quatro anos, que deixou centenas de mortos e danos multimilionários no sul do Chile.
A televisão mostrou imagens de ruas bloqueadas por destroços. No porto de Iquique, pescadores verificavam os restos de centenas de pequenas embarcações destruídas pelas ondas violentas para avaliar o que poderiam recuperar.
O ministro do Interior chileno, Rodrigo Peñailillo, disse que, em Iquique, cidade mais próxima do epicentro do tremor, e na localidade de Alto Hospicio cinco homens e uma mulher morreram.
"Perdemos tudo", disse com resignação o pescador José Valdés. "Só pudemos reaproveitar o que restou da lancha". O mar avançou quase 200 metros, segundo o governo de Iquique, e inundou avenidas.
"O terremoto foi bastante violento, o mais complicado foi passar a noite. Felizmente, as famílias estavam reunidas e isso favoreceu uma retirada eficiente", declarou Cristián Martínez, enquanto se dirigia para um colégio de Iquique do qual é diretor.
As autoridades ainda não calcularam o valor dos prejuízos, mas a declaração do estado de catástrofe na região permite ter acesso a fundos de emergência para reconstrução.
"Não há restrições no uso dos recursos para enfrentar a emergência", disse o ministro da Fazenda, Alberto Arenas.
Presas fogem
Um grupo de 322 detentas de Iquique aproveitou os estragos na prisão para fugir. No início da tarde de ontem, cem fugitivas haviam sido recapturadas. Segundo a polícia local, a maioria delas se entregou pessoalmente.
A Marinha chilena retirou por volta das 6 horas (horário de Brasília) de ontem o alerta de tsunami que mantinha para a região norte e o centro do país desde que ocorreu o sismo, na noite de terça-feira.
Por ser um dos países com maior atividade sísmica do mundo ao se localizar em uma falha geológica, o Chile conta com altos padrões em construção antissísmica, e treina periodicamente sua população com simulações.
"Todo o Chile aprendeu com os diferentes desastres. Cada um deles vai deixando alguns aprendizados", declarou ontem o ministro de Obras Públicas, Alberto Undurraga.
Ao meio-dia começaram a ser retomados os voos às três capitais do norte: Antofagasta, Iquique e Arica. Eles haviam sido cancelados durante o alerta de tsunami.
O papa Francisco, a presidente Dilma Rousseff, os presidentes do Peru, Ollanta Humala, e da Argentina, Cristina Kirchner, foram alguns dos que expressaram solidariedade ao Chile depois do terremoto.
Na terça-feira, alertas de tsunami também foram emitidos no Peru, Equador e Honduras. No sul do Peru, nove pessoas ficaram feridas e algumas casas sofreram danos.
Os moradores do Havaí foram avisados ontem para não frequentarem praias e evitarem nadar no oceano depois de ter sido emitido um alerta de tsunami para o país.
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