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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Lampião x Facções Criminosas: O Mesmo Terror em Épocas Diferentes

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A análise da invasão de Lampião em  Mossoró (1927) permite identificar um modus operandi que, mesmo com o passar de quase um século, guarda semelhanças impressionantes com a atuação de facções criminosas modernas como o PCC e o CV, especialmente em cidades do Nordeste.

1. Extorsão como ferramenta central

Lampião e seu bando exigiam dinheiro de comerciantes e autoridades locais sob a promessa de não atacar ou saquear. Em Mossoró, exigiram 400 contos de réis como “taxa de paz”.

PCC e CV,  aplicam a mesma lógica: comerciantes de todos os setores  do ramo alimentício ao farmacêutico são coagidos a pagar uma mensalidade em dinheiro vivo, sob a pena de ter o negócio fechado à bala.

👉 Ou seja, a chamada “taxa de segurança” nada mais é do que extorsão armada institucionalizada.

2. Uso do terror como método de controle

O cangaço usava emboscadas, assassinatos, incêndios e exibições públicas de violência para impor medo e garantir silêncio da população.

Hoje, facções como PCC e CV impõem o mesmo regime do terror: comerciantes que não pagam são executados com armas de fogo em plena via pública, servindo de exemplo para os demais.

👉 A lógica é a mesma: a morte exemplar funciona como mensagem coletiva de obediência.

3. Estratégia de ocupação territorial

Lampião atuava de forma nômade, mas tinha rotas de domínio no sertão, circulando em cidades estratégicas, onde cobrava “contribuições” e impunha sua presença.

O PCC e o CV,  agem como gestores do crime organizado, transformando bairros inteiros em territórios controlados, onde a cobrança de taxas se dá de forma contínua e sistemática.

👉 A diferença é que o que era itinerante e esporádico com Lampião se tornou fixo, burocratizado e mensal nas mãos das facções.

4. Enfraquecimento do Estado e substituição pela lei do crime

Em 1927, Lampião explorava a ausência de forças policiais capazes de defender cidades interioranas, aproveitando o vazio do Estado.

O que se vê hoje, é o mesmo fenômeno: quando o Estado não garante proteção, a facção se impõe como “poder paralelo”, cobrando para não matar como se fosse um imposto ilegal, mas com cobrança em sangue.

5. Conclusão da analogia

O modus operandi de Lampião e seu bando — cobrança forçada, intimidação e assassinato é replicado quase de forma espelhada pelo PCC e CV.
A diferença está apenas na escala e sofisticação:

Antes, o saque era feito de forma esporádica, em cavalgadas rápidas, com armas de pólvora.

Hoje, é feito de forma permanente, mensal, com armas de grosso calibre, comunicação instantânea. Redes sociais e controle territorial contínuo.

👉 Em resumo: o que antes era o cangaço do sertão, hoje são as facções do asfalto. O terror permanece o mesmo, apenas modernizado.

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