Uma gravação do piloto do avião que
transportava Eduardo Campos na tarde desta quarta-feira em Santos mostra
a conversa coma torre de controle na qual ele informa o processo de
arremetida que seria feita após uma tentativa de pouso no Guarujá. Na
mensagem, o piloto demonstra tranquilidade e não informa sobre nenhum
problema mecânico.
“Controle de São Paulo, quem tá falando é o Alfa Fox
Alfa ECO UNO da pista 35, vai fazer o bloqueio de Santos e o rebloqueio,
ok?”
Após a conversa, o avião fez o processo de arremetida e acabou caindo no bairro do Boqueirão, em Santos.
Segundo o Comando da Aeronáutica, a aeronave é um Cessna
560XL, prefixo PR-AFA, viajava do Rio de Janeiro para o aeroporto do
Guarujá e perdeu contato com o controle de tráfego aéreo durante o
trajeto. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), quando se preparava
para o pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo.
A queda aconteceu pouco depois das 10h. A poucos metros
do local onde a aeronave caiu funcionam uma escola infantil e uma
academia de ginástica. A região é, em grande parte, ocupada por casas e
comércios
Vítimas
A companhia Líder Aviação,
que cuidou do embarque dos passageiros, informou a lista oficial de
passageiros que estavam no avião:
Eduardo Henrique Acioly Campos - candidato a presidente pelo PSB
Pedro Almeida Valadares Neto - assessor direto de Eduardo Campos
Carlos Augusto Ramos Leal Filho - assessor de imprensa do candidato
Alexandre Severo Gomes e Silva - fotógrafo oficial da campanha
Marcelo de Oliveira Lyra - cinegrafista da campanha
Pilotos: comandante Marcos Martins, comandante José Stoffel Filho.
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Campos,
terceiro nas pesquisas para as eleições de 5 de outubro e companheiro
de chapa de Marina Silva, tinha um compromisso de campanha em Santos, no
litoral paulista, às 10h30 e não apareceu.
Eduardo Campos: suposta testemunha mentiu ao vivo na Globo
Até que
ponto vai a imaginação, o oportunismo, a insensibilidade e o cinismo de
uma pessoa? Essa resposta fica ainda mais difícil de ser definida ao
analisar o comportamento de uma hipotética testemunha do acidente aéreo
que matou o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos,
e outros seis ocupantes da aeronave, na quarta-feira (13), em Santos,
litoral paulista.
No final
da manhã, durante o plantão do ‘Jornal Hoje’, da Globo, o repórter José
Roberto Burnier entrevistou um homem que disse ter auxiliado no resgate
de feridos. Ele afirmou ainda ter tido acesso aos destroços do jato.
Aparentemente
emocionado, contou ter reconhecido o corpo de Eduardo Campos: “Cheguei a
abrir o olho dele”, contou, para surpresa do repórter. Burnier o
contestou para certificar a informação. O entrevistado, convicto, mais
uma vez disse ter reconhecido Eduardo Campos entre os mortos — e ele
ainda revelou, para certa comoção do jornalista, ser eleitor do
candidato.
Pouco
tempo depois, quando os boatos foram abafados por informações oficiais,
todos soubemos que nenhuma vítima poderia ser reconhecida visualmente.
Devido ao impacto e à explosão, os corpos ficaram dilacerados e
carbonizados. Apenas exames de arcada dentária e DNA poderão determinar
as identidades. O dentista Fernando Cavalcanti, que atendia Eduardo
Campos, viajou do Recife para São Paulo levando radiografias e outros
documentos, para ajudar na identificação do corpo do político.
À noite,
José Roberto Burnier fez a matéria de abertura do ‘JN’, e estava no
link, diretamente de Santos. Foram exibidos os testemunhos de várias
pessoas que disseram ter presenciado a tragédia. Mas o homem que, horas
antes, dissera ter reconhecido e tocado em Eduardo Campos ao tentar
socorrê-lo, não foi mostrado.
O
lamentável episódio ocorrido na Globo não é uma exceção. Sempre que
acontece uma tragédia com a presença da imprensa surgem oportunistas,
sádicos e desequilibrados que aproveitam a situação para aparecer na TV.
José
Roberto Burnier não tem culpa de ter sido enganado. Numa transmissão ao
vivo, no calor da emoção e com notícias desencontradas, é impossível
apurar se o entrevistado diz a verdade, fantasia ou mente
descaradamente.
No
primeiro momento, aquele depoimento parecia tão real, a dor da suposta
testemunha se mostrava tão verdadeira, que seria improvável desconfiar
de uma farsa. No fim, foi apenas mais um papagaio de pirata, um urubu
midiático, alguém que realizou o desejo de ter 15 segundos de fama
tripudiando sobre a tragédia alheia.
Maquiavel
Avião de Eduardo Campos pertencia a usineiro
Aeronave que transportava Eduardo Campos
(TV Globo/Reprodução/AFP)
A aeronave modelo Cessna PR-AFA, em que estava o candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos,
pertence a uma empresa do grupo Andrade, que possui duas usinas de
açúcar e álcool — uma em Santa Vitória, no interior de Minas Gerais, e
outra em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O grupo produz cerca de 2
milhões de sacas de açúcar e 47 milhões de litros de etanol. Uma das
empresas do grupo, Rio Verde Energia S/A, doou 89 mil reais ao comitê
financeiro do PSB de Pernambuco. Ao site de VEJA, o dono do grupo, José
Carlos de Andrade, confirmou ser dono do avião, mas negou ser parente da
mulher de Campos, Renata Andrade Lima Campos. “Nem a conheço”, afirmou.
Quando questionado sobre a origem de sua relação com o PSB ou Campos,
Andrade desligou o telefone. O avião era usado por Campos e sua equipe
nos deslocamentos de campanha desde o início dos giros pelo país. O
avião decolou nesta quarta-feira às 9h21 do aeroporto Santos Dumont, no
Rio de Janeiro. (Daniel Haidar, Cecília Ritto e João Campos)
Informação do Radar On-line - Lauro Jardim
Candidato
à Presidência Eduardo Campos (PSB) estava no jato que caiu em área
residencial em Santos, no litoral de São Paulo, diz partido ->
http://on-msn.com/1oJvYsU
O Comando da
Aeronáutica informou, por nota, que o avião, modelo Cessna 560XL, prefixo
PR-AFA, caiu às 10h. “A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de
Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para
pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego
aéreo perdeu contato com a aeronave”, diz nota da Aeronáutica.
Lista oficial:
Eduardo Henrique Accioly Campos
Alexandre da Silva, fotógrafo
Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor
Geraldo da Cunha, piloto
Marcos Martins, piloto
Pedro Valadares Neto