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sexta-feira, 12 de março de 2021

antiviral Remdesivir, autorizado pela Anvisa Anvisa aprovou nesta sexta-feira (12/3) primeiro medicamento para tratamento contra o novo coronavírus. Órgão regulador também autorizou registro definitivo de vacina da Oxford

 

 (crédito: Colin BERTIER, Virginie GOUBIER, Ulrich Perrey / POOL / AFPTV / AFP)
(crédito: Colin BERTIER, Virginie GOUBIER, Ulrich Perrey / POOL / AFPTV / AFP)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta sexta-feira (12/3), a autorização de um medicamento antiviral para o tratamento da covid-19. Foi a primeira vez que a entidade aprovou um remédio com indicação em bula para a doença no país. O antiviral Remdesivir foi desenvolvido para auxílio no combate do ebola, mas não obteve bons resultados durante a pandemia da doença. Mostrou, porém, ser eficiente no tratamento de pacientes que foram infectados por outros tipos de coronavírus, responsáveis por causar o vírus dos tipos SARS e MERS. Assim, algumas nações passaram a usá-lo para auxiliar no tratamento da covid-19. A Anvisa anunciou, ao mesmo tempo, o registro definitivo da vacina da Oxford e da AstraZeneca, contra a covid 19, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Remdesivir é o primeiro medicamento autorizado no Brasil com este fim. “Estamos enfrentando um momento muito complicado”, admitiu o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes. O medicamento já é aprovado para uso temporário em mais de 50 países, entre eles, Estados Unidos, Canadá, União Européia, Israel, Austrália, Japão, Hong Kong e Coréia do Sul. No Brasil, o medicamento está em fase de estudos desde junho de 2020 no Brasil. À época, ele foi autorizado pela Anvisa para ser usado em pacientes hospitalizados e que desenvolveram pneumonia grave provocada pelo SARS-CoV-2.

Nos EUA, o seu uso acontece desde novembro do ano passado. A empresa responsável pela fabricação do remédio, a Gilead Brasil, informou que um estudo realizado pelo Instituto Nacional Americano de Saúde (NIH - National Institutes of Health) mostrou rápida recuperação em pacientes infectados que tomaram o medicamento. A pesquisa foi realizada com 1.063 pacientes nos Estados Unidos, Ásia e Europa, e mostrou que pacientes com casos leves da covid-19 e que tomaram o Remdesivir tiveram uma recuperação cinco dias mais rápida que aqueles que não tomaram. Em casos graves, a recuperação foi sete dias mais rápida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, não recomenda o uso do remédio. A OMS reconhece que é possível que ele seja benéfico para alguns pacientes, mas a não evidência de riscos associados ao remédio, a falta de comprovação clínica de eficácia e o seu alto custo foram fatores para desaconselhar o uso do medicamento.

British Medical Journal publicou um artigo no último ano em que esclarece que “o Remdesivir tem recebido atenção mundial como um tratamento potencialmente eficaz para casos graves de covid-19 e é cada vez mais usado para tratar pacientes hospitalizados. Mas seu papel na prática clínica permanece incerto”.

Quem deve tomar o remédio?

O Remdesivir não previne a covid-19, o seu uso é para tratamentos de casos mais evoluídos de pacientes já infectados. No Brasil, a Anvisa indicou o uso para adultos e adolescentes com idade igual ou superior a 12 anos e que pesem, no mínimo, 40 kg, que desenvolveram pneumonia, que precisam de oxigenação suplementar de baixo ou alto fluxo, ou outra ventilação não invasiva. Pacientes entubados não devem usar o remédio.

Onde compro o Remdesivir?

O medicamento não vai ser vendido em farmácias e será administrado, única e exclusivamente, por hospitais para tratar pacientes que desenvolveram quadros evoluídos da covid-19, como citado acima.

Com esse remédio, vou precisar de vacina?

É importante ressaltar que todos devem ser vacinados. A vacina contra a covid-19 é a única que pode prevenir casos graves e até a infecção pela doença. Até o momento, não há medicamento que possua o mesmo efeito. O Remdesivir é indicado para o tratamento daquelas pessoas que estão hospitalizadas devido à covid-19.

Ele possui efeitos colaterais?

Durante coletiva de imprensa hoje, a Anvisa relatou alguns dos efeitos adversos que o medicamento pode causar no paciente em que ele é administrado. Entre eles, estão lesão renal aguda e insuficiência respiratória. Já na análise da Agência Europeia de Medicamentos (EMA - European Medicines Agency) problemas no fígado foram frequentemente desenvolvidos por quem tomou o medicamento e, para os pacientes com covid-19, a náusea foi relatada.

STF forma maioria para manter congelamento de salário de servidores na pandemia

 Publicado em 12 março, 2021 6:29 pm

Justiça. Foto: GIL FERREIRA/SCO/STF

De Thayná Schuquel no site Metrópoles.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (12/3), para manter a lei aprovada no ano passado que impediu, até o fim deste ano, o aumento de salário de servidores. Por enquanto, o placar está em 6 a 0 pela manutenção da medida. Os ministros analisam o caso no Plenário Virtual.

O tema começou a ser discutido na última sexta-feira (5/3), e os ministros têm até hoje para depositar os votos no sistema da Corte. Até agora, votaram Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Edson Fachin e Rosa Weber, todos a favor da constitucionalidade da lei.

O colegiado julga ações impetradas pelos partidos PDT e PT, entre outras entidades, que alegam que a lei não poderia atingir estados e municípios nem outros Poderes além do Executivo federal, que propôs a medida. Argumentam ainda que, sem reajustes pela inflação, haveria, na prática, redução da remuneração.

A medida foi aprovada para atenuar o desequilíbrio fiscal gerado com as despesas no combate à pandemia.

A decisão dá força para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que prevê a continuidade da restrição. O texto define “gatilhos” nos gastos públicos para que os salários não sejam reajustados.

(…)

Cientistas brasileiros descobrem nova variante do coronavírus

Cientistas brasileiros descobriram uma nova variante do coronavírus. A descoberta foi relatada numa comunicação conjunta à Rede Corona-ômica de sequenciamento genético do Sars-CoV-2 por cinco instituições, coordenadas pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Num trabalho independente, a mesma variante também foi descrita por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela teria surgido em agosto e já se espalhado por estados de todas as regiões, à exceção do Centro-Oeste.

A nova variante tem uma origem distinta das linhagens brasileiras P1 e P2, que causam preocupação mundial, especialmente a primeira. Porém, também provoca apreensão porque compartilha com elas a mutação E484K na proteína S do vírus, alvo da maioria das vacinas e testes de diagnóstico.

Essa mutação é associada a uma maior capacidade de transmissão. Também se teme que possa escapar do ataque de anticorpos e, com isso, reduzir a eficácia de vacinas.

O coordenador da Corona-ômica, o virologista Fernando Spilki, diz que há evidências fortes de que existe uma maior transmissibilidade. Mas o escape de anticorpos precisa ser investigado em profundidade. Até agora, as vacinas continuam a se mostrar eficientes.

Mas cientistas salientam que é preciso acelerar a imunização e proteger o maior número de pessoas possível justamente para evitar que o vírus vá mudando ao ponto de impactar seriamente a efetividade das vacinas.

Epicentro da pandemia e com a transmissão do Sars-CoV-2 descontrolada, o Brasil é considerado um celeiro de emergência de novas variantes do coronavírus, um laboratório a céu aberto. Por isso, a descoberta preocupa, mas não surpreende, afirma Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do Laboratório de Bioinformática do LNCC.

— O estudo de novas variantes é essencial porque o vírus está sempre mutando e quanto maior a transmissão, maior a chance de surgirem mutações. O sequenciamento, ao revelar mutações e variantes, mostra a cara do inimigo que estamos enfrentando — observa Vasconcelos.

O grupo coordenado por ela sequenciou e analisou 195 genomas, provenientes de pacientes com Covid-19 de 39 municípios, de cinco estados (Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte). Os genomas foram depositados em bases de dados públicas internacionais (GISAID).

As amostras foram coletadas entre 1º de dezembro de 2020 a 15 de fevereiro de 2021, de pacientes de 11 a 90 anos de idade, sendo 92 homens e 93 mulheres.

Em cerimônia no Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira (10), o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a lei que permite que estados, municípios e setor privado comprem vacinas contra a covid-19. A lei teve origem no PL 534/2021, projeto de lei apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

 O texto, aprovado no Senado no dia 24 de fevereiro, também permite que os compradores assumam a responsabilidade civil pela imunização, o que pode abrir caminho para a entrada de novas variedades de vacina no país (já que essa é uma exigência de várias fabricantes do imunizante).


Fonte: Agência Senado

Governador Camilo Santana decreta lockdown em todo o Ceará a partir de sábado Escrito por Bruna Damasceno e Matheus Facundo, metro@svm.com.br 21:26 / 11 de Março de 2021. Atualizado às 22:28 / 11 de Março de 2021 O isolamento social rígido valerá por uma semana em todo o Estado; na Capital, será estendido por mais três dias

 O governador Camilo Santana (PT) decretou, nesta quinta-feira (11), lockdown em todo o Ceará. A medida passa a valer a partir deste sábado (13) até o próximo dia 21 de março. Consequentemente, as restrições em Fortaleza, antes vigentes até o dia 18, também serão estendidas. 

Durante a vigência do decreto, poderão funcionar apenas atividades consideradas essenciais, construção civil e indústria, informou Camilo. 

O chefe do Executivo ponderou que 181 municípios cearenses têm classificação de risco "alto" ou "altíssimo" para transmissão da Covid-19. Neste contexto, diante da escalada de casos e internações, a pressão aumenta no sistema de saúde.

STF forma maioria contra ‘legítima defesa da honra’ em casos de feminicídio Ministros do Supremo formaram maioria contra o uso da tese "defesa da honra" em julgamentos. Mesmo fora da Constituição, argumento ainda é utilizado por acusados de feminicídio em tribunais do júri

 

Tema estará em votação até a sexta-feira (11/3) no STF, mas maioria dos ministros já indicou voto contra -  (crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)
Tema estará em votação até a sexta-feira (11/3) no STF, mas maioria dos ministros já indicou voto contra - (crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (11/3) para impedir o uso da tese “legítima defesa da honra” em julgamentos de feminicídio. Com seis votos a favor da inconstitucionalidade do argumento, a tese passará a não ser mais aceita em tribunais do júri caso a votação seja concluída sem pedidos de vista ou de destaque.

Pelo entendimento da maioria dos ministros, o argumento viola a dignidade humana, a proteção à vida e a igualdade de gênero. Os votos vão de acordo com o entendimento do relator Dias Toffoli, que, em decisão liminar (provisória), considerou a tese inconstitucional. O ministro também disse se tratar de um recurso "odioso, desumano e cruel", que perpetua a violência contra a mulher.

“A chamada ‘legítima defesa da honra’ corresponde, na realidade, a recurso argumentativo/retórico odioso, desumano e cruel utilizado pelas defesas de acusados de feminicídio ou agressões contra mulher para imputar às vítimas a causa de suas próprias mortes ou lesões, contribuindo imensamente para a naturalização e a perpetuação da cultura de violência contra as mulheres no Brasil”, pontuou Toffoli na decisão.

Para a advogada criminalista Soraia Mendes, que fez parte da revisão da ação protocolada ao STF, a aprovação representa um avanço para os direitos e memórias das mulheres. “É um ganho extremamente grande para as mulheres e todos do barco das ditas minorias. Representa um avanço diretamente relacionado a uma cultura jurídica de posse. Isso não existe na lei desde o século 19, então, como continua sendo aplicado?”, questiona.

Soraia Mendes também pontua que casos de feminicídio de relevância nacional, como a morte da socialite Ângela Diniz, cometido por Doca Street, e o caso do cantor Lindomar Castilho, que matou a companheira a tiros, fizeram o uso do recurso se popularizar. “Isso sempre foi reiterado ao longo da história. O momento da discussão do Tribunal do Júri é formado por membros do povo, homens e mulheres leigos, que escutam que algo foi por ciúme, traição, e que por isso é possível matar”, declara.

Encerramento da votação

O tema ainda está em votação no plenário virtual do STF, e ficará disponível para análise dos magistrados até sexta-feira (12/3). Até o momento, foram favoráveis à proibição do uso os ministros Marco Aurélio, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Gilmar Mendes e Edson Fachin. Os demais ainda não se manifestaram.

O caso pode ser suspenso ou adiado se algum ministro pedir vista — um tempo maior para análise — ou destaque. Neste caso, o processo segue para discussão no plenário físico do STF.


Voo com 2 milhões de doses de vacinas decola da Índia A carga fará escala em Dubai, nos Emirados Árabes, de onde decolará para São Paulo às 22h40 (horário local) - 15h40 de hoje (horário de Brasília).

 

 (crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
(crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um avião da companhia Emirates, com remessa de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca contra covid-19 decolou na madrugada de hoje (22) de Mumbai, na Índia, e deve chegar a São Paulo às 6h55 desta terça-feira.

A aeronave deixou a cidade indiana por volta das 10h30 da manhã (horário local), o que equivale a 2h da madrugada de hoje no horário de Brasília. A carga fará escala em Dubai, nos Emirados Árabes, de onde decolará para São Paulo às 22h40 (horário local) - 15h40 de hoje (horário de Brasília).

O voo chegará a São Paulo amanhã de manhã e as vacinas seguirão para o Rio de Janeiro, onde serão levadas para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

As doses foram produzidas pelo Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na Índia e maior produtor mundial de vacinas. Mesmo prontas, as vacinas precisarão passar primeiro por Bio-Manguinhos para que possam ser rotuladas antes de serem distribuídas ao Programa Nacional de Imunizações.

A importação de doses prontas é uma estratégia paralela à produção de vacinas acertada entre a AstraZeneca e a Fiocruz. Para acelerar a disponibilidade de vacinas à população, 2 milhões de doses já foram trazidas da Índia em janeiro e está previsto um total de 10 milhões de doses prontas a serem importadas. Além dos 2 milhões que chegam amanhã ao país, mais 8 milhões estão previstas para os próximos dois meses. 

Enquanto negocia a chegada das doses prontas, a Fiocruz trabalha na produção local das vacinas Oxford/AstraZeneca. Segundo o acordo com a farmacêutica anglo-sueca, a Fiocruz vai produzir 100,4 milhões de doses de vacinas até julho, a partir de um ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado. A primeira remessa desse insumo já chegou ao Bio-Manguinhos e o primeiro milhão de doses produzido na Fiocruz tem entrega prevista para o período de 15 a 19 de março.

De acordo com a fundação, os dois primeiros lotes estarão liberados internamente nos próximos dias. Esses lotes são destinados a testes para o estabelecimento dos parâmetros de produção.

"Com esses resultados, a instituição produzirá os três lotes de validação, cuja documentação será submetida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses lotes somarão cerca de 1 milhão de doses e seus resultados serão enviados à Anvisa até meados de março".

Também está em andamento na Fiocruz o processo de transferência de tecnologia para a produção do IFA no Brasil, o que tornará a fundação autossuficiente na produção das vacinas. A previsão é que as primeiras doses com IFA nacional sejam entregues ao Ministério da Saúde em agosto, e, até o fim de 2021, seja possível entregar 110 milhões de doses, elevando o total produzido no ano pela Fiocruz para 210,4 milhões. 

Anvisa aprova registro definitivo de vacina de Oxford produzida na Fiocruz O registro não permite a venda ao setor privado, pois a Fiocruz tem apenas o Sistema Único de Saúde (SUS) e organismos multilaterais como clientes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta sexta-feira, 12, o registro da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A decisão permite a entrega do produto que tem etapa de fabricação no País. Antes, a Anvisa já havia autorizado o uso emergencial do mesmo produto, mas fabricado pelo Instituto Serum, da Índia. O registro não permite a venda ao setor privado, pois a Fiocruz tem apenas o Sistema Único de Saúde (SUS) e organismos multilaterais como clientes.
A Fiocruz espera entregar cerca de 222 milhões de doses neste ano, sendo 112 milhões até julho. Neste mês, a ideia é distribuir 3,8 milhões de doses.
A Anvisa também anunciou o registro do antiviral remdesivir. Fabricado pela Gilead, o medicamento é usado no tratamento de pacientes hospitalizados com covid-19. A agência já havia registrado a vacina da Pfizer. Neste caso, o produto pode até mesmo ser vendido ao setor privado, mas a empresa afirma que só negocia agora com o Ministério da Saúde.

"Tudo está queimado": argentinos relatam pesadelo em incêndio na Patagônia ... a

Casas de madeira em meio a bosques patagônicos, animais selvagens do lado de fora e uma vida tranquila longe da cidade grande. O que era sonho tem se tornado pesadelo. Desde o último domingo (7), áreas rurais das províncias de Chubut e Río Negro ardem com os incêndios descontrolados em bosques dessa região no centro-norte da Patagônia argentina. A estudante de gestão ambiental Clara Davel conversou com Nossa via telefone e contou que a casa onde mora a sua mãe foi evacuada, na última terça (9), em Las Golondrinas, na área rural de Chubut, a 7 quilômetros de El Bolsón, na província de Río Negro. Região da casa da família de Clara Davel Imagem: Arquivos da família de Clara Davel ... -

tensão política torna-se novo foco de redução do apetite por risco. Ibovespa cai 3% e dólar sobe 1,6%

Aumento na O Ibovespa acelera perdas e já cai 3% com a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato. Com a decisão, Lula recuperou seus direitos políticos e pode se candidatar a presidente em 2022.

Ceará A Secretaria de Saúde do Estado informou que o Ceará passou a contar com novos 200 leitos covid através de hospitais de campanha, sendo que no interior dois já estão montados, em Quixeramobim e Sobral, ampliando com mais 40 e 39 vagas, respectivamente.

Sobral e cidades da Região Norte 
A macrorregião de Sobral compreende 55 municípios. Todos os leitos de terapia intensiva disponíveis na região, adultas, infantis, neonatais e gestantes, estão ocupados, segundo o IntegraSUS.

Na noite desta segunda-feira (8), pelo menos 11 hospitais do Interior tinham os leitos do tipo ocupados. A situação mais grave estava na macrorregião de Sobral, que compreende 55 municípios. Todas as UTIs disponíveis na região, adultas, infantis, neonatais e gestantes, estão ocupadas, informa a plataforma IntegraSUS, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

Todos os seis hospitais com leitos de UTI na macrorregião de Sobral apresentam 100% de ocupação. São eles: Hospital São Lucas (20 leitos), em Crateús; Hospital Maternidade Madalena Nunes (10), em Tianguá; Hospital Regional Norte (75), Hospital de Campanha Dr. Francisco Alves (21), Santa Casa da Misericórdia, em Sobral; e Hospital Municipal Dr. Pedro de Castro Marinho (3), em Irauçuba.

Em todas as macrorregiões de saúde do interior Estado, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, dedicados ao tratamento de pacientes com Covid-19, está acima de 90%, segundo o IntegraSUS. O esgotamento de leitos também foi registrado na Região Metropolitana de Fortaleza


Litoral Leste e Jaguaribe sem UTIs disponíveis

O quadro também é preocupante na macrorregião do Litoral Leste/Jaguaribe, onde todas as 10 vagas de UTI disponíveis no Hospital São Raimundo, em Limoeiro do Norte, estão preenchidas. Estas são as únicas unidades de terapia intensiva adultas disponíveis na área. Entretanto, considerando a ocupação geração, a taxa cai para 62,5%, pois, todas as seis vagas no Hospital e Maternidade Santa Luisa de Marillac, em Aracati, com vagas para neonatal e gestante, estavam livres.

Já no Sertão Central, a ocupação de UTIs adultas chega a 92,73%. Considerando o total de unidade, a porcentagem é a mesma.No Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim, 47 dos seus 50 leitos estão com pacientes em estado grave pela Covid-19.

Mais internados que leitos no Cariri

Na macrorregião do Cariri, outras três unidades estão lotadas: o Instituto Madre Tereza de Apoio à Vida (10 leitos), em Brejo Santo; o Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (10), em Barbalha; e o Hospital Maternidade São Francisco de Assis (10), em Crato. A taxa de ocupação de UTIs adultas é 92,24%. Considerando o total de leitos intensivos, são 84,38% estão com pacientes.

Mesmo sem atingir sua capacidade máxima, o Hospital Regional do Cariri (HRC) preocupa, pois, 33 dos seus 35 leitos de UTI estão preenchidos. A situação é mais complicada nas enfermarias da unidade de saúde. Lá há 20 vagas, mas há 24 internados nesta noite.


Cuidados

O cenário é preocupante, segundo a presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems/CE), Sayonara Cidade, pois agora, ao contrário de 2020, as demandas na rede de saúde surgem simultaneamente.

“Quando a situação estava grave na região Norte, o Cariri estava mais tranquilo, por exemplo. Com a pandemia forte em todas as regiões, estamos com pessoas em filas, esperando vaga na UTI”, detalha.

Diante do cenário, Sayonara reforça que algumas unidades como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais estão sendo readequados para atender os pacientes mais graves. “Os leitos estão com respiradores, os capacetes Elmo chegaram e foram distribuídos para os hopitais polo e evitar que evolua para uma intubação. É todo um esforço”, completa. Mesmo assim, a presidente do Cosems acredita que isso não é suficiente se não forem tomadas medidas sanitárias mais rígidas. “Precisam existir várias ações, como o lockdown, um controle maior”, completa.

“Os equipamentos auxiliares de campanha não contemplam leitos de UTIs para Covid-19, porém estão instalados em anexos ou vizinho aos hospitais, que possuem capacidade de atendimento para terapia intensiva. Dessa forma, as estruturas complementares podem possibilitar a ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais”, ressaltou. 

(DN)

Fachin vota contra decreto de Bolsonaro sobre posse de armas

 

Da CNN Brasil


O ministro Luiz Edson Fachin, relator do caso — Foto: Rosinei Coutinho/Supremo Tribunal Federal

O ministro Edson Fachin votou para considerar inconstitucional o decreto do presidente Jair Bolsonaro sobre a posse de armas. O voto de Fachin, que é relator do caso, foi apresentado no Plenário virtual do Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (12).

Os demais ministros do STF têm até a próxima quinta-feira (18) para apresentar o voto no Plenário virtual.

O STF analisa a ação apresentada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em fevereiro, que alega inconstitucionalidade no decreto de Bolsonaro. A ação afirma que as medidas facilitam “de forma desmedida o acesso a armas e munições pelos cidadãos comuns e fere a Constituição Federal”. (…)


Combustíveis sobem pela vez seguida e gasolina vai de R$ 6 no Ceará

Continua em plena escalada o preço da gasolina. No Ceará, conforme aponta o último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 28 de fevereiro e 6 de março, a máxima do litro chegou a R$ 5,749, ou seja, praticamente R$ 5,75. Este valor foi encontrado no município do Crato.

Considerando que, na semana anterior, o patamar mais alto verificado na pesquisa da ANP havia sido de R$ 5,53, houve um salto de 21 centavos no preço máximo praticado.

Gasolina a R$ 6 no Ceará?

Nota-se, com base no recente histórico dos dados, que a trajetória inflacionária da gasolina vem acelerando a cada semana. A esta altura, se não houver significativa mudança no cenário, é questão de tempo para que o litro do combustível atinja a marca simbólica e inédita de R$ 6,00 em algum lugar do território cearense, provavelmente no interior, onde os combustíveis geralmente são mais caros.

Em outros estados, como Acre, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pará, este nível de R$ 6,00 já foi superado. A ANP verificou gasolina vendida a impressionantes R$ 6,29 no Rio de Janeiro, o maior valor do País.

Com o cenário do petróleo no mercado internacional e a desvalorização do real ante o dólar, a tendência é que os combustíveis sigam em alta no Brasil. Só neste ano, a Petrobras já determinou cinco aumentos.

Cabe ponderar dois pontos sobre a pesquisa da ANP:
1) No caso do Ceará, a metodologia se restringe a poucos municípios. Portanto, é possível que haja valores ainda mais altos em outras cidades, mas o levantamento não consegue captar.
2) Os preços podem ter sofrido alterações desde o período em que os dados foram obtidos.

O preço médio da gasolina manteve-se praticamente estável no intervalo entre a semana encerrada em 27 de fevereiro e a última, passando de R$ 5,23 para R$ 5,24. Ainda assim, trata-se do maior valor da história. Já a gasolina mais barata foi a R$ 5,11.

Em Fortaleza, o valor médio manteve-se em R$ 5,22. Já a máxima chegou a R$ 5,499 na Capital, e a mínima, R$ 5,11.
Confira preços da gasolina nas cidades pesquisadas

Crato

Postos pesquisados: 9
Preço médio: R$ 5,354
Preço mínimo: R$ 5,240
Preço máximo: R$ 5,749

Fortaleza

Postos pesquisados: 98
Preço médio: R$ 5,229
Preço mínimo: R$ 5,119
Preço máximo: R$ 5,499

Juazeiro do Norte

Postos pesquisados: 10
Preço médio: R$ 5,327
Preço mínimo: R$ 5,139
Preço máximo: R$ 5,389

*Nesta semana, a ANP não consultou postos em Caucaia, Itapipoca e Maracanaú, que constavam na penúltima pesquisa.

vacina da Pfizer - Anafilaxia: entenda o efeito colateral que pode surgir

Você já ouviu falar de anafilaxia? Trata-se de uma reação alérgica intensa, com sintomas que incluem irritação na pele, náuseas, vômitos, dificuldade respiratória e choque hemorrágico. Muitas pessoas relataram esse efeito colateral depois de tomar a vacina da Pfizer/BioNtech contra a COVID-19, e os cientistas perceberam que é mais comum do que se pensava.

Pfizer estipula data limite para o Brasil comprar vacina
Vacina da Pfizer é capaz de neutralizar novas variantes do coronavírus
Brasil deve receber 14 milhões de doses da vacina da Pfizer até junho

No Japão, as pessoas que receberam a vacina parecem ter sofrido essa reação em uma taxa maior do que nos Estados Unidos e na Europa, segundo o próprio ministro encarregado da campanha de vacinação no Japão, Taro Kono. Ele disse a um comitê parlamentar que entre 107.558 profissionais de saúde que foram vacinados, 17 tiveram casos de anafilaxia.

A taxa se compara a cinco casos em cada 1 milhão de doses administradas nos Estados Unidos e 20 casos por milhão na Grã-Bretanha, embora o Japão esteja mais atrasado em seu lançamento de vacinas e possa mudar essa proporção à medida que mais pessoas recebem o imunizante.

Com a possibilidade de reação alérgica e outros efeitos colaterais à vista, as pessoas que tomam a vacina contra COVID-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech estão sendo orientadas a permanecer no local por pelo menos 15 minutos. De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, os sintomas experimentados cinco a 30 minutos depois de receber a injeção incluem dor de garganta, urticária e dificuldade para respirar, mas todos se recuperaram após receber tratamento.

Em resposta a esse número de casos, a ministra da Saúde do Japão, Norihisa Tamura, disse que um painel do ministério planeja revisar o assunto na próxima sexta-feira (12), investigando se os sintomas relatados no país são tão graves quanto os do exterior.População japonesa está sofrendo mais com a anafilaxia do que a população dos EUA ou do Reino Unido (Imagem: Katja Fuhlert / Pixabay)
Vacina da Pfizer e Anafilaxia

Enquanto isso, um estudo norte-americano publicado no último dia 8 apontou uma em cada 4 mil pessoas experimentou anafilaxia após receber as vacinas fabricadas pela Pfizer ou Moderna, ainda que com uma recuperação rápida. No entanto, segundo os pesquisadores, mesmo com essas novas estatísticas, as chances de alguém ter a reação permanecem extremamente baixas.

No estudo, os pesquisadores analisaram 64.900 profissionais de saúde. 40% deles receberam a vacina da Pfizer e 60% receberam o imunizante da Moderna. Reações alérgicas agudas foram relatadas por 2% deles. 16 pessoas tiveram anafilaxia. Dessas 16, nove foram tratadas com epinefrina (EpiPen) e três que tinham histórico de anafilaxia optaram por não procurar atendimento. Apenas uma pessoa foi admitida em terapia intensiva. No fim, todos se recuperaram.

As reações anafiláticas começaram em média 17 minutos após a administração da injeção. A idade média dos envolvidos era de 41 anos e 15 das 16 pessoas eram mulheres. 63% tinham histórico de alergia e 31% de anafilaxia. No entanto, vale perceber que as reações graves foram cerca de 22 vezes mais altas do que o relatório do CDC, o órgão de saúde dos EUA. “Reações graves consistentes com anafilaxia ocorreram a uma taxa de 2,47 por 10.000 vacinações”, escreveram os autores do estudo. Isso é cerca de 22 vezes a taxa relatada pelo CDC em janeiro.

"A taxa de incidência de anafilaxia confirmada neste estudo é maior do que a relatada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. No entanto, o risco geral de anafilaxia para uma vacina de mRNA COVID-19 permanece extremamente baixo e amplamente comparável a outras exposições de cuidados de saúde comuns", afirmou o estudo. Vacina da Pfizer tem efeito colateral (reação alérgica grave) mais comum do que se pensava, de acordo com estudo norte-americano (Imagem: Cottonbro/Pexels)

"Dado que aproximadamente 5% dos adultos têm históricos graves de alergia alimentar e 1% dos adultos têm históricos graves de alergia a medicamentos, o coorte do estudo norte-americano provavelmente incluiu cerca de 4.000 indivíduos com histórico de alergia alimentar ou medicamentosa que foram vacinados com segurança", o artigo científico ainda cita.

Kelly Blumenthal, imunologista que liderou o estudo, disse que o CDC se baseou em relatórios de pessoas que receberam a vacina, enquanto sua equipe estudou um grupo específico e teve acesso a todos os seus dados. "Às vezes, faltam informações importantes nos relatórios ou nos registros", escreveu. Ela também alegou que os dados não são motivo para se assustar. "São ótimas vacinas e todos com anafilaxia se recuperaram", afirmou.

Fonte: The Japan Times, ETNT Health

quinta-feira, 11 de março de 2021

Ceará vacinou 62% do primeiro grupo prioritário contra a Covid-19,até o momento, 389.363 pessoas foram vacinadas

JUVENTUDE NA MIRA DO CRIME Assassinatos de adolescentes de 10 a 19 anos subiram 91% em 2020 no Ceará

Em 2020, o Ceará assistiu ao crescimento dos homicídios de forma geral, que subiram 81%. Um dos motivos apontados por especialistas e pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) para o aumento foi a greve dos policiais militares em fevereiro de 2020, quando houve mais de 321 assassinatos em treze dias. Os dados da SSPDS mostram que, de 18 de fevereiro a 1º de março, enquanto durou o motim dos policiais, os CVLIs aumentaram 435% em relação ao mesmo período de 2019. “Com o motim, a população ficou desprotegida. Foi uma greve tartaruga que fez a população parar de circular por dias. Ruas vazias que ficaram propícias a delitos e homicídios”, conta Cesar Barreira, coordenador sênior do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC).

O aumento da violência em geral impactou diretamente os homicídios de jovens, que tinham caído em 2018 e 2019. Em 2020, subiram 90,70% em comparação com o ano anterior. Em média, 12,58 garotos e garotas foram assassinados por semana no Ceará. Segundo os dados do comitê, a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes na população em geral subiu de 24,71 em 2019 para 43,96 em 2020, um aumento de 77,9%. Entre adolescentes de 10 a 19 anos, a taxa subiu de 22,04 em 2019 para 42,42 em 2020, um incremento de 92%. Dos 4.039 CVLIs registrados no Ceará no ano passado, 677, ou 16,76%, tiveram adolescentes de 10 a 19 anos como vítimas.

O massacre da juventude não é exclusividade do Ceará. Em todo o país, jovens de até 29 anos representaram metade das vítimas de violência letal em 2019, mostram dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No Ceará, o problema se associa à ação das facções criminosas e à disputa delas por territórios. Barreira, da UFC, destaca a crueldade dos crimes e o fato de as vítimas serem justamente a parcela mais vulnerável da população. “São mortes violentas, como forma de punição ou por luta por território entre integrantes de facções. Nessa faixa etária, encontram-se os mais vulneráveis. Sejam meninos que circulam cada vez mais cedo com armas de fogo, ou meninas mortas por feminicídios e crimes passionais”, explica.

Daniele Negreiros, assessora técnica e coordenadora de pesquisa do comitê, diz que a ação das facções se reflete inclusive nos CVLIs que têm garotas como vítimas. Em comparação a 2019, as mortes de garotas de 10 a 19 anos cresceram 69,77% no estado. O aumento tem sido constante: em 2014, eram 6,77 mortes por 100 mil habitantes. A taxa subiu para 9,93 por 100 mil em 2017 e 14,29 no ano seguinte. Dos 73 casos, 52 ocorreram fora da capital.

Andressa Oliveira Pereira, 17, entrou para as estatísticas em fevereiro do ano passado, quando saiu para uma festa de pré-carnaval e não voltou mais. O corpo foi encontrado em Horizonte, na Grande Fortaleza, sem os olhos e com marcas de tiros. Com o final das apurações, Gilderlânio da Silva de Freitas, 18, foi preso e indiciado por homicídio doloso. O crime, segundo a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), estaria relacionado à disputa entre facções criminosas. A polícia também investiga a ação das facções na morte, em maio de 2020, de Klaryce Jacinto Vasconcelos, 12, assassinada a tiros no município de Jijoca de Jericoacoara, um dos principais pontos turísticos do estado. Conforme investigação da Delegacia Municipal de Cruz, seis suspeitos foram presos e indiciados pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e fútil, além de integrar organização criminosa e roubo.

Para Negreiros, o surgimento do coletivo criminoso local Guardiões do Estado (GDE) marca uma nova dinâmica de homicídios e feminicídios no Ceará. As meninas, como ponto mais fraco dessa cadeia, acabam entrando no jogo das facções. Nem sempre são “batizadas” para integrar oficialmente as facções, mas se relacionam com garotos que fazem parte dos grupos criminosos. “Elas são atravessadas por essa dinâmica, muitas vezes, de maneira secundária. Se negarem a fazer algo ou a dar uma informação, ou não levar determinada coisa para algum território, ou, simplesmente, por circularem em territórios rivais, são motivos que podem levar à morte”, afirma Negreiros.

O relatório Meninas no Ceará – A Trajetória de Vida e de Vulnerabilidades de Adolescentes Vítimas de Homicídio, publicado em setembro do ano passado, já havia alertado para a violência de gênero associada às facções. “Taís, além de baleada, foi agredida fisicamente dentro de casa, ao tentar fugir de uma ameaça de abuso, pelos agressores. A mãe, que apresentava confusão mental e tinha poucos elementos do ocorrido, não procurou a polícia por medo de represália, uma vez que continua morando no mesmo endereço. Hoje, com alguns cadeados a mais, vive junto às fotografias da filha.” “Maria tinha vinculação com um grupo armado. Foi batizada e se relacionava com um rapaz também vinculado. A mãe comenta que essa é uma estratégia das facções. Elas recrutam adolescentes do sexo feminino, batizam, e as que ‘desobedecem’ são colocadas como olheiras nos territórios inimigos, pois ficam mais expostas e podem ser mais facilmente assassinadas.” “A avó de Suélen acredita que a morte da adolescente ocorreu pelo seu envolvimento com um rapaz que conheceu nas redes sociais. Ele estava preso e Suélen chegou a visitá-lo três vezes, mas preferiu romper o relacionamento. Após o rompimento, ele começou a ameaçá-la. Suélen foi assassinada na presença do filho, ao descer do ônibus, com mais duas amigas. A criança, de três anos, estava no colo de uma delas e precisa de atendimento psicológico.” Os nomes são fictícios, pois as famílias ainda sofrem ameaças.
Os casos do relatório ilustram tantos outros que acontecem no Ceará. As mortes, na maioria das vezes, vêm acompanhadas de tortura, e a crueldade dos crimes revela uma espécie de aviso às demais: se desobedecerem e tentarem sair da zona de influência das facções, o mesmo pode acontecer com elas. É uma dinâmica baseada no machismo e na negação de direitos. Na avaliação de Negreiros, a precariedade da estrutura social de alguns municípios cearenses, aliada à falta de estratégias de prevenção, influencia no aumento de mortes de meninas a cada ano, tanto no interior quanto na Grande Fortaleza. “São territórios que têm pouco a oferecer, com poucas oportunidades. Tem toda uma cadeia montada, um projeto político de morte. Inexiste estratégia de prevenção, por mais que vários sinais de alerta sejam acionados durante essa curta trajetória de vida dessas adolescentes. São mortes precedidas por ameaças e por rompimentos institucionais”, descreve. A negligência, por vezes, é estendida após a morte. Segundo a pesquisadora, quando uma menina é assassinada antes de chegar à maioridade, o processo de enlutamento, de comoção social, de empatia, não se estende aos órgãos de justiça. “Existe uma série de julgamentos morais, como se a morte fosse culpa dela, como se ela tivesse feito por onde”, revela.

Para o presidente do Comitê, deputado estadual Renato Roseno (Psol), o diagnóstico atesta um morticínio absurdo, que escancara a segregação social-racial-espacial. “Fizemos um grande diagnóstico da dinâmica dos homicídios e apontamos os porquês de tantas mortes. Desenvolvemos uma agenda com recomendações de prevenção. O efeito de longo prazo virá com a aplicação dessas recomendações. Para isso, precisamos ainda de muita mobilização social”, afirmou.

O relatório também trata do aumento das mortes por intervenções policiais. O caso de maior repercussão é o de Mizael Fernandes da Silva, 13, morto dentro da casa da tia Lizângela Rodrigues, em julho de 2020, no município de Chorozinho, no interior do Ceará. Os policiais invadiram e dispararam à queima-roupa contra o adolescente. Em seguida, os agentes limparam o quarto e levaram o corpo do garoto para o único hospital da cidade. Os PMs alegaram que o adolescente estava armado, a família nega. Segundo o laudo cadavérico, não havia impressões digitais do adolescente na arma de fogo apresentada pelos acusados.

Em 24 de agosto, a Polícia Militar do Ceará concluiu em Inquérito Policial Militar, amparada pelo excludente de ilicitude, que os PMs agiram em legítima defesa. Em outubro, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) discordou, apontando indícios de crime doloso, com intenção de matar. Em novembro, a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) indiciou um dos policiais. O Ministério Público afirmou à piauí que o caso de Mizael ainda está na fase de investigação policial e que por isso nenhuma peça do inquérito pode ser divulgada.

Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), por meio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), afirmou que foi realizada uma reconstituição do crime e que aguarda laudo desse procedimento para finalizar o inquérito. “A Controladoria determinou a instauração de procedimento disciplinar para devida apuração do fato na seara administrativa.” Após seis meses de investigação acerca do assassinato, o “Caso Mizael” ainda não teve um desfecho. Apenas em 2020 foram registradas 143 mortes por intervenção policial no Ceará, uma média de 12 assassinatos a cada mês.
Barreira alerta também para a ausência de dados quanto à identificação racial das vítimas de homicídios no Ceará. “Não são só números, são vidas. E as vidas dessas vítimas têm cor. Jovens negros de periferia são as vítimas preferenciais. A possibilidade de a população negra ser morta é bem maior que as demais”, declara. No fim do ano passado, a Rede de Observatório de Segurança Pública mostrou, em um documento intitulado A Cor da Violência Policial: A Bala Não Erra o Alvo, que o Ceará não notifica a cor dos mortos de CVLIs em 77,2% dos casos. Embora 66,9% da população cearense sejam autodeclaradas negras, segundo o último Censo do IBGE, apenas 3% dos mortos por intervenções policiais são brancos. Segundo Lipe da Silva, coordenador do Movimento Negro Unificado (MNU) em Fortaleza, a falta de notificação reflete o racismo institucional que perpassa as políticas de segurança pública no Brasil. “Quando tivemos o motim, vivemos um extermínio aqui. A maioria dessas vítimas foram jovens negros da periferia. Quando vamos ver esses dados na prática, eles não estão lá. São apagados, são invisibilizados”, afirmou.

Procurada pela piauí, a Secretaria da Segurança afirmou que o governo tem trabalhado de forma incessante em projetos sociais voltados para a prevenção de violência como forma de reduzir os homicídios de adolescentes. De acordo com o major Messias Mendes, da Assessoria de Polícia Comunitária (APCom), o governo busca atuar de modo preventivo com projetos em comunidades com altos índices de violência. “As ações, que incluem aulas de música, esportes, karatê, judô, ocorrem em espaços públicos. Os projetos contam com o envolvimento de outros atores da sociedade, parcerias com as associações de moradores, coletivos da juventude e órgãos públicos. O trabalho inclui o mapeamento de indicadores de criminalidade, renda, saneamento e educação.

Outro eixo de atuação, segundo a pasta, é o investimento em tecnologia, inteligência e policiamento ostensivo para coibir a ação das facções criminosas, direcionar a atuação policial e solucionar os crimes violentos. De acordo com a secretaria, o número de delegacias 24 horas no Ceará mais que dobrou, passando de 13 para 32 unidades plantonistas. Ao mesmo tempo, a secretaria afirma que tem buscado refinar seus indicadores criminais, pois os dados são utilizados para orientar o trabalho das forças de segurança. Sobre as mortes em operações policiais, a secretaria afirmou que todas as ocorrências são apuradas pela Polícia Civil e submetidas à apreciação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Sobre a informação do critério de raça, a SSPDS ressaltou que a estatística é feita a partir de informações repassadas por parentes para casos de crimes contra a vida. “Em outros casos, o campo não é preenchido em razão da subjetividade da informação, o que gera inconsistência nos dados, impossibilitando a geração de uma estatística fiel ao cenário”, disse a secretaria.

Covid-19: Brasil tem 2.233 mortes nas últimas 24h; total ultrapassa 272 mil

Prefeitos no Ceará tentam fugir do preço político do lockdown em problema que não é individual Agentes públicos precisam enfrentar o risco de desgaste político em nome de uma responsabilidade que é coletiva


Legenda: Ocupação crítica de leitos de UTI tem pressionado prefeituras e Governo do Estado, mas, em muitos casos, isso não motiva restrições mais rígidas de circulação
Foto: José Leomar

pandemia de Covid-19, assim como o enfrentamento dela, não é, nem de longe, problemática individual. De forma dolorosa, a agonia desta crise sanitária nos lembra disso todos os dias. O senso de coletividade é determinante para que medidas sejam eficazes para, enfim, frear a disseminação da doença.

A premissa vale para nossas atitudes individuais - guiadas por uma responsabilidade igualmente coletiva - e também para o poder público. O descompasso entre medidas restritivas adotadas por municípios vizinhos em diversas regiões do Estado, porém, parece ignorar isso. 

No Ceará, Fortaleza está em lockdown desde o último dia 5 até o próximo dia 18 de março. Por recomendação do governador Camilo Santana (PT), outros municípios, no interior do Estado, decretaram o mesmo.

O preço político das restrições mais duras, porém, não é todo prefeito que quer pagar.

Na Região Metropolitana da Capital, municípios vizinhos de Fortaleza, como Caucaia e Maracanaú, por exemplo, estão com 100% de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19, mas seguem com comércio e outros serviços funcionando. Com restrições, é preciso dizer, mas funcionando.

Situação semelhante, conforme publicado pelo Diário do Nordeste, é vista em outras regiões do Estado. No Cariri, os prefeitos de Crato e Barbalha defenderam a adoção de lockdown, mas em reunião com gestores de municípios da região na última terça-feira (9) prevaleceu o que foi defendido por Juazeiro do Norte: intensificar a fiscalização, mas manter estabelecimentos comerciais de portas abertas. 

Impasse político com opositores

Cria-se, então, um impasse de natureza política. Ainda que prefeitos não exponham publicamente reclamações, para evitar qualquer mal-estar institucional - que, convenhamos, seria pior num momento tão crítico -, a insatisfação, em algum nível, existe.

O lockdown se mostra eficaz em diferentes países do mundo, como Portugal, mas se já não há adesão massiva à medida por aqui, nas localidades onde foi decretado, fica ainda mais difícil esperar alívio, diante do que tem acontecido, com esforços municipais de contenção da doença sendo colocados em risco por fatores externos.

Não é novidade que a diferença de medidas restritivas acaba incentivando um fluxo preocupante de pessoas entre uma cidade e outra, até mesmo pela proximidade, justamente num momento em que é preciso reduzir a circulação. 

O fato de que o governador tenha apenas recomendado e não imposto lockdown na totalidade dos territórios cearenses deixou as decisões passíveis às vontades políticas, assim como tem sido em âmbito nacional.

Coincidência ou não, cidades comandadas por prefeitos de oposição não atenderam ao apelo de Camilo. Na contramão, acertam os municípios que têm adotado, regionalmente, medidas em conjunto.

Há, na postura do chefe do Palácio da Abolição, respeito à autonomia dos municípios, claro. Também tem havido diálogo constante entre Governo do Estado e prefeituras, além da recomendação já feita. O momento, contudo, impõe mais.

Ideologias x enfrentamento à Covid-19

O desgaste político é fato, mas não pode ser prioridade na tomada de decisão. O agente público que age assim minimiza a possibilidade de perdas ainda maiores. Diferenças partidárias, ideológicas, não deveriam se refletir nas estratégias de enfrentamento da doença, que atinge violentamente todo o Estado: 98% dos municípios cearenses têm classificação de risco 'alto' ou 'altíssimo' para transmissão da Covid-19, de acordo com o Governo.

Sem unidade, o afrouxamento de medidas de distanciamento social em alguns municípios fatalmente acabará sobrecarregando - ainda mais - o sistema de saúde de cidades vizinhas, especialmente das que servem como "polos". O prognóstico é de especialistas.

Sem o apoio federal ao lockdown, a situação exige, sim, alinhamento fino entre Governo do Estado e prefeituras. A premissa é mesmo a do início deste texto: sem senso de coletividade, a segunda onda da pandemia por aqui só tende a ficar mais preocupante, e não dá para ficar enxugando gelo diante de um inimigo tão cruel.


sindicato dos garçons, comunica o falecimento do garçom Antônio Gerardo Alves ocorrido nesta madrugada no hospital regional de sobral, de uma parada cardíaca.

O corpo se encontra  em sua residência a rua  Getúlio Vargas. N 70,  bairro do junco próximo ao  ipec .  O enterro acontecerá  as 15:30  no cemitério são José. Centro.

União Europeia aprova vacina contra Covid-19 da Janssen Imunizante pode ajudar o bloco a acelerar vacinação, pois requer uma única dose e pode ser armazenado em uma geladeira por longos períodos

RIO — A Comissão Europeia concedeu uma autorização de comercialização condicional para a vacina contra a Covid-19 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou a aprovação do imunizante para todos os adultos, nesta quinta-feira.


A vacina pode ajudar o bloco a aumentar seu esforço de imunização porque pode ser armazenada em uma geladeira por longos períodos — ao contrário das vacinas Pfizer e Moderna — e a logística de injeção de uma única dose é muito mais simples. O imunizante protegeu todos os voluntários em testes clínicos contra hospitalização e morte por Covid-19.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que se reunirá com representantes da Johnson & Johnson no dia 16 de março para discutir o uso emergencial da vacina da Janssen. O Ministério da Saúde negocia imunizantes com a farmacêutica, mas o acordo ainda não foi fechado.


Estados Unidos, Canadá e Bahrein também já autorizaram a vacina. A África do Sul está conduzindo uma revisão urgente.

A UE adquiriu 200 milhões de doses, com opção para mais 200 milhões. A comissão havia dito que as entregas deveriam começar no início de abril, mas as autoridades agora estão se preparando para atrasos, disseram duas pessoas com conhecimento do processo, no início desta semana.


É a quarta vacina licenciada na UE, depois da BiotNTech/Pfizer, Oxford/AstraZeneca e Moderna.

Em uma reunião de embaixadores da UE na quarta-feira, diplomatas foram informados de que a Johnson & Johnson ainda não forneceu um cronograma de entrega.
Sobre a vacina

A vacina da Janssen foi considerada 67% eficaz contra a Covid-19 sintomática segundo os ensaios clínicos, um número que foi afetado pela prevalência de novas variantes do coronavírus em alguns locais de estudo, como a África do Sul. No braço americano dos estudos, a vacina evitou 72% das infecções.

Como a vacina de Oxford/AstraZeneca, o imunizante da Janssen usa um adenovírus, semelhante ao vírus que causa o resfriado comum, para entregar o material genético ao corpo e provocar uma defesa contra a Covid-19. A vacina de Oxford/AstraZeneca usa um adenovírus de chimpanzé para fazer isso, enquanto o da Janssen é derivado de humanos.

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Enel Distribuição Ceará informa que uma falha no sistema comercial impediu a cobrança correta de multas em contas pagas fora da data de vencimento para alguns clientes da companhia, gerando uma cobrança acumulada nas faturas de março.


Esse valor pode ter gerando um impacto maior na fatura de energía para os clientes. Para evitar danos aos clientes a distribuidora prontamente identificou o problema e está trabalhando para refaturar essas contas, além de ampliar a data de pagamento para um maior conforto ao cliente. A companhia também comunica que todos os clientes afetados serão devidamente informados por meio de cartas, SMS ou e-mail.