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terça-feira, 22 de abril de 2014

A cada dois minutos morre um brasileiro por doença no coração

22/04/14, 08:06

Por que o símbolo do coração tem este formato?

Sabia que ter o "coração partido" pode matar você?
Até mesmo gregos e egípcios já usavam o desenho conhecido até hoje, que nada tem a ver com o órgão de fato.

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, 26 de abril, a Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC - faz o alerta: "Conheça a sua pressão e vista essa camisa para uma vida 12 por 8". A ação tem a participação de jogadores de futebol que vestiram a camiseta da campanha.

Sabia que ter o "coração partido" pode matar você?

Estamos falando de uma síndrome bastante comum, conhecida como cardiopatia de Takotsubo.

Para Nova York, o coração é pop
Em 1975, o Departamento de Comércio de Nova York procurava revitalizar a cidade com um símbolo forte. Naquela época, o designer Milton Glaser criou o logotipo abaixo. Foi a primeira vez que o coração foi usado como representação da
Coração: o símbolo do amor

Reverenciado desde a Antiguidade, o órgão adquiriu uma forma para poetas e outra para os cardiologistas

Por Gabriela Scheinberg

Arte e ciência
No Renascimento, artistas, como Da Vinci, começam a se interessar pela representação exata do coração
Por volta do século 5 a.C., começa na Grécia Antiga um debate palpitante sobre a localização da alma. Explica-se: os gregos não concebem algo espiritual sem assinalar um lugar no corpo. Hipócrates, o mais famoso médico da Antiguidade, diz que a inteligência se encontra na cabeça. Platão discorda. Para ele, a alma imortal está na cabeça, mas a alma mortal, responsável pela inteligência e os sentimentos, está no coração. Os desejos sensuais, por sua vez, procedem do fígado. Aristóteles contradiz essa separação. Só existe uma alma, afirma, e ela se encontra no coração, o centro do ser humano, o fogo interno que dá calor e vida. Fica assim estabelecido pelos séculos seguintes a primazia do coração. Alguma dúvida?
Nenhuma, dizem os enamorados que rabiscam coraçõezinhos apaixonados tendo ao centro o nome da amada. Com eles concordam os cristãos, para quem o coração é o símbolo da bondade e da caridade, e os poetas e escritores românticos, encarregados de dissecar em suas obras os estados emocionais do coração.
Hoje se diz que um coração pode ser mole ou de pedra. Estar leve ou pesado. Pode bater descompassado ou até quebrar. Dói na despedida e pula quando algo bom acontece. Está representado em objetos, jóias, propagandas, biscoitos, utensílios, slogans e roupas íntimas. Serviu de ícone do movimento hippie nos anos 60. É o símbolo do Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho. Só não dá para entender como a imagem cultuada virou sinônimo daquele órgão de 12 centímetros de altura por 8 de largura, 300 gramas de peso, com formato de um punho, situado no meio do peito e tão querido pelos cardiologistas.
A primeira imagem pode ter sido esta, desenhada há cerca de 12 mil anos numa caverna
"O formato anatômico ficou desprendido do sentido", afirma Ivan Santo Barbosa, professor de semiótica da Escola de Comunicações e Artes da USP. Desde o começo, o coração estimula a imaginação, influi nos sistemas filosóficos e motiva metáforas e representações. Os sacerdotes astecas, por exemplo, costumavam arrancá-lo do peito dos inimigos vivos para oferecê-lo aos deuses, conforme está ilustrado em um templo de Chichén Itzá, no México.
Os egípcios representavam o órgão como um escaravelho esculpido colocado nos sarcófagos. O órgão original, depois da morte, era pesado em uma balança. Se o morto fosse um homem de bem, o coração estaria leve e ele seria levado para junto dos deuses. Caso contrário, seu lugar era no mundo das trevas, como é mostrado em um papiro do Livro dos Mortos que apresenta, provavelmente, a primeira representação gráfica do coração. Tanto valor é explicado. Segundo o anatomista Liberato Di Dio, responsável pela mais recente reformulação dos nomes dos órgãos do corpo humano, o coração assumiu um papel primordial entre as culturas por ser o único órgão que se pode ouvir e sentir pulsar.
"Quando alguém passa por fortes emoções, o coração dispara e isso é possível de perceber", afirma Di Dio. Os batimentos cardíacos são um sinal de vida. Serviram mesmo para caracterizar o órgão. A palavra coração deriva do latim "cor" e do grego "cardia". Acredita-se que originalmente venha do termo sânscrito "hrid", que significa saltador. Entre os ianomâmis, ele se chama "tikytikymu", uma referência sonora ao ritmo.
A cada dois minutos um brasileiro morre por causa de doenças cardiovasculares, 344 mil a cada ano e um dos principais motivos dessa epidemia é que a população ainda não dá a devida importância à hipertensão arterial.

Dos 40 milhões de brasileiros que sofrem de hipertensão arterial, somente 20%  mantém a pressão controlada o que é fácil e também barato de conseguir. O restante corre o risco de ter um infarto ou derrame (AVC) e nem imagina que pode engrossar a estatística de óbitos prematuros.

Para diminuir drasticamente o número de vidas que se perdem por doenças relacionadas com o coração, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, juntamente com a Sociedade Brasileira de Hipertensão - SBH e Sociedade Brasileira de Nefrologia - SBN, promove campanhas e ações de conscientização em todo o país para que a população conheça a sua pressão arterial divulgando o estilo de vida saudável. "Alimentação rica em legumes, frutas e verduras, com pouca gordura, sem frituras, sem cigarro, exercício físico constante, controle do peso, do colesterol e, principalmente, da pressão arterial" orienta o presidente do Departamento de Hipertensão da SBC, Luiz Bortolotto.

Numa integração inédita entre as Sociedades, a mesma mensagem principal será divulgada por pessoas que participam tanto da Campanha "Eu sou 12 por 8" do Departamento de Hipertensão da SBC, quanto a Campanha "Menos Pressão" da SBH. Ronaldo Gaúcho, que está no folder da campanha, assim como Diego Tardelli, Jô e Victor, todos atletas de futebol, foram fotografados com a camiseta da ação para, em ano de Copa do Mundo no Brasil, integrar a Seleção 'Eu sou 12 por 8' e chamar a atenção para a doença.

A pressão é mais baixa nas pessoas que praticam exercício, procuram consumir pouco sal e mantém um peso adequado. Mas mesmo quando a pressão é alta naturalmente - há famílias que geneticamente tendem a ter pressão alta, o tratamento é fácil e o SUS distribui o remédio para controlar a pressão de graça.

"O problema é que como a hipertensão não incomoda e não provoca sintomas, os hipertensos muitas vezes abandonam o tratamento, param de tomar as pílulas recomendadas e então voltam a correr risco de infarto e de AVC", lembra o diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC, Carlos Costa Magalhães.

A hipertensão é problema tão grave que a Sociedade Internacional de Hipertensão pediu que as sociedades de cardiologia de todos os países façam campanhas de esclarecimento voltadas ao Conhecimento da Pressão e no Brasil nossa campanha tem como mote: "Conheça a sua pressão e vista essa camisa para ter uma vida 12 por 8".

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