
Cobrança criada em 1847 permanece até os dias atuais, e consiste na destinação de 2,5% das transações de imóveis numa área de Petrópolis para herdeiros da família real.
Laudêmio. A palavra que tem movimentado as redes sociais nos últimos dias guarda uma relação histórica com Petrópolis, cidade na Região Serrana do Rio de Janeiro atingida por um temporal que resultou em tragédia na última terça-feira (15). Até a noite de sábado (19),morreram na tragédia 152 pessoas e outras 165 eram consideradas desaparecidas.
Foi a partir da desastre que o debate nas redes sobre o laudêmio se formou. Popularmente chamado de “taxa do príncipe”, o laudêmio é exatamente isso: uma taxa. Prevista em lei, a taxa é cobrada por transações de imóvel na região em que ficava a Fazenda Córrego Seco.
A então fazenda, hoje, engloba o Centro e outros bairros mais valorizados da Cidade Imperial. Por isso, para cada transação de imóvel feita na região, é cobrado um percentual de 2,5%, que obrigatoriamente é repassado aos herdeiros de Dom Pedro II, que foi imperador do Brasil.
A “taxa do príncipe” foi criada em 1847 e a cobrança é feita pela Companhia Imobiliária de Petrópolis, administrada pelos familiares da antiga família real.
Mensagem de herdeiros gerou tumulto
Mensagem de Dom Bertrand de Orleans e Bragança no twitter sobre a tragédia — Foto: Reprodução
Mensagem de Dom Bertrand de Orleans e Bragança no twitter sobre a tragédia — Foto: ReproduçãoUma mensagem da autointitulada Casa Imperial do Brasil — e divulgado no perfil de Bertrand de Orleans e Bragança (herdeiro de D. Pedro) — foi o que gerou as reações nas redes. A mensagem manifestava pesar pelas vítimas da tragédia.
O texto diz que autointitulada família imperial estava profundamente consternada “com os terríveis danos causados pelas fortes chuvas em Petrópolis”. Também diz que a família “está sempre disposta a servir ao seu povo, oferecendo orações e solidariedade a todos que vêm sofrendo”.
Foi a deixa para que uma enxurrada de críticas na web, citando exatamente a “taxa do príncipe”. Para os críticos, é contraditória a mensagem da família. Veja abaixo alguns dos comentários.
“A Família Imperial do Brasil (rá!) não dará um real pra cidade que paga as contas dela, mas vai… ORAR!”
Internautas repercutem mensagem do príncipe imperial do Brasil no Twitter — Foto: Reprodução
Internautas repercutem mensagem do príncipe imperial do Brasil no Twitter — Foto: ReproduçãoOutra internauta comenta sobre o fim da monarquia no Brasil.
“Amadoh, não temos monarquia faz só uns 132 anos…”
Internautas fazem críticas após postagem de príncipe imperial do Brasil — Foto: Reprodução
Internautas fazem críticas após postagem de príncipe imperial do Brasil — Foto: ReproduçãoOutra postagem comenta sobre o laudêmio, imposto que é pago pelos petropolitanos à família Orleans Bragança.
“Enquanto isso, no universo paralelo do ‘príncipe imperial do Brasil’. Quantas gerações mais ficarão nesse metaverso, recebendo dinheiros das negociações com imóveis em Petrópolis?”, disse./i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/A/G/xa9EFXSdi1xpqyb2kDBQ/mensagem-twitter-3.png)
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