Em contraponto a ataques de Bolsonaro, mais de 250 personalidades assinam manifesto em que atestam confiança na urna eletrônica e na Justiça eleitoral. "O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados."
Um grupo de mais de 250 empresários, intelectuais, políticos, religiosos e outras personalidades da sociedade civil publicou nesta quinta-feira (05/08) em jornais de grande circulação no Brasil um manifesto de apoio ao processo eleitoral brasileiro. O texto também está disponível na internet.
O texto destaca que o princípio fundamental de uma democracia saudável é "a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos". "O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitado", enfatiza.
O documento cita ainda a crise social, econômica e sanitária que o país enfrenta, com centenas de milhares de mortes por covid-19 e milhões de desempregados. "Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil", afirmam os signatários. "Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades. Esse futuro só será possível com a estabilidade democrática."
Assinam a carta, entre outros nomes de peso, os empresários Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Guilherme Leal, da Natura, Roberto Setúbal, do Itaú, e Pedro Parente, da BRF e ex-presidente da Petrobras; os líderes religiosos cardeal Dom Odilo Sherer, rabino Michel Schlesinger e monja Coen; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn e Pedro Malan, além de ex-ministros, médicos, professores universitários, entre outros.
O texto foi divulgado após o presidente Jair Bolsonaro intensificar seus ataques ao sistema eleitoral e à urna eletrônica nas últimas semanas, e ameaçar a realização das eleições de 2022. Críticos apontam que Bolsonaro, assim como fez o ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos, semeia dúvidas sobre o processo eleitoral para abrir o caminho para não aceitar o resultado do pleito presidencial do ano que vem caso seja derrotado.
Na semana passada, Bolsonaro convocou uma coletiva de imprensa afirmando que apresentaria provas de fraudes nas urnas eletrônicas. Em vez disso, ele admitiu não ter provas, mas apenas indícios de que irregularidades podem ocorrer. Em mais de duas horas de transmissão ao vivo, inclusive com a convocação da TV Brasil, canal de televisão público, ele exibiu teorias falsas, cálculos equivocados e vídeos antigos, já verificados e desmentidos, como supostas evidências de fraude no sistema eleitoral.
O manifesto de empresário e intelectuais em defesa das eleições foi divulgado apenas três dias depois de nove ministros do STF e todos os ex-ministros que presidiram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde a Constituição Federal de 1988 divulgarem uma nota na qual defendem o sistema de votação eletrônica. O único ministro da atual composição do Supremo que não assina o manifesto é Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro à Corte.
A carta afirma que, desde 1996, quando o sistema de votação eletrônica foi implantado, jamais se documentou qualquer episódio de fraude. Os ministros também argumentam que o sistema eletrônico conseguiu eliminar um passado de fraudes que marcaram a história do Brasil, no Império e na República, e que adotar o voto impresso abrirá espaço para o retorno desse cenário.
A gasolina chegou a ser encontrada a R$ 6,29 na Capital cearense entre 18 e 24 de julho. Já entre 25 e 31 de julho, a máxima foi de R$ 5,99













Movimentação com aglomeração na Saara, no Rio de Janeiro Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo/19-07-2021